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Call of Duty: Modern Warfare 3 – Review

O advento anual inevitável no mundo dos games, também conhecido como Call of Duty, sempre acontece com uma boa dose de sorte e surpresa. Algumas decisões quanto ao lançamento e produção desses são questionáveis, enquanto outras acabam tendo sorte por diversos fatores. O relançamento de Modern Warfare tem sido, até agora, positivo em diversos aspectos graças ao timing e situação da comunidade. Entretanto, Modern Warfare 3 vem provar que não há sorte o suficiente para salvar o jogo do rótulo de um dos piores lançamentos da franquia.

Talvez seja necessário pontuar alguns fatores que impactam fortemente no resultado final de MW3. O tempo de desenvolvimento extremamente curto, exigências em excesso dos estúdios, falta de planejamento no cronograma por parte da publisher e a quebra do ciclo de produção entre os estúdios são alguns motivos que precisam ser considerados ao se deparar com o resultado final. Se formos observar tudo o que é entregue mediante tantos desafios, quase afirmo que, no fim, o trabalho da Sledgehammer é um milagre em alguns pontos.

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Mesmo assim, jogar todos os problemas do jogo sobre essas muletas é algo que não podemos deixar apenas nisso. Toda a estrutura de Call of Duty: Modern Warfare 3 é baseada na estrutura de Call of Duty: Warzone, o que fica claro quando adentramos em cada um dos modos de jogo disponíveis. A começar pela campanha, que talvez seja a grande decepção aqui, os que esperavam um avanço ou desfecho da força tarefa 141 sobre os eventos de terrorismo mundial vão ficar decepcionados.

A história vai girar ao redor do retorno de Vladimir Makarov e suas ações extremistas para causar terror no mundo moderno. Os motivos do vilão? Talvez nem ele mesmo saiba e parece que tudo é jogado em cima do clássico “deixe o mundo queimar”. Subtramas e eventos globais envolvendo rixas entre países que adoram uma treta colocam o time da 141 de volta em ação e loucos por eliminar Makarov. Espere ver os tradicionais personagens da franquia tomando decisões, sofrendo consequências, bancando heróis e caindo em plot twist mais previsíveis que nunca.

O grande problema da campanha não é necessariamente sua história sem muito interesse e evolução, que serviu mais para realizar uma introdução de Makarov nesse reboot e criar tramas para um futuro, mas sim a estrutura totalmente errada e que parece se basear apenas em entregar mapas abertas com objetivos desinteressantes como se fosse uma espécie de partida de Warzone com cutscenes mais elaboradas.

Como opinião totalmente pessoal, eu ainda gostei da campanha pelos poucos momentos interessantes na história relacionados aos personagens em si e algumas missões que destoam dessa forma aberta de entregar objetivo ao jogador. Apesar disso, não dá pra negar que a qualidade decaiu bastante quando comparamos à campanha de MW em 2018. No fim a trama fica desconexa mesmo do jogo anterior e faria mais sentido se realmente fosse uma DLC de história para MW2, o que englobaria tramas em paralelo para assim esperar um desfecho digno num hipotético MW3 daqui alguns anos. Dependemos agora de um inédito MW4 ou, o que seria ainda pior, temporadas em Warzone ou atividades paralelas para contar a evolução de alguns personagens, como se já não bastasse o retorno de Alex ficar restrito a isso.

No fim, para os que se interessavam totalmente pela história, a decepção é gigante. A estrutura geral é ruim e isso pode ser visto com coisas que jamais fariam sentido em missões de equipes e especialistas militares, como upgrades de coletes ou armas especiais que saem de caixas chamativas, design de missões sem lógica associada com uma narrativa sem coesão, uso raso de um dos maiores vilões da franquia e uma trama que pouco se desenvolve são os grandes traços negativos aqui.

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Não que qualquer COD tenha sido fundamentado apenas pela sua campanha, mas ainda que isso seja importante para ditar mesmo a ambientação do jogo como um todo, vemos ainda que o resultado de um título apressado é visto comumente em todos seus modos de jogo. Seja no multiplayer competitivo ou no modo zombies, o título peca bastante ao entregar uma experiência incompleta, desinteressante e, principalmente, longe do refinamento esperado para um projeto assim.

O modo zombies, aqui chamado de Modern Warfare Zumbis ou MWZ, é quase uma reskin de Warzone com zumbis, sem muito retrabalho ou a originalidade pelo qual o modo ficou conhecido. Num mapa que mais parece um parque temático para soldados irem e coletarem recursos ou realizar “missões” durante a estadia, o jogador cai de paraquedas para tentar se divertir na correria de avançar a pontos mais distantes e colher recompensas melhores. Após dezenas de horas de tentativas nisso, conseguindo alguns equipamentos melhores e novas skins de roupas e armas, lute contra o boss final de uma campanha qualquer que foi jogada no modo. Com pouco atrativo além do cooperativo para 3 jogadores, adentrar as mais de 30 horas para finalizar essa campanha é tarefa das mais indesejáveis para os esforçados de plantão.

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Óbvio que jogadores esperam novidades e melhorias sempre que um novo título da sua franquia preferida é lançado, mas após jogar vários modos diferentes do zombies da Treyarch, confesso que o atual de MW3 é algo bastante desmotivador. Praticamente apelando para a megalomania de escalonar tudo ao extremo, tudo de zombies vai se resumir a correr, coletar e fugir enquanto acumular recursos sem muito objetivo de diversão.

