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[PSN] Armello

O Rei de Armello está morrendo. Atormentado por forças negras que amaldiçoam seu corpo com a Podridão, o Rei enfraquece a cada dia, ao mesmo tempo em que sua loucura aumenta. Para os quatro clãs do reino, é chegada a hora de um novo soberano subir ao poder. Começa então a dança das cadeiras na disputa pelo trono.

O clã dos Lobos, guerreiros honrados, busca o poder por meio da aniquilação do Rei. O político clã dos Coelhos, por sua vez, procura ganhar o prestígio do soberano, aguardando silenciosamente sua morte para então ocuparem o trono. Já o ardiloso clã dos Ratos resolve combater o mal usando o mal, buscando superar o Rei em sua Podridão. Por fim, o clã dos Ursos, na busca pelo equilíbrio, combate a podridão e parte em busca de uma solução para livrar o Rei de sua maldição, mesmo que isto lhe custe a vida.

É dentro deste contexto de disputa, alianças e traição que se insere Armello, jogo criado pelo grupo independente League of Geeks, cujo desenvolvimento para PC foi possível por meio de uma campanha de sucesso no Kickstarter em 2014, tendo uma versão desenvolvida paralelamente para PS4.


Armello é uma mistura de três gêneros diferentes: tabuleiro, RPG e cartas. Foi uma reunião de elementos que deu certo. Como todo bom jogo de tabuleiro, ele possui diversas regras, que são bem consistentes, mas que demoram um tempo até se acostumar. A inclusão das cartas traz uma dificuldade adicional, pois são várias e possuem efeitos diversos. A parte de RPG está em encarnar um personagem, com atributos e habilidades específicos.

Apesar de possuir uma história que serve de contexto inicial, Armello não tem uma campanha. É realmente como um jogo de tabuleiro físico: cada partida é única e autocontida. Seu objetivo é tornar-se o novo soberano de Armello, com a queda do regente atual. Para isso, há quatro estratégias que podem ser seguidas: (1) adentrar o castelo e desafiar Rei em uma luta até a morte, (2) realizar ações que ganhem o prestígio do Rei e deixar que a podridão mate-o, (3) seguir o caminho do mal e conquistar o trono por meio de uma podridão maior que a do Rei, ou (4) reunir pedras do espírito que livrem o Rei da maldição.

Como dito, o jogo possui muitas regras, tentar explicar todas acaba se tornando inviável. Nesta análise, tentarei mostrar o básico, dando uma visão geral do que você pode esperar em cada partida. Se preferir, você pode também assistir ao vídeo do começo desta análise, que mostra o tutorial completo do jogo.


A partida inicia com a escolha do personagem de um dos clãs existentes (Lobo, Coelho, Rato ou Urso), sendo que para cada clã há dois personagens disponíveis. Cada um possui pontos de atributos e habilidades específicas. Apesar de os atributos te levarem a escolher certa estratégia de vitória, você é livre no jogo para mudá-la quando quiser – e isso realmente acontece, dado a imprevisibilidade dos rumos que a partida pode tomar.

Cada partida é disputada por quatro jogadores. No multiplayer – apenas online –, é possível fazer uma sessão privada com os amigos ou deixar que o servidor forme um grupo aleatório para uma partida. Há também o single player, com os outros três desafiantes controlados por uma IA muito boa e desafiadora. No single, uma partida dura por volta de uma hora.

Seu personagem possui pontos de ação para se mover pelo tabuleiro, o qual é dividido em várias áreas hexagonais. Cada partida gera um novo tabuleiro, com o castelo do Rei sempre no centro e o restante das áreas apresentando características diferentes, algumas vantajosas e outras não. Por exemplo, áreas de Pântanos tiram 1 de sua vida; Círculos de Pedra, pelo contrário, recuperam 1 de vida. Certos eventos podem ocorrer nas áreas, adicionando perigos e recompensas. Isso ocorre tanto de maneira aleatória quanto pelas ações loucas do Rei e também pelas ações de outros jogadores, ao lançarem cartas.


Os turnos das partidas ocorrem entre ciclos de dia e noite. Durante o dia, o Rei perde 1 de vida e suas sentinelas andam pelo tabuleiro. Durante a noite, o Rei ganha 1 de podridão e um inimigo, chamado Nefasto, é inserido aleatoriamente no tabuleiro. É também durante a noite que certas áreas te dão invisibilidade, não aparecendo para os outros jogadores (isso pode ser anulado com algumas cartas). A invisibilidade gera uma vantagem no combate.

Falando no combate, ele também apresenta regras específicas envolvendo atributos, dados e cartas. Ele tem início ao adentrar em uma área em que exista outro personagem ou inimigo. De um modo bem simplificado, o combate é baseado no lançamento de dados e uso de cartas. Você possui uma quantidade de vida e de dados. O resultado dos dados pode conceder oportunidades de ataque ou defesa contra o inimigo. Cartas podem ser previamente equipadas ou “queimadas” durante o combate para garantir ataques ou defesas adicionais. Existe um tempo para se decidir pela sua estratégia e rolar os dados.

