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Spider-Man: Shattered Dimensions

 

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Jogos baseados em personagens de HQ têm uma tradição de mediocridade igualada, talvez, apenas pelos jogos baseados em filmes. Felizmente, existem exceções, como foi com Batman: Arkham Asylum (AA) em 2009, candidato fortíssimo a Game of the Year em todas as (inúmeras) listas em que esteve.  Spider-Man: Shattered Dimensions (SD) infelizmente não é nenhum AA, mas está bem acima da linha de mediocridade e é, certamente, um dos melhores jogos do Homem-Aranha em muito tempo.

Desenvolvido pela Beenox e publicado pela Activision, SD parte de uma premissa única em que você tem acesso a 4 Aranhas diferentes: o canônico, do Universo 616 (Amazing); o jovem Peter Parker de Ultimate Spider-Man (aqui no Brasil mais conhecido como o Homem-Aranha da série Marvel Millenium); Homem-Aranha Noir, uma série paralela iniciada em 2008; e Miguel O’Hara, o Aranha 2099 (da extinta linha 2099 da Marvel). A trama se inicia no Universo 616, quando o vilão Mysterio se infiltra em um Museu, buscando roubar um artefato místico chamado Tábua da Ordem e do Caos, para vendê-lo no mercado negro a um bom preço. Como era de se esperar, Mysterio logo se depara com o Escalador de Paredes, e na batalha que segue, a Tábua é partida, e seus fragmentos espalhados por várias dimensões. Como se trata de um artefato muito poderoso, o Amigão da Vizinhança é logo visitado pela Madame Teia, que o avisa do perigo dos fragmentos caírem em mãos erradas. Sem alternativas, o Escalador de Paredes, junto com suas versões paralelas, sai em busca das várias partes da Tábua. Se a trama parece algo que poderia facilmente ser baseada em/convertida para HQs, não se assuste: o responsável pelo enredo do jogo é Dan Slott, um dos atuais escritores de Amazing Spider-Man, e a história foi escrita para o jogo.

 

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Embora SD possua um tom mais aventureiro e leve (com exceção de duas fases, uma em 2099 e outra em Ultimate) do que as tensões que vêm acompanhando o Aranha nas HQs (vide: Sins Past, One More Day, Grim Hunt e tantas outras), o enredo faz bem o seu trabalho, em parte ajudado pela ótima interpretação dos personagens. Cada Aranha é interpretado por alguém que já dublou o Teioso em algum desenho animado: Neil Patrick Harris, que dublou o Homem-Aranha na série em CGi 2003, dubla Amazing; Cristopher Daniel Barnes, dublador na antiga série animada dos anos 90, dubla Noir; Dan Gilvezan, que dublou o Aranha em Spider-Man and His Amazing Friends, dubla 2099, e Josh Keaton, dublador na série The Spectacular Spider-Man (2008), dubla o Ultimate. Felzimente, não apenas os Aranhas brilham com suas dublagens. Os vilões também recebem talentos como Tara Strong (Drª. Octopus), David Kaye (Mysterio) e Nolan-sempre-ele-caramba-North (Deadpool). As músicas não ficam atrás, e embora não sejam nada memoráveis, não decepcionam. Para completar o delírio dos fãs, a narração é integralmente feita pelo mago Stan Lee (que não fazia isso desde Spider-Man 2: Enter Electro, nos idos de 2001).

Os 4 Aranhas não são diferenciados apenas por sua voz: com muito bom gosto por parte da Beenox, cada dimensão é tratada de forma bem diferente no que concerne a estética do jogo. Amazing e Ultimate são retratados com cores mais vibrantes e, mais importante, com uma boa dose de Cel-Shading (mais evidente em Ultimate), dando a impressão de se estar vendo uma HQ em movimento. Noir e 2099, por outro lado, possuem um tom bem mais realista, com o primeiro possuindo um tom de cor sépia e o segundo com tantas luzes e neons que pode ser desconcertante. O resultado é uma mistura muito boa, com cada Universo possuindo seu grafismo característico. Os Aranhas são muito bem modelados e se mexem como você esperaria que o Homem-Aranha se movesse, com uma atenção muito bem dada aos detalhes, desde o pulo que estamos acostumados a ver na HQ (com as pontas dos pés juntas) ao estilo de luta que combina a agilidade ímpar do Aranha com sua técnica própria. Os inimigos foram bem feitos, e os chefes são igualmente impressionantes, com destaques para o Homem-Areia, Escorpião e o Abutre.

