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The Coma 2: Vicious Sisters – Review

Você já ouviu falar da Devespresso Games? Ele é o estúdio responsável pelo dificílimo Vambrace: Cold Soul e claro, pela série The Coma. Com esse portfólio, ficou um tanto quanto óbvio que The Coma 2: Vicious Sister não mudaria muito o seu estilo gráfico e mecânicas, e é isso que o torna tão “excêntrico”, de certa forma.

Antes de seguirmos com as impressões sobre esse título, é interessante colocar que The Coma 2 possui três gêneros distintos: história interativa, terror e adventure. Os elementos estão misturados e podem ser identificados na forma como tudo é narrado e em como você interage com o ambiente a sua volta.

Os gráficos foram melhorados se compararmos com o primeiro jogo, além do gameplay ter ficado muito mais intuitivo. Mas será que isso foi o suficiente para tornar The Coma 2: Vicious Sisters melhor que seu antecessor?

The Coma 2
A quantidade de fósforos espectrais que você pode carregar aumenta conforme avança. Fonte: PS4 Share

The Coma 2: Vicious Sisters conta a história de Mina Park, uma estudante do colégio Sehwa (palco dos eventos passados) que “perdeu” seu melhor amigo para um coma estranho e repentino. No dia do ocorrido, ele segurava uma espécie de amuleto com a foto de uma garota dentro, fato que deixou Mina intrigada e confusa.

Enquanto aguarda a recuperação de seu amigo, Mina vive aqueles famosos dramas clichês adolescentes do colégio, onde precisa, por exemplo, decidir se quer ou não continuar saindo com o garoto mais popular do time de futebol.

Durante a noite do eclipse sangrento, Mina se vê sozinha na escola e acaba encontrando um tipo de altar que, de alguma forma, se conecta com o amuleto que ela adquiriu de seu melhor amigo, que a transporta para o mundo do COMA.

É, eu sei. A história não é nem um pouco convidativa, certo? Isso se deve ao fato de que The Coma 2 atinge um público muito específico, que é aquele que já jogou o anterior. Tudo começa muito rápido e de forma abrupta, como se já conhecêssemos aquilo que o título está oferecendo naquele momento. Porém, existe uma história por trás e é preciso entender o seu significado.

Para começar uma explicação básica, o COMA é como um “mundo invertido”. Todas as pessoas possuem uma espécie de sombra que acabam expondo os desejos e verdades de sua versão no “mundo dos despertos”.

Nesta realidade existem todos os tipos de sombras, desde aquelas que se perderam no COMA, até aquelas que entraram num estado “vegetativo” de lembranças. De forma geral, todo mundo sempre está buscando algo aqui dentro.

Embora pareça que essas sombras sejam inimigas, nem todas buscam te prender nesta dimensão por toda a eternidade. Muitas delas, inclusive, te ajudam com dicas valiosas ou estão lá apenas para um bate-papo casual.

The Coma 2
Existem NPCs que aparecem durante o objetivo principal e desaparecem em seguida, como se nunca tivessem existido. Fonte: PS4 Share

Assim como em qualquer outro jogo que transporta o protagonista a outro mundo, o objetivo principal de Mina é sair do COMA, porém, como diz o subtítulo, existem as chamadas Vicious Sisters (Irmãs Perversas), que vão tentar impedir a todo custo que ela saia viva deste lugar.

Para ajudá-la nesta jornada, o jogador precisará resolver alguns desafios de cada um dos seis cenários existentes, que às vezes consistem em ligar o gerador da região ou pegar um cartão de acesso “master” para alcançar outras áreas. Porém, em determinados momentos será preciso pegar itens para criar um equipamento específico para aquela parte da jornada, como uma arma de choque, por exemplo.

Embora possa parecer pouco, os seis cenários acabam tomando muito tempo com suas idas e vindas. Às vezes você descobre algo na delegacia que te leva de volta para o colégio, e que no fim, te leva de volta para a delegacia e te manda para o mercado. Isso pode ser um tanto irritante depois de algum tempo, principalmente pela sensação constante de “eu já passei por aqui”.

A sensação de repetição se deve ao fato de os cenários serem, basicamente, extensos corredores iguais. Existe um mapa para cada área, e embora ele marque os pontos de salvamento, objetivo e buracos de minhoca (que transportam para outros lugares rapidamente), acaba não deixando algo muito importante à mostra: as portas trancadas.

Mais a frente será possível conseguir objetos que abrem portas antes bloqueadas, seja por um código ou algum obstáculo. Porém, como dito anteriormente, o mapa não marca quais são essas portas, e após você passar por tantos lugares, corredores e salas, acaba esquecendo completamente o que havia no cenário anterior. Isso te obriga a dar inúmeras voltas e a encarar desnecessariamente as Vicious Sisters ou alguns outros inimigos.

