Anthem tem sido notícia frequentemente em qualquer lugar. Seja pela recepção bastante aquém das expectativas ou pelos recentes patchs que, apesar de boas melhorias ao jogo, sempre trazem alguns problemas a mais.
O editor e jornalista do Kotaku, Jason Schreier, publicou um artigo que conta os bastidores do desenvolvimento de Anthem. Baseado em depoimentos de 19 ex-funcionários da BioWare, Jason detalhou vários tópicos que claramente prejudicaram um dos projetos mais ambiciosos do estúdio.
O artigo é imenso e pode ser conferido na íntegra aqui. Vários detalhes foram dados pelos antigos funcionários do estúdio que mostram claramente o conturbado desenvolvimento que o jogo teve desde sua concepção. Em resumo, Anthem teve uma pré-produção longa e confusa, com vários aspectos do jogo mudando frequentemente e sem decisões definitivas quanto ao design sendo tomadas.
O trailer da E3 de 2017 foi uma fatia feita especialmente para apresentação e, até aquele momento, o jogo não estava efetivamente em produção. O próprio nome não seria Anthem, mas sim Beyond. A mudança se deve a complicações para registrar o nome e Anthem estava em uma lista de backup. O estúdio teve, novamente, várias dificuldade ao lidar com a engine Frostbite, tendo que criar aspectos do zero e perdendo muito tempo na utilização da mesma, com tarefas básicas demorando horas e até dias para serem feitas.
Efetivamente, a produção de Anthem foi de aproximadamente 16 meses, quando Casey Hudson (antigo gerente da BioWare e diretor da trilogia original Mass Effect) retornou ao estúdio e Mark Darrah (Produtor executivo da franquia Dragon Age) foram colocados a cargo da produção do jogo. Com pouco tempo para o lançamento, já que não poderia passar de março de 2019 e assim entrar no próximo ano fiscal da EA, o processo de desenvolvimento foi doloroso. Vários funcionários afirmaram que a produção foi agressiva, com várias horas extras, se tornando um ambiente estressante e nada saudável, com relatos de ansiedade e depressão em alguns membros.
Muitos funcionários deixaram a BioWare no período de 2 anos antes do lançamento de Anthem e a mão de obra para o desenvolvimento do jogo era pouca, principalmente se comparada aos times de desenvolvimento de Destiny ou The Division. Houve um conturbado processo de comunicação entre os estúdios em Austin e em Edmonton, causando atrasos e vários desentendimentos.
A maior parte dos problemas foram causados pela falta direta de liderança, escopo do jogo mal definido, funções que iam e voltavam (como o voo, que só foi efetivado após a E3 de 2017), problemas técnicos novamente com a Frostbite e a pressão da EA com a data de lançamento.
Logo após a publicação do artigo pelo Kotaku, a BioWare postou em seu blog oficial uma pequena resposta. Resumidamente, a empresa agradece e apoia a todos aqueles que participaram do processo de criação de seus jogos, sejam funcionários atuais, antigos e de liderança. Entendem as críticas e sempre tentam fazer o melhor para criar bons ambientes de trabalho pensando na saúde de cada funcionário.
Apesar das mudanças e problemas no estúdio, a nota diz que o processo de criação de novas propriedades intelectuais é sempre um grande desafio, mas que sempre tenta fazer na maneira mais saudável possível para seus funcionários. Finalizando, diz que artigos como o publicado pelo Kotaku não ajudam na melhoria da indústria de jogo num geral e que vão continuar escutando o feedback dos fãs e fazendo o melhor em Anthem.