Cada dimensão também é única devido a um mecanismo de gameplay diferente. Noir é a dimensão mais diferente, com um gameplay de stealth, em que seu objetivo é se esgueirar pelas sombras e eliminar a oposição um por um. Embora soe como uma cópia do Silent Predator de AA, a mecânica não é tão bem executada quanto em Batman, em especial pelos inimigos que aqui são MUITO mais estúpidos que no jogo do Morcegão. As outras 3 dimensões são bem mais orientadas ao combate, cada uma com sua peculiaridade.

 

 

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Ultimate, em completo contraste a Noir, coloca o jogador com o Simbionte contra hordas e mais hordas de inimigos, sem nenhuma sutileza. O diferencial de Ultimate está no medidor extra chamado Rage, que quando acionado, deixa os ataques do jovem Aranha mais rápidos e poderosos. O combate em 2099 é igualmente brutal, mas é mais rápido, com mais combos aéreos e belas seções de Freefall, em que o Aranha está fugindo ou perseguindo alguém literalmente em queda livre (pense nas áreas de God Of War 3 em que você usa as asas para subir/descer grandes distâncias).

Além disso, O’Hara tem acesso à Accelerated Vision, um mecanismo de bullet time para ajudar nas áreas mais frenéticas das fases. Com todas essas particularidades, é de se estranhar que Amazing não possua algo que o diferencie o bastante dos outros. O combate em Amazing é mais lento, e o combate com os “martelos de teia” não é suficiente para dar maior destaque. Na verdade, depois de jogar com os extras de Ultimate e 2099, você pode se sentir um tanto nu ao jogar o Amazing, que é bem básico quando comparado às suas contra-partes.

O combate, aliás, é basicamente o pilar único das 3 dimensões que o usam mais constantemente. Ao invés de tentar um caminho novo, a Beenox optou por manter o tradicional esquema de ataques fortes e fracos, agarrões, pulo e esquiva. O combate em SD é rápido e divertido, mas sofre com alguns erros realmente bobos. O travamento de mira é bizarro, e o jogo não parece ter prioridades para o que está mais próximo, à frente ou mais perigoso. Além disso, ao travar a mira, o Aranha fica em uma posição defensiva em que ele se desvia facilmente de balas e ataques mais fracos, mas muitas vezes ele continua na animação de desvio (que não pode ser interrompida) mesmo após os ataques cessarem, e acaba virando alvo fácil. Outro defeito está no botão O (círculo), que serve tanto para agarrar objetos com a teia quanto para puxar o Aranha até os inimigos. Muitas vezes você tenta fazer um e acaba fazendo o outro, o que é um pouco frustrante.  Talvez o esquema de combate de AA se adaptasse melhor ao Aranha que ao próprio jogo do Batman, podendo mostrar mais tanto do sentido de Aranha quanto da agilidade fenomenal do Aracnídeo.

O sistema de combate conta ainda com uma evolução que depende diretamente da sua progressão nas fases. Embora você possa ver quais são os upgrades disponíveis e até mesmo acumular essência no começo do jogo para comprar o que quiser, você depende unicamente dos Challenges para destravar o que comprar. Novos pacotes de upgrades são abertos ao se completar 20, 30, 40 Challenges e assim por diante. Os Challenges são desafios específicos de cada fase, como por exemplo, queimar 20 simbiontes na fase do Carnificina ou escalar um certo prédio na fase do Fanático em menos de 45 segundos. Os Challenges são variados, e embora a maioria não apresente problemas, alguns podem exigir mais esforço, mas no geral, é um esquema bem divertido.

 

 

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A variedade dos Challenges, porém, não se aplica às missões e aos inimigos. Todos os universos possuem praticamente os mesmos inimigos, com uma diferenciação sendo feita apenas em suas skins. Com tanto do jogo sendo baseado em combate, a repetição algumas vezes se torna tediosa (o que parece acontecer mais em Doutor Octopus 2099 e Deadpool Ultimate), já que os inimigos empregam sempre as mesmas técnicas e os mesmos golpes. A repetição também se faz nos objetivos das missões, existindo sempre, de uma forma ou de outra, o mesmo pacote: salvar e proteger civis, eliminar todos os inimigos, desativar algum mecanismo, lutar com o chefe, perseguir o chefe, bater em mais gente e bater no chefe de novo. Um pouco mais de variedade faria muito bem ao jogo, já que a repetição em SD é grande, sendo seu defeito mais notável.