Como tocamos no assunto inimigos, é importante enfatizar que a perseguição pelas Vicious Sisters é um tanto quanto frustrante. Por ser uma história interativa, é preciso fazer Quick Time Event (QTE) para prender a respiração e impedir que ela te encontre nos esconderijos como armários, banheiros e outros. Além disso, é preciso ficar muito atento a stamina de Mina, pois caso ela corra demais, acaba abrindo uma abertura muito grande para ser morta com apenas um ataque.

As salas de gravação não servem como Safe Rooms e a interação com objetos não impedem que qualquer inimigo te ataque. Isso pode existir para, talvez, aumentar a dificuldade do jogo, mas ao mesmo tempo acaba sendo frustrante. É possível desviar dos ataques com o L2, mas isso consome uma grande quantidade de stamina e, se usado de forma errada, lhe concede um belo Game Over.

Em determinado momento, a Vicious Sister mudou de aparência num cenário específico, porém, isso aconteceu apenas uma vez. Fonte: PS4 Share

Nessa constante batalha de Mina contra os espectros do COMA, os itens não poderiam deixar de existir, certo? Como a personagem não pode atacar ninguém, os consumíveis acabam sendo seus melhores amigos. Eles são baseados em recuperação de HP, stamina, cura para veneno e spray de pimenta. Esse último, inclusive, é extremamente útil para escapar do 1 hit kill das Vicious Sisters.

No começo, Mina tem disponível apenas quatro espaços para guardar os itens, mas é possível aumentar esse número ao completar uma missão extra. Com o R3 você escolhe os itens que quer usar e com o L1 consome. Pode não parecer à primeira vista, mas esses comandos ajudam bastante nas perseguições.

Existem duas formas de conseguir itens no mundo do COMA: comprando nas máquinas ou pegando dos objetos pessoais jogados pelos cenários. Esse último método exige que você vasculhe o ambiente com o isqueiro aceso, caso contrário, Mina não consegue interagir.

Além dos itens que ficam dentro de malas e caixas, também existem aqueles que estão sendo guardados por sombras possessivas. Esses espíritos são pessoas que não conseguiram se desapegar das coisas materiais que deixaram, por isso, para conseguir acessá-los será preciso usar o fósforo espectral, que pode ser tanto encontrado no mapa, quanto adquirido nas máquinas.

Existem documentos que liberam novas áreas em cenários passados. Fonte: PS4 Share

Como não poderia deixar de ser, também existem NPCs que tentam ajudar Mina a sair do mundo do COMA, como os chamados Ghost Vigilantes (Vigilantes Fantasmas), que agem como “caçadores” e estão tentando prender as Irmãs Perversas dentro desta dimensão.

Esses Vigilantes podem ser muito úteis no decorrer do jogo, pois após você receber um Celular Espectral (único telefone que funciona neste mundo), é possível conseguir dicas chave que te guiarão para o objetivo correto.

Também existem outros NPCs que te dão dicas valiosas, mas para consegui-las, será preciso concluir algumas missões bem bobas. Aliás, os diálogos que precedem essas sidequests são bem aleatórios e não fazem sentido algum e parece que só está lá para fazer volume, e isso pode ser um problema, pois não dá identidade aos personagens.

Em meio a elogios e críticas, The Coma 2: Vicious Sisters possui dois grandes problemas, e eles estão atrelados à repetição e falta de imersão. Embora o jogador esteja fazendo coisas diferentes no mesmo cenário, ele sempre terá a sensação de que nada mudou. Tudo é tão igual o tempo todo, que acaba confundindo.

Embora o jogo traga um visual muito mais bonito e mecânicas mais intuitivas que seu antecessor, ele não consegue prender quem nunca o jogou antes. Para tentar chamar a atenção de diferentes públicos, o título conta com opção de legenda em português e alguns DLCs de Skins, mas não espere mais do que isso.

Jogo analisado no PS4 Pro com código cedido pela Headup Games.

Winz.io

Veredito

The Coma 2: Vicious Sisters é destinado a um público muito específico. Ele é muito diferente na proposta e pode não agradar aqueles que buscam um jogo que foge dos padrões. Mesmo com seus dois finais alternativos, ele acaba ficando maçante depois de algumas poucas horas.

70

The Coma 2: Vicious Sisters

Fabricante: Devespresso Games

Plataforma: PS4

Gênero: História Interativa

Distribuidora: Headup Games

Lançamento: 19/06/2020

Dublado: Não

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina)

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Veredict

The Coma 2: Vicious Sister is a game designed for specific players. It has a very different proposal and it might not please those that are looking for something different from standards. Even with two endings, it gets dull after a few hours.


Rui Celso
Rui Celso
Jornalista que decidiu se aventurar no mundo gamer desde o tempo em que as revistas eram a principal fonte de informação deste mundo do entretenimento. Hoje eu expandi meu universo e também faço parte do backstage deste universo atuando como Assessor de Imprensa. Só pra constar: Paper Mario é o meu jogo favorito da vida.