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Bulletstorm

Em uma indústria que procura cada vez mais se mostrar séria e madura, Bulletstorm parece ser um passo atrás. Com piadas infames e violência absurda, Bulletstorm é tão juvenil que parece um filho perdido de Duke Nukem – e funciona excelentemente, possivelmente pelas mesmas razões de "The Duke".
 

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A Epic Games é bastante conhecida por trabalhos excelentes como Gears of War e a série Unreal. Já a People Can Fly é mais conhecida por ser a desenvolvedora de Painkiller e pelo port para PC de Gears of War, e atualmente, é parte da Epic. São duas produtoras talentosas e que sabem fazer Shooters, então não é por acaso que Bulletstorm estava sendo aguardado com muita ansiedade.
 
Em Bulletstorm, você é Grayson Hunt. Gray é um ex-"space marine" e o comandante de uma pequena tripulação que, com ele, soma 4 homens. Os quatro estão fugindo/caçando um General chamado Sarrano, que os usou para matar inocentes no passado. Encontrando a nave de Sarrano, Gray decide arriscar tudo para abater o General ali mesmo, e quando tudo parece dar errado, ele tenta uma última manobra suicida, jogando sua nave sobre a de Sarrano. A situação apenas piora e todos caem em um planeta de habitantes hostis. 2 membros do esquadrão de Gray morrem e Ishi, o terceiro, fica seriamente machucado, necessitando de partes robóticas para continuar vivendo. Cheio de remorso, Gray promete a Ishi que vai achar uma forma de tirá-lo dali, e enfim começa sua jornada.
 

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Confesso que a primeira impressão de Bulletstorm, se você não sabe nada do jogo, é um pouco desapontante. Um grupo de "space marines" másculos e fortes que buscam vingança e redenção enquanto despacham inimigos em combates metódicos com covers da altura de suas cinturas invoca apenas uma palavra: genérico. E felizmente, essa impressão inicial logo some.  O tom sério do enredo logo é abandonado em favor de piadas com genitálias, insinuações sobre a virilidade de um ou outro personagens e xingamentos absurdos. O tema, aparentemente sério, parece sair pela janela e só dá as caras novamente no final do jogo. Este "meio" em que Bulletstorm, que já não se leva muito a sério, assume seu lado bobo e imaturo é genialmente divertido. Bulletstorm pode parecer um shooter genérico, mas é quando você adquire a Leash – um laço energético que puxa inimigos para perto de você ou os arremessa no ar, e é apropriadamente chamado pelo jogo de "seu novo melhor amigo" – e é ensinado a puxar seu inimigo distante contra um cacto para matá-lo (e vê as palavras "Voddoo Doll" parecendo logo depois) que você entende que há algo diferente aqui. Esse diferencial do gameplay é também o lema do jogo – "kill with skill". Diversão – Bulletstorm vive apenas desta palavra.
 
Se você está jogando Bulletstorm como um jogo de tiro qualquer, pode ter certeza: você está fazendo do jeito errado. Bulletstorm não premia o conservadorismo, e sim a ousadia. Ficar em cover recuperando sua energia é uma forma de progredir, mas Bulletstorm espera mais – ele quer que você saque seu lançador de minas e corte os inimigos ao meio com seu tiro secundário, para depois usar o Leash para jogar 5 inimigos para cima e disparar o tiro secundário da pistola para explodir todos ao mesmo tempo, para enfim voltar ao tiro normal da mesma e eliminar o resto da oposição que arde em chamas. Bulletstorm faz uso de um sistema único de pontos chamado "Skillshots" – a regra geral é que, quanto mais estilosa a morte, mais pontos você ganha para gastar com armas e upgrades.
 

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As armas são um show à parte. Lembrando jogos como Painkiller e Time Splitters, elas são absurdas (o ataque físico do jogo é um chute que deixa os inimigos flutuando, só para começar), engenhosas e engraçadas. O rifle de assalto inicial logo dá lugar a um lançador de minas, uma shotgun de 4 canos, uma sniper cuja bala pode ser controlada e outras. Além dos Skillshots relacionados aos ambientes e os gerais, cada arma possui um pacote próprio de Skillshots – prender um inimigo no chão com um Drill destrava o Skillshot Break Dance, por exemplo (e é simplesmente impagável), enquanto atirar nos testículos do inimigo com a sniper destrava "Nut Cracker". São 131 skillshots diferentes, e as combinações possíveis para executá-los são vastas, garantindo que o combate nunca caia na mesmice e tédio – se existe uma coisa que Bulletstorm não é, esta com certeza absoluta é "genérico".
 
