O PlayStation Vita é um excelente portátil, possuindo um hardware incrível. No entanto, todos sabemos da luta que existe para que ele se sobressaia no mercado, seja no Japão ou no Ocidente. 2013 foi um ano com grandes lançamentos para o Vita, mas não foi ainda desta vez que ele decolou.
Uma coisa é mito: o Vita possui, sim, muitos jogos e de ótima qualidade. Não há muitos títulos das franquias de peso tradicionais, seja das third-parties ou da própria Sony, mas há uma grande quantidade de títulos independentes e de IPs (propriedades intelectuais) novas que nenhum outro console possui. E mais: seu irmão mais velho, o PS3, tornou-se um ótimo parceiro com as compras Cross-Buy (compre uma versão, ganhe a outra) e alguns títulos com Cross-Play (jogue com pessoas em qualquer dos dois consoles) e Cross-Save (seu jogo salvo em uma versão pode ser usado na outra).
Com a chegada do PS4, o Vita só aumenta ainda mais suas características de destaque com o Remote Play, que permite que vários títulos de PS4 possam ser usufruídos no portátil. Agora é torcer para que o portátil seja mais bem visto pelas grandes produtoras para que em 2014 ele possa superar a grande oposição que tem enfrentado de plataformas concorrentes.
Mas antes disso, vamos relembrar os 10 melhores jogos para o Vita de 2013. Essa é uma lista elaborada pela nossa equipe e que reflete a nossa opinião sobre os nossos jogos favoritos do ano passado. Tenha em mente de que essa é uma escolha totalmente subjetiva, baseada nas escolhas dos membros da nossa equipe, e que você tem todo o direito de discordar dela.
Ao longo da semana entre 06/01 e 10/01 nós divulgamos dois jogos por dia, começando no dia 06 pelo 10º e 9º colocados, em contagem regressiva para o Jogo do Ano do portátil. Agora, findada a semana, temos a lista completa com o Top 10 jogos do Vita em 2013.
Vamos aos ganhadores:
Dead or Alive 5 saiu no PS3 depois de um longo hiato nas plataformas PlayStation e logo depois, recebemos sua versão Plus no Vita e a jogabilidade não sofreu nada com a transição para um ambiente portátil. No Vita recebemos ainda mais conteúdo e a grande vantagem da portabilidade. Entre as várias dificuldades do modo arcade, dezenas de lutadores e centenas de destraváveis, esse é um jogo de luta que vai continuar oferecendo mais e mais conforme você joga. Dead or Alive 5 Plus é perfeito para jogadores casuais que gostam de um jogo de luta de vez em quando, mas também possui bastante profundidade para agradar os fãs dedicados da série. – Luís Guilherme // Confira a nossa análise do jogo.
Dragon's Crown é o Golden Axe dessa geração com um toque de RPG. É um jogo divertido, extremamente bonito e com uma bela trilha sonora. Você escolherá um personagem entre as diferentes classes, cada uma com seu estilo de ataque e movimentos, e partirá em uma jornada em dungeons que possuem dois caminhos. Cada caminho, que será explorado por você durante a história, leva a um chefe diferente – chefes esses que também são variados e criativos. O sistema de batalha é bastante simples e, apesar de demorar um pouco para abrir, o multiplayer de Dragon's Crown é uma das coisas que você mais aproveitará. Após o seu lançamento e até recentemente, o título recebeu vários patches com diferentes adições, incluindo características grandes como cross-play (jogue com os donos de PS3) e uma nova dungeon para aqueles que já haviam aproveitado tudo. Apesar de estar apenas em nono em nossa lista, Dragon's Crown é um título obrigatório para os donos de Vita. – Ivan // Confira a nossa análise do jogo.
Spelunky é um jogo muito difícil, muito desafiador e extremamente viciante. A aprendizagem por repetição fará de você um jogador melhor, e os desafios sempre novos oferecidos pelas fases geradas aleatoriamente não deixam que o jogo pareça repetitivo. A versão de Vita permite que você jogue a qualquer momento e em qualquer lugar, e a bela tela OLED do portátil faz tudo parecer mais bonito. Spelunky é uma ótima experiência e um jogo que merece ser conferido por todos. O importante é não ter medo da morte. Ela será a sua maior companheira aqui. – Bruno // Confira a nossa análise do jogo.
