A espera já está quase no fim. Após quase 7 anos do lançamento do PlayStation 4, teremos finalmente o início de uma nova geração para a Sony. O que parecia longe de acontecer já está mais perto do que antes. O Sony PlayStation 5 é real, temos quase todas as informações possíveis, como parte técnica, jogos, visual (finalmente) e até uma janela de lançamento.
Ainda que mais dados extremamente importantes precisam ser revelados ou explicados de melhor maneira, como preço ou tudo referente à retrocompatibilidade, já conseguimos fazer um apanhado geral do console e daquilo que podemos esperar ou ainda especular até o lançamento oficial do console. Neste artigo tentaremos juntar todas as informações liberadas até hoje, inclusive os jogos anunciados e o visual do console e seus acessórios mostrados no dia 11 de junho, além de previsões sobre o futuro da nova geração de consoles.
A história da nova geração
Apesar de um 2020 difícil para todos no planeta, seja pela pandemia do COVID-19 e toda a influência do mesmo na economia e questões sanitárias pelo globo, o lançamento do quinto console doméstico da Sony segue como planejado. A janela de lançamento continua para o fim do ano, no famoso “Holiday 2020”, ou seja, com data próximo ao Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos e Natal para o mundo todo. Seguindo os lançamentos do PS3 e PS4 nos EUA como exemplo, muito provavelmente teremos o PS5 lançado entre os dias 10 de novembro a 10 de dezembro. Até termos uma data definida, o período aqui é apenas uma especulação.
A primeira informação concreta, ou pelo menos um comunicado oficial da Sony que o console realmente existia, só aconteceu no dia 16 de abril de 2019 em uma entrevista de Mark Cerny ao site Wired. Nesse artigo já tivemos uma ideia de que tipo de tecnologia estaria presente no PS5, como SSD, Engine de audio 3D, ray tracing, processador AMD, retrocompatibilidade e mais. Com a Sony tendo cancelado sua presença na E3 desse ano e Cerny já afirmando que o console não seria lançado em 2019, jogadores do mundo inteiro já embarcavam no trem do hype para uma próxima geração enquanto kits de desenvolvimento iam surgindo na internet.
Ainda com lenha pra queimar e títulos de peso para sair, como The Last of Us Part 2, Final Fantasy VII Remake e Ghost of Tsushima, o foco da gigante japonesa seria em aproveitar ao máximo o que o PS4 ainda pudesse fornecer. Em 8 de outubro de 2019, o PlayStation 5 foi finalmente anunciado de forma oficial e que esse seria o nome do console. Novamente, o site Wired teve com exclusividade as informações sobre o próximo console da Sony, confirmado novidades do novo controle, reforço no uso do SSD, a tecnologia de ray tracing via hardware confirmado e como a empresa se preparava para a mudança já num futuro próximo.
Em 2020 apenas que começamos a ter uma ideia mais concreta do PlayStation 5. No dia 18 de março de 2020, a Sony liberou um vídeo com informações técnicas do console e sua infraestrutura fornecidas por Mark Cerny em uma espécie de apresentação. Vale notar, essa transmissão foi alto totalmente técnico e era destinada ao público da Game Developer Conference, que havia sido adiada devido ao COVID-19. As especificações técnicas do console foram reveladas, mas não aprofundadas, e podem ser novamente conferidas abaixo.
O próximo passo no marketing da Sony para a próxima geração aconteceu no dia 7 de abril de 2020, onde tivemos a revelação do novo controle que chegará junto com o PlayStation 5. Com o nome de DualSense, quebrando a tradição dos nomes DualShock, o novo controle traz muitas melhorias em relação ao seu antecessor. Falaremos especificamente e com mais detalhes sobre o novo controle logo em seguida.
Por fim, tivemos talvez o maior evento por parte da Sony desde que resolveu abdicar de sua presença na E3 nos últimos 2 anos. Em uma transmissão realizada no dia 11 de junho, a empresa mostrou o que, principalmente para nós jogadores ávidos, pode ser o fator decisivo da mudança de gerações: jogos.
No evento transmitido em praticamente todos os canais da Sony, a empresa apresentou junto com o visual do console os vários títulos que estarão disponível nos primeiros meses de vida do PS5, desde seu lançamento e até o ano de 2022. Os exclusivos e jogos desenvolvidos pelos estúdios internos da divisão PlayStation são talvez a grande força motriz no ecossistema de entretenimento eletrônico da empresa, o que fez a marca se destacar principalmente nas últimas 2 décadas.