Dados rolados, é feita uma contagem de ataque e defesa de cada combatente, sendo que um ataque seu anula uma defesa do inimigo e vice-versa. Quando não há defesas, cada ataque tira um ponto de vida que, quando zerado, resulta na morte do personagem. A vitória é obtida caso o inimigo seja morto ou você inflija mais dano do que recebe. Uma vitória te dá prestígio e, em certos casos, algumas outras recompensas. Caso você morra, seu personagem retorna à base do clã, você perde prestígio e corre o risco de contrair podridão.


Mas, afinal, o que são podridão e prestígio? São elementos estratégicos do jogo. Prestígio te dá a oportunidade de se aliar ao Rei. No começo de cada dia, a loucura do Rei o faz soltar um decreto, adicionando alguma regra ou colocando desvantagens no tabuleiro. O jogador com maior prestígio pode escolher entre dois decretos, podendo causar uma reviravolta na partida. Além disso, se o Rei morrer devido à podridão, o jogador com maior prestígio sai vitorioso.

Podridão é a maldição que afeta o Rei e que aumenta a cada noite. Um jogador também pode contrair podridão, seja morrendo em um combate contra um Nefasto ou pelo uso de algumas cartas. A podridão te dá a desvantagem de perder um ponto de vida por dia, do mesmo jeito como ocorre com o Rei. Em compensação, existem algumas vantagens de combate sob certas condições, além de ser uma estratégia de vitória.

Por fim, resta falar sobre as cartas. Existem mais de cem, divididas entre itens, feitiços e trapaças. As cartas possuem regras de utilização e efeitos variados, sendo algumas equipáveis, outras utilizáveis nos personagens, inimigos e terrenos. Existe também outra categoria de cartas de personagens que podem ser recrutados, recebidas em certas missões realizadas em áreas do tabuleiro, que dão benefícios diversos. Conhecer e entender os efeitos de cada carta acaba vindo com a vivência das partidas. Vale a pena gastar um tempo estudando-as, pois elas podem trazer imprevisibilidade no jogo, seja em combate, seja quando lançadas no tabuleiro.


Bom, este é um pequeno resumo das mecânicas que podem ser encontradas no jogo. Apesar de parecer confuso no começo, mesmo passando pelo tutorial, você vai melhorando a cada partida, descobrindo quando usar ou queimar cartas, quando vale a pena atacar ou desviar de rota, e até mesmo quando é a hora de se aliar a um personagem ou persegui-lo para que ele não alcance a vitória. E quando surgir uma dúvida no meio da partida, o menu de pausa possui um manual de instruções.

Confesso que no começo estava em dúvida se Armello seria fácil de jogar no console, por se tratar de movimentação em tabuleiro e uso de cartas, algo que é mais intuitivo de se jogar usando um mouse. Entretanto, fiquei surpreso como a desenvolvedora conseguiu deixar a jogabilidade descomplicada e bem mapeada no controle. Até lançar os dados fica interessante, com a utilização do touchpad. Como crítica, senti falta de uma visão completa do tabuleiro, apesar de o jogo ter um zoom bem limitado.

Armello possui bons gráficos, com uma bela arte do cenário e personagens. Algumas cartas até mesmo são animadas. Curiosamente, a única queda de desempenho que eu notei foi na animação de abertura do jogo. Com relação à trilha sonora, ela é consistente com o tema medieval do jogo, mas não tem nada que se destaque.


O jogo possui legendas em português brasileiro e é bem localizado. Mesmo assim, pode-se notar um errinho aqui e ali e a falta de tradução (ou até mesmo ausência) em alguns botões e textos. Nada que prejudique. Um problema, que para mim foi o mais crítico do jogo, é que os textos são muito pequenos, não adaptados para quem joga na TV.

Finalizando, resta comentar sobre o multiplayer. Jogar com outras pessoas fica mais divertido pela possibilidade de se aliar a outro jogador para ambos obterem vantagens na partida (existem até mesmo cartas voltadas para isso), para no final traí-lo e obter a vitória. Uma coisa ruim do multiplayer é o ritmo. Existe um tempo limite para cada jogador realizar suas ações; mesmo assim, esperar pelo turno dos outros três jogadores em certos momentos é bem tedioso.


Veredito

Trazendo uma proposta diferente, Armello é um jogo que mistura elementos de RPG, jogo de tabuleiro e cartas, criando partidas únicas e sempre cheias de reviravoltas. Com duração de cerca de uma hora por partida, este não é um jogo para se passar horas seguidas, sendo recomendado para jogadas ocasionais. O multiplayer adiciona mais diversão, com alianças e traições movimentando as ações dos jogadores.

Jogo analisado com o código fornecido pela desenvolvedora.

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