Velocity Ultra é um jogo sensacional e é facilmente um dos melhores shooters dos últimos tempos. Ele tem controles precisos, que respondem imediatamente quando você precisa deles, e roda a 60 quadros por segundo constantes. Alguns podem achar os gráficos simples, mas para mim eles servem bem ao seu objetivo, e as artes mostradas antes das missões são simplesmente lindas. Além disso, as músicas do jogo são boas demais e merecem até ser compradas para ouvir fora do videogame. Velocity Ultra é um jogo que pode te entreter por 5 minutos ou por 5 horas, e você sempre vai ficar querendo mais. – Bruno // Confira a nossa análise do jogo.
Preocupar-se com elementos estruturais de jogabilidade e level-design, porém usá-los insistentemente para lembrar que estamos ali para nos divertirmos. Rayman Legends é uma ode à diversão. A equipe de Michel Ancel nos brindou com um dos melhores jogos de plataforma clássico de todos os tempos ao aliar diversão e compromisso artístico na medida certa. Libertar cada teensie em inúmeras situações diferenciadas, trilhar cada desafio musical, ritmado em melodia, corrida e salto milimétrico, subir num nível de grandiosidade, catando lums (milhares delas), desafiando-se toda a semana em sequências que estimulam o seu aprendizado no estilo e ainda assim se divertindo, aproveitando o aspecto longevo singular da sequência de Origins. Com a interação do Vita, acentuada no controle de Murfy, abusando das mais diferentes funcionalidades do portátil, Rayman Legends nos mostrou em 2013 que diversão também pode ser tratada como arte nos videogames. – Adriano // Confira a nossa análise do jogo.
Não havia como o Wii competir em qualidade gráfica com o PS3 ou o Xbox 360. A solução? Estilos de arte únicos e chamativos. Muramasa: The Demon Blade faz parte dessa leva de jogos que tentou algo diferente no visual. Com imagens estilosas que remetem à cultura japonesa, quem quer que comentasse sobre o jogo iria falar logo sobre os gráficos – ovação incomum no console em questão. E a dúvida pairava no ar – como eles ficariam em alta definição? Muramasa: Rebirth responde a essa dúvida uma geração depois e passando de console pra portátil. Não só os gráficos melhoraram, com imagens mais limpas e nítidas (e a resolução menor ajuda na transição), mas também os controles: controlar Momohime e Kisuke é muito mais confortável e prático e ter a tela a dois palmos de distância ajuda a entender melhor a ação frenética realizada. O Vita pode ter uma quantidade mais do que a desejada de ports e remakes, mas dentre eles todos, alguns como Muramasa: Rebirth se destacam e valem a (nova) incursão. – Gustavo // Confira a nossa análise do jogo.
Soul Sacrifice pode não ter sido o salvador do Vita em termos de vendas como Monster Hunter foi no PSP, mas ainda assim SS foi um ótimo jogo para o portátil. Soul Sacrifice é o tipo de jogo que quanto mais se joga mais ele vai te surpreender, seja com as opções de customização, com uma partida online ou com toda a história feita para trazer todo aquele mundo à vida. O tema central de fazer escolhas para poupar ou sacrificar os inimigos e a si próprio dá um aspecto único ao gênero. Com a expansão "Delta" sendo lançada em 2014, esperamos que a série venha a se firmar como um dos grandes nomes de RPG nos próximos anos. – Luís Guilherme // Confira a nossa análise do jogo.
Se existe um jogo que serve como vitrine das capacidades do Vita, este é Tearaway. Cria da Media Molecule, que dispensa apresentações com seu LittleBigPlanet, Tearaway usa e abusa do touchpad traseiro, da touchscreen, dos giroscópios e das câmeras do portátil da Sony, integrando-os à jogabilidade de forma que títulos como Little Deviants só poderiam sonhar em fazer. Além disso, o visual único inspirado em papel, aliado a personagens bonitinhos e um trilha sonora adorável fazem com que Tearaway seja simplesmente gostoso de se jogar. Mesmo que a câmera tenha momentos bizarros de frustração, nada apaga o brilho do novo título da MM – certamente uma das melhores adições à biblioteca do Vita. – Patrick // Confira a nossa análise do jogo.