O PlayStation 5
Já sabemos o objeto que poderá estar em nossas salas e cantos gamers no futuro. Se você também é um aficionado por jogos e principalmente pelos consoles PlayStation, já começou a imaginar o futuro com o PS5 finalmente em suas mãos. Temos agora, além dos fatores financeiros e mercadológicos, quase todo o conhecimento necessário para embarcarmos de cabeça na próxima geração.
O visual do PlayStation 5, assim como seu novo controle e os vários acessórios oficiais que estarão disponíveis, nos mostrou a empresa arriscando muito mais nesse quesito do que antes. Caso se lembre da revelação do PS4 ainda em 2013, o console foi mostrado com forte inspiração no PS2, mantendo linhas mais convencionais, uma cor sólida e, visualmente, mais tradicional. O PS5 praticamente jogou tudo isso fora e surpreendeu com sua aparência até mesmo os mais empolgados na imaginação do visual do aparato eletrônico. O visual futurista, uma mistura de tons em branco e preto além das linhas nada tradicionais surpreenderam todos que acompanharam ao vivo a revelação do consoles. Até os acessórios seguiam a linha arriscada do console e se mostraram bastante distintos com os de anteriormente. Ênfase no novo fone 3D oficial, do qual ainda esperamos mais detalhes.
Quanto à parte técnica e já sabendo da potência embaixo do capô ali, podemos destacar principalmente o uso do SSD personalizado que o console terá. Ainda que no papel o PS5 não seja o console mais poderoso que teremos até o próximo ano, a evolução da tecnologia AMD que será usada, um novo sistema de áudio 3D e as customizações feitas pela empresa já garantiram aos desenvolvedores poder de fogo suficiente para aplicar suas ideias mais mirabolantes e antes limitadas tecnicamente. Apesar do discurso no fim de uma geração e no começo de outra ser sempre o mesmo, de que antes seria impossível realizar tal feito pelas limitações do antigo console, vimos agora que a evolução para o PS5 é muito maior do que apenas isso.
A altíssima taxa de transferência de dados que será possível obter além do uso de um SSD para armazenamento, darão aos desenvolvedores uma liberdade que jamais foi vista anteriormente. Só nos resta esperar para que seja usado na criação de experiências que também não poderiam ser conquistadas antes, não somente aprimoramento do que temos. Provavelmente teremos que esperar um par de anos para vermos algo de uma execução soberba no novo console, mas até lá, pelo que já foi mostrado, teremos muita coisa com bastante potencial já revelado.
Ainda seguindo uma tendência atual onde o consumidor anda preferindo adquirir seus jogos apenas de forma digital, o console irá ser lançado com duas versões diferentes. Uma dessas versões terá foco na execução totalmente digital, não possuindo um leitor de disco e provavelmente terá um custo menor. Enquanto isso, o outro modelo, mais tradicional, terá o aparato integrado e segue uma linha mais convencional.
Importante aqui não se prender apenas nos quesitos técnicos. Em várias entrevistas, desenvolvedores elogiam principalmente a praticidade e funcionalidade da arquitetura criada pela Sony no novo PlayStation. Com jogos em proporções cada vez maiores e escopos que fogem do convencional, qualquer benefício a mais que ajude no desenvolvimento de jogos, seja um menor custo ou até mesmo menos tempo de produção, já é válido.
De toda forma, o salto tecnológico acontecerá e será notável quando tivermos o console em mãos. Algo a se relevar nesse momento é que teremos a necessidade de acompanhar o PS5 com todos o aparato técnico que o console carece, como a mudança para uma tela de resolução 4K. Algo que podemos ter percebido mesmo no evento de anúncio dos jogos do console, é que a execução dos jogos está acima do que é possível ser visto em vídeos pelo YouTube ou transmissões no Twitch e, como exemplo, basta olharmos para as imagens em 4K reveladas para alguns jogos que foram anunciados.
DualSense: A próxima geração de controles
Por mais que tudo que gira em torno do console propriamente dito seja empolgante, talvez tão importante quanto seja o design do novo controle que virá com ele. Afinal, é com ele que você irá controlar toda a ação processadas pelo seu PS5 ocorrendo na sua tela. E, como já era de se esperar, a Sony não parece ter decepcionado aqui também.
