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Banishers: Ghosts of New Eden – Review

Banishers: Ghost of New Eden é o mais novo projeto da DON’T NOD, estúdio responsável por pérolas do mundo dos games como Life is Strange, Tell Me Why e Twin Mirror. E o que esses jogos têm em comum? A ótima narrativa, que é o principal foco de todos os títulos da empresa.

Banishers: Ghosts of New Eden foi anunciado originalmente no The Game Awards 2022 e tinha data de lançamento marcada para novembro de 2023. Porém, em setembro de 2023, os desenvolvedores adiaram o jogo para 13 de fevereiro de 2024 no intuito de evitar que o jogo se perdesse em meio a tantos lançamentos AAA.

Prestes a ser lançado oficialmente, nós do PSX Brasil tivemos acesso – muito – antecipado para testar o jogo e contar para vocês se toda essa espera realmente valeu a pena.

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Banishers: Ghosts of New Eden é cheio de aventuras e drama do início ao fim. Fonte: PS5 Create

Banishers: Ghosts of New Eden narra a história de Red e Antea, um casal de Banishers (Banidores) que são capazes de banir – ou ascender – os espíritos que estão presos ao mundo real por algum motivo, seja por questões não resolvidas ou até mesmo objetos.

Durante uma perigosa missão em New Eden, Antea é morta por um poderoso fantasma, conhecido como Pesadelo, o mesmo que matou o melhor amigo do casal. Red fica desolado com o ocorrido, mas encontra o fantasma de sua amada após algum tempo e precisa tomar uma importante decisão: reviver Antea usando magia proibida ou enviar o seu espírito para a luz. Embora o amor dos dois seja muito forte, ele não pode mantê-la por perto, caso contrário, sua energia vital pode ser drenada pela amada e, consequentemente, levá-lo à morte.

A DON’T NOD adora brincar com jogos em que o jogador define a própria trajetória com base em suas escolhas, e aqui não poderia ser diferente. Para ressuscitar Antea, por exemplo, você precisará sacrificar a maior quantidade de vidas possíveis e isso, na verdade, não é do feitio dos Banishers, já que seu papel é banir apenas os espíritos. Caso siga por esse caminho, Red começará a sentir os efeitos de suas decisões, seja com espíritos atrás dele ou até mesmo vilarejos sendo abandonados.

O que eu mais acho incrível no que a DON’T NOD faz é em como ela consegue deixar o jogador numa linha tênue entre o que é justiça e o que não é, guiado pelo seu próprio interesse. Em diversos momentos você sentirá que o humano é “inocente”, mas pode decidir matá-lo apenas para trazer Antea de volta, saciando assim, os desejos egoístas do personagem e sendo apontado pelos próprios cidadãos pela sua crueldade.

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Antes de dar o seu veredito, existe toda uma investigação para saber quem são os “verdadeiros culpados”. Fonte: PS5 Create

Como os fantasmas ficam atrelados às questões não resolvidas, Antea acompanhará Red durante a jornada em busca do Pesadelo, mas ao contrário de outros espíritos convencionais, o casal consegue alternar entre o mundo real e o espiritual para encarar inimigos e resolver quebra-cabeças.

Como Antea, você tem à disposição diversos ataques “fantasmagóricos”, que são super efetivos contra inimigos do plano espiritual. Red, por sua vez, consegue dar mais dano em monstros de carne e osso. Também é possível criar combos alternando entre os dois, aumentando ainda mais a variedade de golpes.

Eu preciso dizer que o combate no início me deixou muito cético. Tudo era muito devagar e monótono, porém, conforme avancei na aventura, diversas novas habilidades – e equipamentos – abriram um leque enorme para encarar os espíritos que vagam por New Eden.

Outra coisa que pegou bastante aqui foi o lock-on. Ele não funciona como deveria e, em determinados momentos, confunde o jogador e faz a câmera girar loucamente. Mesmo no modo normal, fui derrotado diversas vezes por causa desse problema e, infelizmente, não usar esse recurso é pedir para gastar Pontos de Espírito à toa, já que muito provavelmente você ficará socando o “nada”.

A variedade de inimigos também não é muito grande, mas eu não vejo isso como algo ruim. Na verdade, até entendo e sigo a lógica que o jogo quer trazer, já que de acordo com as histórias, diferentes tipos de espíritos se formam de acordo com os sentimentos daqueles humanos antes da morte, tornando algo mais “finito”, digamos assim.

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Red pode linkar seus combos com Antea, mas o contrário não é permitido, o que limita o jogador nos embates e deixa ele um pouco menos dinâmico. Fonte: PS5 Create

Como mencionado no início deste review, para ressuscitar Antea é preciso coletar a energia vital de diversos humanos, então para que o ritual dê certo, você precisa, obrigatoriamente, completar o maior número de missões secundárias possíveis.

Num primeiro momento, todas as missões alternativas são sobre alguém que está sendo assombrado, porém, dependendo do desfecho dela, uma nova tarefa se abre para aquele respectivo problema e ela seguirá de acordo com a sua decisão. Eu achei isso incrível, pois torna tudo muito imprevísivel e te faz ter vontade de jogar de novo para saber como as coisas seriam se tivesse tomado a decisão “X” ao invés da “Y”.