Bulletstorm não é particularmente difícil (afinal, os inimigos estão lá para morrer das mais variadas formas possíveis), mas possui uma boa duração. A Campanha pode demorar entre 8 e 10 horas, e é o ponto forte do jogo, com seus personagens carismáticos e diálogos divertidos. Aumentadno suas opções, temos Echoes e Anarchy. Echoes é como um "Score Challenge" que recicla as várias partes da Campanha em sessões menores, em que o jogador deve atingir uma certa pontuação para ganhar estrelas. Este modo conta com Leaderboards e é um ótimo desafio, mas sem os diálogos do modo História, sempre dá a impressão de faltar alguma coisa. Anarchy é uma espécie de Escalation para qualquer número de 1 a 4 jogadores, com 20 ondas sequenciais de inimigos sucessivamente mais fortes para você sobreviver. Anarchy coloca o jogador como um dos membros dos Echoes de Sarrano em treinamento, e é divertidíssimo – especialmente com o general ofendendo o jogador das mais variadas formas durante as ondas. Echoes e Anarchy são divertidos, e como Bulletstorm não conta com Multiplayer competitivo nem camapnah em Co-op, se você quiser estender a vida do jogo, terá que ser por uma destes dois modos.
 
Graficamente, Bulletstorm não faz feio. Seus personagens são bem-feitos (ainda que apresentem aquele aspecto meio "boneco de plástico) e os cenários são vastos (ainda que bem lineares) e muito coloridos. As mortes são bem nojentas e incluem sangue e pedaços de inimigos para todos os lados. As armas são muito bem construídas, os efeitos de luz e partículas são ótimos e  o jogo roda sem slowdowns – o que é uma necessidade para que a ação continue frenética. Resumidamente, Bulletstorm é definitivamente agradável aos olhos, ainda que não seja nenhuma revolução gráfica.
 

 
A dublagem conta com vozes conhecidas, como Jennifer Hale (nossa adorada "FemShep") dublando Trishka e Steve Blum (Ares em God of War) como Grayson, e as músicas são discretas, mas funcionais. É o script, porém, o diferencial do jogo. Bulletstorm parece saído diretamente dos anos 90 e é propositalmente imaturo – e essa é grande parte da graça do jogo. Piadas com genitais são jogadas a torto e à direita, bem como palavrões sem motivo e trocadilhos absurdamente infames. A quantidade de vezes que a palavra "dick" aparece e é usada em combinação com outras é desconcertante, e fazem rir pelo puro absurdo formado ("dicktits", "what the dick", "you scared the dick out of me", "I will kill your dick" e muitas, MUITAS outras). O humor imaturo do jogo também não é feito apenas de palavrões e absurdos, e insinuações (tanto hetero quanto homo) sexuais são abundantes e sempre engraçadíssimas. Dois momentos memoráveis vêm à mente – o primeiro encontro com Trishka e a discussão de Gray e Ishi no elevador, ambos impagáveis. Sabem a piada que é tão ruim que você acaba rindo? Bulletstorm caminha por aí – o jogo se esforça tanto para ser ridículo (no bom sentido) que acaba conseguindo, e seus diálogos divertem demais.
 
O ponto mais baixo de Bulletstorm é de longe sua conexão online – ou aparente falta da mesma. Anarchy frequentemente apresenta problemas de conexão, o que inclui incapacidade de colocar o jogador dentro de uma partida, chutá-lo de uma sala quando acha (e acredite, isso é RARO), travar durante a procura de partidas, colocar o jogador em uma tela de loading infinita, enfim… um horror. O leaderboards de Echoes também padece de uma demora inaceitável. Até hoje, 1 mês depois de pegar o jogo, eu só consegui jogar Anarchy no Quick Match UMA vez, e fui kickado logo no início da partida. Por outro lado, os Private Matches nunca apresentaram problemas, então menos mal.
 

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Bulletstorm é um jogo que parece ter saído dos anos 90, e talvez seja justamente isso que o separa dos outros Shooters. Não é um redefinidor de gêneros, mas a proposta "kill with skill", o gameplay rápido e os diálogos divertidíssimos dificilmente podem decepcionar alguém. No que se propõe a fazer, Bulletstorm é espetacular.
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