Como ocorreu durante a geração do PS3, a Sony volta a abandonar a nomenclatura DualShock adotada desde a segunda versão dos controles do PlayStation original, mas mantendo a abreviação DS. No entanto, agora ela significa DualSense, nome usado para representar o foco do design do controle: cativar os seus sentidos.
A primeira vista, as diferenças em relação ao DualShock 4 não são tão grandes assim. Chama atenção a redução da barra de luz que sofreu tantas críticas na geração passada, o fato do controle ser mais encorpado e o esquema de cores pouco ortodoxa, sendo predominantemente branco com tons de preto e abandonando os botões coloridos.
Essas mudanças no design foram feitas levando em consideração todos os recursos que foram adicionados no controle e a forma como os componentes se encaixam nele sem torná-lo muito pesado ou volumoso. Foram feitos alguns ajustes no ângulo dos gatilhos e algumas atualizações no punho do controle, tudo buscando manter uma vida útil forte da bateria do DualSense (e rumores indicam que a bateria é bastante durável) e fazer o controle parecer menor do que realmente é.
Mesmo assim, no geral, os controles são parecidos, mantendo-se a mesma disposição dos botões, incluindo o botão central e o botão de “Share” (agora chamado de Criar/Create) incorporados no design do DualShock 4 e trazendo a entrada P2 para fone de ouvido em sua parte inferior.
Proporcional ao quão bem ele conserva as qualidades trazidas pelo DS4, o DualSense também traz suas próprias inovações, se valendo de várias tecnologias de ponta para aguçar os sentidos do jogador. Uma porta USB-C substitui o USB 3.0 do DS4, proporcionando uma transmissão de dados e carregamento muito mais rápidos do que o controle da geração passada.
De todas as novidades, a mais importante talvez seja o “haptic feedback” ou “feedback háptico”, uma nova tecnologia de vibração no controle focado em aumentar consideravelmente a imersão dos jogadores através da inclusão de uma variedade gigantesca de sensações distintas passadas por meio do toque, oferecendo aos desenvolvedores e aos jogadores várias novas opções para brincar com os sentidos do jogador em conjunto com a nova tecnologia de áudio Tempest Engine 3D Audio.
Uma dessas possíveis novas opções foi mencionada pelo desenvolvedor Mike Bithell em um podcast com a ex-editora da IGN, Alanah Pearce. Bithell, conhecido por Thomas Was Alone, Volume e John Wick Hex, que ambas as tecnologias podem trazer coisas bastante únicas, como a possibilidade de ouvir cada gota de chuva individualmente e até mesmo “sentir” o toque das gotas e outros efeitos ambientais, reforçando a ideia de que as tecnologias relacionadas ao DualSense são realmente especiais e inovadoras.
Além disso, a Sony trouxe gatilhos adaptáveis para os botões L2 e R2 do DualSense, com a intenção de permitir aos jogadores realmente sentirem a tensão em suas ações, dando maior precisão aos botões em jogos de tiro, e um microfone já embutido no controle, permitindo que jogadores que não possuem um fone de ouvido possam conversar rapidamente com seus amigos (apesar de ainda ser recomendado o uso de fones de ouvido para longas sessões).
Mesmo que não tenhamos mais um “DualShock”, o DualSense realmente promete ser o melhor controle já feito pela Sony, se distanciando das falhas cometidas na última grande reformulação feita pela Sony (quem poderia se esquecer do controle-bumerangue e do Sixaxis, ambos do PS3?) e realmente focado em trazer a melhor e mais imersiva experiência já vista em um console da gigante japonesa.
Pela qualidade dos jogos, o poder da nova geração
Ah os jogos! Voltemos ao início do PS3 e seu anúncio com jogos tão absurdos, como Killzone 2 e MotorStorm, que não pareciam ser possíveis de estarem rodando no lançamento daquele console em 2006. Bom, talvez porque realmente não estavam rodando mesmo. Como já sabemos, muitos dos jogos anunciados ali eram techdemos em kits de desenvolvimentos aprimorados ou apenas trailers em computação gráfica. A própria história da “demo” de Killzone 2 para o PS3 é algo que vale a pena ir atrás.