Talvez como o modo mais atrativo para todos os jogadores de COD, o multijogador competitivo costuma ser sempre a estrela de cada novo lançamento. Como já disse em outras análises, meu estilo de jogo preferido para competitivos FPS é um tanto quanto diferente do que COD sempre apresentou e, por isso, talvez tenha gostado bastante do MW de 2018. Mais cadenciado, maior fator teamplay, mapas maiores ou que favorecessem partidas por objetivos era o que mais me atraia. Após isso, Tanto Cold War, Vanguard ou MW2 seguiram por outro caminho e, em questão de estilo, MW3 vai por aí também.

 

Grandes mudanças foram notadas desde a beta e agradou alguns jogadores, como movimentação mais dinâmica, comandos e cancels mais acelerados, TTK (time to kill) no padrão clássico da franquia e customização de equipamentos são mais condizentes com o que os jogadores procuram. Em resumo, COD precisa ser rápido e acelerado pela exigência de seu público e mudar isso é nadar contra a corrente. A beta serviu para mostrar que esses fatores iriam agradar ao público e, de certa forma, não desapontou.

A questão negativa fica pelo polimento do multijogador como um todo e, com isso, a visão de que nem no seu modo mais famoso COD conseguiu se sobressair. Ainda que se baseie na nostalgia pelos mapas clássicos, um grande arsenal e diversas opções de customização, no fim o jogo tem um progresso quase que exclusivo apenas para customização visual. Se o carnaval de firulas não for seu atrativo, pode desistir por aqui já que o objetivo mais é conseguir uma skin para seu soldado ou um efeito reluzente para sua arma preferida. A entrega da motivação do jogador apenas para a parte individualista e cosmética do jogo é ainda mais afetada por muito disso ficar restrito ao sistema de passe de batalha.

Quanto ao estado do multijogador o problema é ainda maior. De alguma forma, problemas que poderiam ser resolvidos após a beta e feedback dos jogadores acabam surgindo recorrentes e, talvez, até piores. Netcode do jogo, pela primeira vez que vejo tão severo em um COD, entrega oscilações gritantes de conexão, erros de criação de lobby e crossplay. Ainda há os tradicionais problemas de balanceamento e melhorias do arsenal. Entretanto, os maiores problemas persistem no design de mapas ruins e um sistema de renascimento terrível. Em algum momento eu questionei se não era a minha conexão com a internet e, mesmo após resets e tendo testado em outros jogos multijogadores, consegui verificar que não era esse o caso.

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Algumas partidas são sofríveis e quase sempre pelo problemas de conexão e mapas ruins com sistema de spawn beirando o ridículo. Chega a ser mais teste de paciência de quanto tempo um jogador consegue eliminar inimigos e morrer no mesmo ponto para renascer de frente para o mesmo inimigo ou de costas para um outro sem qualquer motivo. Não há um balanceamento sequer de forma geral e vários mapas sofrem desse problema, mesmo após alguns terem sido retirados de algumas listas já no dia de lançamento.

Algo que é um problema nítido já há alguns anos é a interface sofrível do jogo. Desnecessariamente confusa, repleta de submenus, poluída ao extremo, lenta em diversas ocasiões e ainda pouco funcional são só algumas das queixas aqui. A cada novo lançamento conseguimos ver que a capacidade em surpreender negativamente com uma nova interface é sempre superada, deixando o jogador à mercê de vasculhar vários menus por um longo tempo para qualquer entendimento que poderia ser alcançado de forma simples.

Call of Duty: Modern Warfare 3 não era o jogo esperado para 2023. Antes de qualquer rumor sobre uma DLC para o jogo anterior ou o anúncio com o entendimento de que esse plano acabou se tornando um jogo final, nenhum jogador almejava intercalar 2 jogos da mesma subfranquia assim. Infelizmente o resultado final é bem abaixo e repleto de reutilização para ser um produto completo vendido a preço cheio. Disfarçado de alguma nostalgia com mapas clássicos e parte do arsenal provenientes de outros jogos, assim como o sistema cosmético que dita uma progressão sem muito sentido, o conteúdo geral de MW3 é uma decepção no fim das contas. Sem qualquer originalidade ou atrativo direto para seu próprio público além do de ser um novo título em mais um ano de lançamento planejado, talvez seja um dos poucos COD’s que realmente é passável e que possa ser desconsiderado da lista da sua base de jogadores.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Activision.

Winz.io

Veredito

Call of Duty: Modern Warfare 3 erra em praticamente todos aspectos possíveis, desde a campanha com design duvidoso e história rasa, ao modo zumbis desinteressante e até seu clássico modo multijogador competitivo entregando muito aquém do esperado. Pouco realmente é original e o jogo mais parece uma reutilização de partes de Warzone para criar um produto novo a ser vendido a preço cheio.

50

Call of Duty: Modern Warfare 3 (2023)

Fabricante: Sledgehammer Games

Plataforma: PS4 / PS5

Gênero: Tiro em Primeira Pessoa (FPS)

Distribuidora: Activision

Lançamento: 10/11/2023

Dublado: Sim

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina no PS4)

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Veredict

Call of Duty: Modern Warfare 3 makes mistakes in practically every possible aspect, from the campaign with questionable design and shallow story, to the uninteresting zombies mode and even its classic competitive multiplayer mode, delivering much less than expected. Little is really original and the game looks more like a reuse of parts from Warzone to create a new product to be sold at full price.