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Análise – L.A. Noire: The VR Case Files

L.A. Noire, assim como uma boa parte dos jogos desenvolvidos pela Rockstar, é um título que adquiriu um status cult entre a comunidade de jogadores ao longo dos últimos.  Mesmo sem ter uma sequência, o jogo tem se mantido vivo através de seus inúmeros ports e remasters para as mais diversas plataformas. The VR Case Files é mais um desses, que foi lançado originalmente para PC em 2017, e só agora ganha uma versão para PlayStation VR.

Em L.A Noire: The VR Case Files, continuamos jogando sob a perspectiva de Cole Phelps, um detetive com um forte senso de justiça e que tem de lidar não apenas com a crescente violência da cidade de Los Angeles, mas com a corrupção que assola até mesmo a própria polícia. A experiência, que dura em média 8 horas, apresenta um conjunto de 8 casos que estavam presentes na obra original, resumindo bastante diversos pontos da trama principal no processo. Isso pode ser prejudicial para aqueles que escolhem este titulo como ponto de início para conhecer a franquia, uma vez que a história está apresentada de forma desconexa, tornando a experiência recomendável para quem já finalizou o jogo original. Infelizmente, esta versão, assim como o remaster, não possui legendas para o português do Brasil.

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Mesmo deixando de ser um jogo de mundo aberto, o titulo ainda oferece os pontos chave que tornaram o original tão memorável. O elemento principal do jogo continua sendo suas sequências de investigação, em que devemos resolver crimes envolvendo roubo, tráfico e homicídio através da nossa própria dedução e perspicácia de ligar as pistas encontradas para solucionar o caso. As sequências de ação como perseguições de carro, tiroteios e combates corpo-a-corpo também marcam boa presença aqui e são incrivelmente divertidas na realidade virtual.

Durante a investigação, devemos buscar por possíveis evidências no local do crime que podem ou não ter um papel chave no que aconteceu. Para isso, basta coletar e examinar com nossas próprias mãos os diversos itens espalhados pelo cenário. Tudo que for encontrado será anotado em nosso pequeno caderno que pode ser consultado a qualquer momento durante o game – basta levar uma de nossas mãos em direção ao bolso esquerdo do personagem para isso. Essa etapa necessita de bastante atenção por parte do jogador, uma vez que as pistas são essenciais durante a interrogação dos suspeitos e é fácil deixar passar um ou dois detalhes escondidos na cena do crime.

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A interrogação continua sendo o ponto mais alto do jogo, sendo que devemos julgar se os suspeitos estão ou não mentindo com base em suas expressões faciais. Para isso, podemos realizar diversas perguntas com base nas evidências coletadas e, após seu depoimento, devemos definir a réplica de Cole, com base em três opções: “policial bom”, “policial mau” e “acusar”. Ao selecionar “policial bom”, o jogador está assumindo que o dito pela testemunha é verdade. Já a opção de “policial mau” fará com que Cole tome uma postura intimidadora, para induzir o interrogado a completar ou corrigir sua alegação. Por fim, se o jogador tiver plena certeza de que o suspeito está mentindo, deverá selecionar “acusar” e apontar uma pista que o contradiga.

Dirigir é uma das coisas mais divertidas de se fazer dentro do jogo, dado o elevado grau de realismo inserido na atividade. Podemos interagir com diversos itens do interior do carro e, apesar de complicado no início, é algo que torna-se extremamente gratificante ao longo do tempo. Caso os braços do jogador se cansem ao realizar a atividade, é possível teleportar diretamente para o local, algo que também era possível no título original. Infelizmente, não é possível dirigir pela cidade livremente e várias ruas foram bloqueadas para forçar o jogador a ir apenas aos pontos relevantes dentro da missão selecionada. Além disso, não existe mais a possibilidade de tomar veículos de civis, tornando a viatura policial a única opção de transporte para o jogador.

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O combate corpo-a-corpo ficou relativamente mais fácil, uma vez que basta esperar o inimigo abrir a guarda para desferirmos ataques por meio de sequências de socos ou tapas. O mesmo não se pode dizer das seções de tiroteio do jogo que, devido aos péssimos controles, tornaram-se frustrantes. Assim como em Arizona Sunshine, o jogador deverá utilizar a mira acoplada ao longo do cano da arma para mirar seus disparos, algo que apesar de realista, é problemático, pois a menor respiração pode alterar o percurso do projétil.

Felizmente, não há um limite de munição e recarregar as armas é algo surpreendentemente prazeroso, graças ao realismo na atividade presente em cada arma disponível. Por exemplo, ao recarregar um revolver, é necessário abrir o tambor de munição do mesmo, sacudi-lo para que a munição usada caia, para só então inserir novas balas. Já com uma escopeta, é preciso engatilhar a arma entre os disparos e inserir suas cápsulas individualmente no tambor.

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Os controles são péssimos e não respondem bem aos comandos do jogador e tudo é realizado por meio de um par de PlayStation Moves que controlam cada uma das mãos do nosso personagem. Algo simples como pegar um lápis no chão se torna um pesadelo, uma vez que cada botão é responsável por uma ação diferente e muitas vezes acabam confundindo o jogador ao longo da experiência.

O PS Move da mão esquerda é responsável pela movimentação e oferecendo funcionalidades como andar, correr, abaixar e virar para qualquer direção. O jogo dispõe de três formas de locomoção: podemos teleportar pelo cenário à vontade por meio do botão central do controle, usar de uma variação desta para alternar entre cenários específicos ou simplesmente segurar o gatilho para que o personagem ande para frente. Esta última pode causar desconforto e enjoo nos jogadores menos experientes com a realidade virtual. Já com o PS Move direito podemos interagir com diversos itens pelo cenário, como abrir portas, coletar evidencias do chão, ligar lanternas, etc. Caso o jogador deseje, é possível alternar as funcionalidades entre os Moves para uma melhor adaptação.

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Os gráficos do jogo continuam belíssimos, mesmo tendo sua resolução reduzida para se acomodar ao headset VR. L.A. Noire: The Vr Case Files é certamente uma das experiências mais bem detalhadas que já presenciei no VR nesta geração, entregando gráficos repletos de texturas bem trabalhadas e que dão vida à Los Angeles da década de 40. As animações mantêm a altíssima qualidade presente tanto no jogo original quanto em seu remaster. Vale lembrar que todas as animações foram produzidas com captura de movimentos, tecnologia que na época ainda era pouco utilizada em jogos com teor cinematográfico.

Em relação à trilha sonora, não é mais possível escutar às frequências de rádio enquanto dirigimos, e muito da trilha sonora original foi removida. Isso acaba removendo parte do clima de cinema noir que o jogo original possuía, apesar de não afetar o produto como um todo. Há inúmeros bugs e glitches presentes, sendo a sobreposição dos modelos 3D o mais comum deles, criando situações bizarras e hilárias de personagens atravessando outros.

Veredito

Apesar de seus controles problemáticos e falta de polimento, L.A. Noire The VR Case Files é um jogo obrigatório para aqueles que tiveram a oportunidade de jogar o título original.

Jogo analisado no PS4 padrão com código fornecido pela Rockstar Games.

Winz.io

Veredito

75

L.A. Noire: The VR Case Files

Fabricante: Rockstar Games

Plataforma: ps4

Gênero: Ação

Distribuidora: Rockstar Games

Lançamento: 24/09/2019

Dublado:

Legendado:

Troféus:

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Veredict

Despite its troublesome controls and lack of polish, L.A. Noire The VR Case files is a must-have title for those who have had the opportunity to play the original title.