E caso seu desejo por aniquilar fantasmas continue falando mais alto, o mapa traz diversas tarefas secundárias – como acabar com um ninho de espíritos – para você coletar itens importantes que serão super úteis na sua jornada.

Falando em itens, Banishers: Ghosts of New Eden traz uma quantidade boa de equipamentos distintos para Red e Antea, porém, você precisa decidir quem será seu “personagem principal”, já que a maioria deles aumentam o poder de um e diminuem do outro. Eu entendo isso como uma forma de equilibrar e obrigar o jogador a ser estratégico, mas alguns jogadores podem não ter paciência para isso.

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Com a ajuda de Antea, Red pode entrar no plano entre a vida e a morte para encontrar itens super raros. Fonte: PS5 Create

Banishers: Ghosts of New Eden é um jogo que tem como principal atrativo a sua narrativa. Embora possua um mundo para explorar, muita coisa é explicada e fica mais clara quando se lê arquivos ou se conversa com aldeões que não são obrigatórios para a história – isso, inclusive, ajuda muito na hora de decidir quem você irá mandar para o limbo -, e tendo isso em vista, eu esperava muito mais no que diz respeitos às expressões dos personagens.

As expressões faciais das conversas entre os personagens são capengas e não condizem com o tom de voz usado. Em diversos momentos você verá alguém chorando e lembrará da atriz Kristen Stewart em Crepúsculo, que faz a mesma cara para toda e qualquer emoção.

Os gráficos no geral são bem bonitos, mesmo no modo performance, mas o desempenho geral do jogo é um pouco sofrível. Toda vez que há muitos elementos na tela, a quantidade de frames cai, deixando tudo mais lento. O lugar que eu mais senti isso foi na região da neve, onde qualquer virada mais rápida travava o jogo, algo que me fez torcer o nariz, já que estamos falando de um título exclusivo para a nova geração.

Outro ponto que me deixou muito irritado é que não existe opção de usar marcadores no mapa. Você consegue marcar algo pré-existente, como fogueiras e portais para o além, mas não pode colocar um seta num lugar vazio para indicar que quer explorar aquela região.

A falta de um marcador apenas se tornou um problema porque o jogo demora pra abrir o mapa e trava. Duas atualizações foram feitas no período de teste antecipado e ainda assim o sistema continua ruim.

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O jogo roda a 60fps, mas isso não se mantém durante as cenas, o que lembra o caso de jogos com Far Cry 6 e Evil West. Fonte: PS5 Create

O mundo de Banishers: Ghosts of New Eden é grande, mas não podemos considerá-lo como aberto, mas sim semi-aberto, pelo simples fato de ser composto por “estradas” e ter muitos limites. Você não é livre para subir qualquer morro, pular ou coisas do gênero. É preciso seguir estritamente os caminhos e ter as habilidades corretas para liberar cada pedaço do mapa.

A verdade é que, embora o mapa seja bem grande, em algum momento você VAI estar em algum lugar ainda não explorado. Todas as missões secundárias forçam o jogador a viajar para locais ainda não visitados. Isso não é ruim, muito pelo contrário. Eu acho isso muito bom porque ajuda a economizar tempo e a evitar a abrir o temido mapa que, como já disse anteriormente, não é dos mais intuitivos.

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Só é possível fazer a melhoria dos equipamentos na fogueira. Fonte: PS5 Create

Para fechar esse review, devo dizer que apesar dos problemas de performance, alguns bugs e a ausência de recursos simples, Banishers: Ghosts of New Eden é um jogo muito bom. Explorar New Eden é viciante e você fica vidrado até mesmo nas histórias das missões paralelas, coisa que nem todos os jogos conseguem fazer.

A verdade é que a DON’T NOD tem lá suas dificuldades com a performance de alguns jogos (Life is Strange, por exemplo), mas não se pode negar que ela conta histórias como ninguém.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Focus Entertainment.

Winz.io

Veredito

Banishers: Ghosts of New Eden decepciona um pouco com seus problemas técnicos e ausência de recursos simples, mas a DON’T NOD conseguiu criar um mundo magnífico e viciante que faz o jogador ter vontade de seguir até o fim – afinal, você é o responsável pelo destino de Red e Antea.

84

Banishers: Ghosts of New Eden

Fabricante: DON'T NOD

Plataforma: PS5

Gênero: RPG / Ação

Distribuidora: Focus Entertainment

Lançamento: 13/02/2024

Dublado: Não

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina)

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Veredict

Banishers: Ghosts of New Eden is a bit disappointing with its technical problems and lack of simple features, but DON’T NOD managed to create a magnificent and addictive world that makes the player want to follow it to the end – after all, you are responsible for the fate of Red and Antea.


Rui Celso
Rui Celso
Jornalista que decidiu se aventurar no mundo gamer desde o tempo em que as revistas eram a principal fonte de informação deste mundo do entretenimento. Hoje eu expandi meu universo e também faço parte do backstage deste universo atuando como Assessor de Imprensa. Só pra constar: Paper Mario é o meu jogo favorito da vida.