Em tempos em que Igarashi não faz outro Castlevania 2D e mesmo a Nintendo parece ter abandonado o modelo antigo de mapas de Metroid, o gênero intitulado MetroidVania vive por meio de desenvolvedoras menores. Guacamelee! é um desses jogos. Mais que uma ode ao antigo, Guacamelee! representa o novo – seja pela ousadia em colocar um tema pouco explorado como o folclore mexicano, enquanto títulos de produtoras famosas repetem sempre as mesmas premissas, ou pelas dezenas de referências à cultura popular moderna, desde How I Met Your Mother até os infames memes da internet. O título da Drinkbox também faz algo que muitos jogos modernos têm esquecido – diverte a cada segundo. Não há um momento chato em Guacamelee!, um instante parado, uma cena de história que se arrasta demais, uma cutscene desnecessária, um segmento do jogo a abominar enquanto se considera uma segunda rodada do jogo. Isso porque o jogo abusa de um humor incomum – não só exagerado, mas inusitado; excelentes desafios de plataforma que, com checkpoints estratégicos, nunca chegam a frustrar; um estilo de arte diferenciado; e um combate inspirado na luta livre mexicana que permite ao jogador exercer a sua criatividade. ¡Que viva la lucha! – Gustavo // Confira a nossa análise do jogo.
Poucos jogos têm a capacidade de mexer com o jogador como Hotline Miami faz, e por isso ele é o nosso eleito como Melhor Jogo do Ano de 2013 do Vita. Os seus gráficos pixelados e de cores fortes e vibrantes remetem ao melhor que os anos 80 tinham a oferecer, gerando um impacto visual intenso a cada nova missão. A dificuldade, muitas vezes elevada mas nunca injusta, prende o jogador em uma fissura de querer completar a fase de qualquer maneira possível, seja com elegância e discrição ou com força bruta e simples. A trilha sonora é um espetáculo à parte, com músicas perfeitamente adequadas a cada momento do jogo, com faixas tranquilas para momentos de calmaria e outras eletrizantes para instantes em que o seu coração está disparado. A música de Hotline Miami é para ser ouvida fora do jogo, a qualquer momento e em qualquer lugar. Hotline Miami também recebe o nosso prêmio bônus de Melhor Trilha Sonora de 2013.
Mas é na sua premissa de ultra-violência, de mostrar o que há de pior no ser humano em momentos extremos, que Hotline Miami se destaca do restante. Você deve matar todos que encontrar pelo caminho, e cada morte é mais sanguinolenta e visceral do que a outra. Você corta inimigos ao meio com uma faca, prende a cabeça deles em uma porta e a bate até não sobrar nenhum pedaço inteiro, e coisas muito piores. A experiência de brutalizar outra pessoa, mesmo que pixelada em um videogame, gera uma satisfação imensa no jogador. Você mergulha no universo de Hotline Miami e não sabe até onde consegue afundar, e nisso vai percebendo um lado seu que talvez não conhecesse. Você gosta de machucar outras pessoas? Sim, e muito. Hotline Miami não tem uma mensagem explícita, uma lição de moral, e cabe a cada um que jogar descobrir a sua. Só tome cuidado: você pode não gostar do que encontrar. – Bruno // Confira a nossa análise do jogo.
– Menções honrosas –
Stealth Inc.: A Clone in the Dark, Thomas Was Alone e Ys: Memories of Celceta
Stealth Inc.: A Clone in the Dark, Thomas Was Alone e Ys: Memories of Celceta
– Escolha dos Usuários –
Em enquetes realizadas no site, nós perguntamos para os nossos usuários quais foram os seus jogos favoritos do Vita em 2013, assim como qual foi a melhor trilha sonora do ano para eles. Esses foram os resultados:
O que você achou dos premiados? Concorda ou discorda da lista? Qual jogo deveria estar nela e qual não deveria? Dê a sua opinião nos comentários! Mas sem perder os bons modos.
Participaram: Adriano Benedito Pasquini, Bruno Ferreira Machado, Gustavo Vitor Barbosa Bomfim, Ivan Nikolai Barkow Castilho, Luís Guilherme Machado Camargo e Patrick Seaba Guimarães.