God of War: Ascension

God of War é uma série extremamente conhecida pelos fãs da Sony. No entanto, com God of War III finalizando a história de Kratos e outros jogos como Chain of Olympus já terem explorado o prólogo, era difícil imaginar o que a Sony Santa Monica Studio pretendia fazer com o personagem. E eis que surge Ascension: mais um prólogo que explora o passado de Kratos ainda mais.

God of War: Ascension, ao contrário dos outros jogos “principais” da série, não conta com deuses do Olimpo ou Titãs. A história deste jogo se passa depois de Kratos ter matado sua família e conta como o espartano quebrou o seu juramento com Ares, o deus da guerra. Basicamente, qualquer juramento feito é controlado pelas três Fúrias, sendo que o “contrato”, digamos assim, é guardado em Orkos. A partir daqui você já imagina qual é o plano de Kratos: matar as Fúrias.

GoW: A, por não ter muita opção em explorar o que restou da mitologia grega, não possui uma história que prenda o jogador, ou um momento marcante como a batalha de Poseidon em God of War III; o que é uma pena. Obviamente, as batalhas com as Fúrias são excelentes (principalmente a última), mas você verá que muitas vezes existirão “chefes genéricos”, por assim dizer, ao invés de algo verdadeiramente épico.

Não se engane, porém. Os gráficos e toda a ambientação de GoW: A são simplesmente incríveis. Há momentos que você ficará de boca aberta e vai desejar ficar parado apenas para apreciar a paisagem (observe principalmente quando obter a magia de Poseidon). A escala é simplesmente absurda neste jogo. Na maioria das vezes, quando Kratos está minúsculo no cenário, é simplesmente incrível. Mas nem tudo são flores – em algumas ocasiões acontecem batalhas com esta escala e você acaba se perdendo dentro da onda de inimigos. Nada que realmente atrapalhe, mas você terá um desejo de algo como “a câmera poderia estar mais perto aqui”.

De qualquer forma, Ascension segue a fórmula tradicional de God of War. Você passará por alguns puzzles fáceis e outros que exigirão pensar um pouco mais. Matará inúmeros inimigos – até uns 75% do jogo a variedade deles é bem baixa (“bodes” para todos os lados), o que é um ponto negativo, mas depois isso é corrigido – pena que tão tarde.

A fórmula não pára por aqui: “red orbs” ainda evoluem as armas de Kratos, há os mesmos tipos de baú (quatro mais especificamente: vida, magia, red orbs e penas/olhos para o upgrade de magia/vida) e Kratos continua brutal em suas matanças via QTE (“quick time events”, aperte os botões que aparecem na tela). Mas há novidades nesta fórmula que persiste desde o primeiro jogo.

A primeira delas e a mais notável é a ausência de uma arma para Kratos além da Blade of Chaos. Existem quatro magias para a Blade que funcionam como armas no menu de upgrades: Hades, Zeus, Poseidon e Ares. Ou seja, através do D-Pad você escolhe qual tipo de “magia” deseja que a Blade of Chaos utilize. Os golpes continuam os mesmos nas quatro opções, mas coisas como os combos feitos com o triângulo podem causar efeitos especiais na batalha – tudo depende do que você apreciar mais. R2 usa magia dependendo do estilo escolhido. No caso de Ares, Kratos bate no chão com toda sua força e, se acertar o QTE em seguida, bate novamente e todos os inimigos ao seu redor serão afetados.

Além disso, existem outros três poderes que Kratos adquire em sua jornada que são usados com L2 + quadrado, triângulo ou círculo. Não vou entrar em detalhes para não estragar sua diversão, mas um deles, por exemplo, faz os inimigos ficarem lerdos e isso não gasta magia (é recuperado automaticamente com o tempo).

Outra novidade e que justifica o uso das Blade of Chaos apenas, é o que o botão de círculo faz: Kratos pode pegar qualquer arma espalhada pelo cenário, utilizá-la e depois descartá-la. Por exemplo: pegue uma espada, use com círculo (mescle combos com a Blade of Chaos se desejar) e depois de um tempo ela será descartada. Cada arma possui um estilo diferente – uma lança, por exemplo, permite que você atinja oponentes que estão muito distantes, enquanto que um martelo é forte o suficiente para afastar os inimigos que estão ao seu redor.