Mesmo assim, aquela geração nos proporcionou experiências tão fantásticas que transcenderam apenas o quesito técnico esperado da poderosa máquina. Jogos como Uncharted 2, The Last of Us, Infamous 2, Gran Turismo 6, GTA V, Killzone 2, Mass Effect 2, Bioshock Inifinte, Dark Souls e vários outros deram aos jogadores aprimoramentos em aspectos que não se esperavam antes, como ambientação, design, jogabilidade, narrativa e outros.
O mesmo aconteceu quando chegamos no PS4. Ainda que sua lineup de lançamento não tivesse sido tão empolgante, a partir de 2015 o console emplacou jogos de qualidade altíssima, como The Witcher 3: Wild Hunt, Horizon Zero Dawn, God of War, Red Dead Redemption 2, Bloodborne, Assassin’s Creed: Origins, Nioh, Nier: Automata, The Last of Us Part 2 e muito mais.
Algo de que nenhum jogador dos consoles da Sony pode se queixar é a variedade e qualidade dos jogos disponíveis nas últimas duas gerações. Ao que tudo indica, isso se manterá agora com o PlayStation 5. A própria repaginação da marca de qualidade da Sony para o PS5 é algo que induz a pensar isso. Usando a logo de PlayStation Studios, a empresa quer deixar o jogador ciente desde antes de começar aquela experiência que o que ele irá presenciar é algo de uma qualidade já comprovada.
Ao anunciar os primeiros jogos do novo console, a divisão PlayStation fez questão de apresentar conteúdo que aparenta ser de uma qualidade ainda mais elevada do que o padrão atual. Vislumbrar jogos como Demon’s Souls, Marvel’s Spider-Man: Miles Morales, Ratchet & Clank: Rift Apart e Horizon Forbidden West é um sentimento nostálgico e surpreendentemente inovador ao mesmo tempo. Os estúdios interno da companhia japonesa criar um selo de qualidade tão representativo que qualquer jogo desenvolvido por eles já são atraentes por isso. De certa forma, o console em si tem ficado em segundo plano ao longo dos anos, enquanto os softwares são a verdadeira representatividade da marca atualmente.
Além disso, comprovar que empresas terceiras e estúdios parceiros estão criando experiências tão fantásticas ou melhores do que antes é um prazer a qualquer jogador ou entusiasta da tecnologia do entretenimento. Desde a Capcom com Pragmata e Resident Evil Village até a Housemarque e seu Returnal, os jogos vindouros apresentam aquilo que os jogadores almejam sempre, desde experiências novas ou qualidade visual além do padrão. Há ainda títulos de estúdios independentes que não deixam de ser empolgantes em momento algum, como Kena: Bridge of Spirits, Stray, Solar Ash, Godfall e muitos outros. Há muito que foi revelado nesse evento e seria impossível colocar cada jogo destacado aqui, portanto, caso tenha perdido alguma novidade, confira aqui um resumo completo de tudo o que aconteceu.
Os jogos são hoje o maior motivo de escolha de um console para um jogador. Ninguém compra um PlayStation 4 para aproveitar as várias funcionalidades que o console tem e provavelmente ninguém fará isso com o PlayStation 5. Tudo ao redor do console é um complemento às verdadeiras razões para qual o nosso suado dinheiro é destinado.
Não foi fácil segurar a emoção com cada notícia relacionada ao PlayStation 5 nos últimos meses. O evento apresentando os jogos do console aparentemente foi o ápice de tudo o que pudemos experimentar recentemente. Entretanto, talvez devêssemos conter um pouco essa empolgação até termos a revelação do preço do console e um data concreta, afinal, nosso momento atual pode não nos permitir sonhar alto demais por algum tempo.
Entretanto, mesmo que o preço do console seja um banho de água fria em toda essa expectativa criada, ainda olharemos para tudo o que foi mostrado até o momento e será impossível não se empolgar novamente. Aquilo que vivenciamos com o PlayStation até o momento só nos dá certeza de que, mesmo com pequenos percalços, a escolha de abraçar novamente a Sony é uma decisão que dificilmente pode dar errado. Afinal, como reforçado pela companhia, estamos entrando numa fase onde será possível jogar, sem limites.
*Colaborou com esse artigo Thiago de Alencar Moura.