Outro problema está na câmera. Na maior parte das vezes ela é boa e funcional, mas pode travar ou se movimentar de forma estranha em alguns momentos, principalmente quando há muito inimigos na tela. Outras vezes, ela simplesmente começa a se mover rápido demais e desorienta o jogador. Mais ainda, os ângulos de câmera fixados são ruins e escondem do jogador o seu objetivo. Balançar em teias é muito bom, mas a mecânica de grudar nas paredes é um pouco deficiente, e em especial quando você está no teto, o controle se torna estranho. Por fim, existem uma série de bugs que atormentam todas as versões do jogo e são responsáveis por várias críticas a SD. O autor salienta que NÃO encontrou bug algum nas 12 missões principais do jogo (exceto um travamento que o obrigou a resetar o PS3, no loading da fase do Goblin Noir), mas foi obrigado a reiniciar a seção Ultimate da última fase, quando o jogo simplesmente não reconheceu o comando de apertar O, necessário para prosseguir.

Existem, ainda, algumas críticas que NÃO interferem na qualidade do jogo, apenas no apelo que pode fazer a alguns fãs. O Homem-Aranha 2099, por exemplo, é retratado como sarcástico e piadista como as outras versões de Peter Parker, embora Miguel O’Hara jamais tenha sido assim em sua série, o que descaracteriza o personagem. Incluir Kraven em Amazing também pode parecer estranho ao público que não acompanhou a recentíssima saga Grim Hunt (que não tem nem dois meses ainda!). O sentido de Aranha não funciona exatamente como os fãs esperariam que fosse, servindo apenas como um indicador precário de posição dos inimigos.

Para terminar, como o jogo tem uma grande quantidade de fan-service, é de se esperar que algumas críticas dos fãs recaiam sobre os vilões. Dada a enorme galeria de vilões do Aranha, alguns fãs vão chiar com o fato de que nenhum em 2099 é oriundo das HQs (e possibilidades não faltam… Lado B, Abutre, Venom, Camaleão, Roman, Risque/Risco, Duende… alguns são até mencionados durante o jogo), outros irão reclamar da inclusão deste ou aquele personagem. No geral, porém, o pacote é muito bom, e os vilões criados especialmente para o jogo (a versão Noir do Cabeça-de-Martelo e os 3 chefes em 2099) são bem interessantes e poderiam facilmente ir para as HQs.

 

 

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A dificuldade do jogo não é grande, e mesmo no Hard, o jogador não deve ter muitos problemas, podendo completar SD em torno de 15 horas. Os extras são um delírio para os fãs, e incluem Figurines (como as vistas em Resident Evil 5 e no próprio AA), artworks, biografias dos personagens e 3 roupas diferentes para cada Aranha, além das inúmeras referências a outros personagens da série (notem em 2099 os hologramas com alguns personagens da Era Heróica, ou a cela com dois prisioneiros na fase do Carnificina). Além disso, os Challenges devem manter os perfeccionistas ocupados por mais tempo, bem como o troféu de platina, que exige rank perfeito em todas as fases para um de seus troféus. O jogo já apresenta, logo no início, uma checagem por DLC, e resta-nos torcer que estes sejam orientados a novas fases, e não apenas a roupas extras.

Shattered Dimensions é um jogo muito bom, mas a repetição excessiva, os defeitos de câmera e o combate apenas adequado o impedem de estar à altura de um GotY como foi Arkham Asylum. Continua sendo um dos melhores jogos do Aranha, e ficamos torcendo para que, no futuro, jogos baseados em HQs continuem a ter cada vez mais qualidade.
 

 

 

Outra opinião – Bruno Ferreira Machado


Há tempos o Aranha carece de um jogo à altura do personagem, na minha opinião o melhor do universo Marvel. Spider Man: Shattered Dimensions consegue ser um ótimo jogo, mas não é o jogo que poderia ter sido. Ele se "inspirou" em diversos elementos de outros jogos, como God of War 3 e Batman: Arkham Asylum, mas não conseguiu fazê-lo tão bem quanto poderia. O combate não é tão refinado, especialmente pela trava de mira nos inimigos, que é arcaica e deixa muito a desejar, e pela câmera, que muitas vezes não sabe onde está. O jogo também padece de alguns bugs irritantes, como comandos que não são registrados, personagens que atravessam paredes e o chão, dentre outros.

Shattered Dimensions é um bom jogo e vale a pena ser jogado. É bastante divertido, a quantidade de extras e colecionáveis é considerável e o jogo consegue te prender por um bom tempo. Infelizmente, ele fica apenas no nível de jogos bons, e não chega ao de candidato a jogo do ano. Batman: Arkham Asylum nos acostumou mal e agora os parâmetros de comparação entre jogos de heróis são maiores que nunca. A Beenox está de parabéns pelo esforço, mas fica a sensação de que faltou um pouco mais pra tornar Shattered Dimensions um clássico do Aranha.
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