Os QTE também foram de certa forma aprimorados. Eles ainda aparecem no canto da tela e causam sua morte, na maioria das vezes, se errar. Mas há uma forma diferente agora de QTE e que é mais “controlável”. Se você jogou a demo, já sabe o que estou dizendo: logo no início, o jogador deve atacar com quadrado ou triângulo e desviar quando necessário. Isso acontece em muitas ocasiões, principalmente contra inimigos como as medusas prestes a serem mortas.

Por fim, uma outra adição que foi feita ao gameplay são os momentos de deslizamento. Kratos desliza pelo chão na vertical (ou quase isso) e você simplesmente deve desviar com o analógico dos obstáculos, pular com X quando necessário (o jogo avisa isso) ou R1 para avançar sendo levado pelas Blades of Chaos.

God of War: Ascension possui uma duração semelhante aos outros jogos da série: finalizamos o single-player em cerca de 8 horas. Há colecionáveis, como os artefatos que destravam extras, assim como um “New Game+” que impossibilita a aquisição de troféus, mas pode ser usado por pura diversão.

Os maiores problemas do single são a repetitividade de inimigos, a história fraca, e, apesar de ter uma variedade de armas descartáveis, apenas a Blade of Chaos como arma principal não foi uma boa escolha. Mas há pontos bastante positivos, como os gráficos embascantes e as novidades no gameplay.

Mas todos nós sabemos que os produtores realmente se focaram foi em criar um multiplayer para God of War.

O multiplayer possui uma história própria. Você controla um guerreiro e deve se aliar a um de quatro deuses do Olimpo: Zeus, Hades, Ares e Poseidon, e deve lutar em batalhas sangrentas para agradar o seu deus e ganhar recompensas deles. Traduzindo, quando você cria um personagem no multiplayer, deve escolher a sua classe, e cada uma possui habilidades e especialidades diferentes. Algumas são mais focadas em ataques físicos, outras em magias, e assim por diante.

Ao começar o multiplayer você está semi-nu, sem nenhuma armadura e somente com um saiote para lhe proteger. No início, há poucas opções de customização, mas você pode, por exemplo, usar a armadura de clássicos heróis gregos, como Odisseu ou Aquiles. Conforme participa de lutas, você acumula pontos e moedas que pode usar para destravar novas partes de armaduras e novas armas. Cada nova parte de armadura e arma equipada mudam o visual do seu personagem, além de fornecer diferentes benefícios para ele, como mais poder de ataque ou mais resistência na defesa.

Existem quatro modos de jogo no multiplayer: Favor of the Gods (Deathmatch, cada um por si), Team Favor of the Gods (Team Deathmatch, mate as pessoas do time rival), Capture the Flag (roube a “bandeira” do time rival) e “Trial of the Gods” (modo cooperativo, que pode ser jogado sozinho também, e consiste em eliminar diversos inimigos).

Os controles são bem simples e praticamente idênticos ao single, com a adição do parry (L1 – defesa – + X) que possibilita punir aqueles adversários previsíveis.

O modo multiplayer é interessante e relativamente divertido. Relativamente pois com o tempo pode se tornar enjoativo. Há pouca variação no sistema e, considerando que os cenários são amplos, não será sempre que você encontrará muitas pessoas em um só lugar. Ou seja, a maioria das situações será “1×1” – você contra uma só pessoa. Por outro lado, o “Trial of the Gods” é viciante se você tiver um amigo que também é fã da franquia.

É muito óbvio que o multiplayer que está disponível hoje é apenas uma parte do que a Sony Santa Monica Studio planejou. Sem dúvida veremos DLCs com novos modos, novas armaduras, novas armas, etc.

Em relação à conexão, em nossos testes algumas partidas deram erro de comunicação com o servidor após o seu término. Durante, porém, não sofremos lag algum.

God of War: Ascension é um bom título. O seu multiplayer dificilmente vai se tornar algo popular, mesmo com toda a popularidade que a franquia tem, mas é uma adição bem-vinda e que foi introduzida de forma convincente. O single, apesar de possuir alguns problemas, também convence, mas deixa claro que estão acabando as opções do que mais explorar com Kratos.



— Resumo —


+
Gráficos sensacionais


+
Novidades no gameplay


+
Fórmula estabelecida com algumas evoluções


+
Multiplayer relativamente divertido





História





Inimigos repetitivos num geral





Blade of Chaos como única arma “verdadeira”





Multiplayer “cru”

Veredito

87

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Veredict

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