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Análise – The Gardens Between

A vida é algo que não para ou volta atrás por nada neste mundo e, devido a isso, é essencial aproveitar ao máximo tudo de positivo que ela tem a oferecer. A amizade é uma dessas coisas, não apenas por sua importância para a natureza do homem,  uma vez que este é um ser social, mas também para a construção de nosso caráter e personalidade. É através desta curiosa relação que formamos os laços mais inusitados, discutimos as mais variadas idéias, compartilhamos os momentos mais únicos e nos afastamos gradativamente da solidão. Essa simpatia pelo próximo, surge espontaneamente desde que somos crianças e, quando verdadeira, não respeita distâncias ou até mesmo o tempo. The Gardens Between é exatamente sobre isso: Amizade e Tempo.

The Gardens Between é um belíssimo jogo de puzzle 3D com foco exclusivo em sua narrativa e, sem sombra de dúvidas é uma das melhores experiências que pude ter neste ano. O jogo tem como principal premissa nos apresentar a história de dois jovens amigos(e vizinhos), Arina e Frendt, que em uma noite  tempestuosa saem para brincar na casa da árvore localizada entre os jardins de suas casas. Lá, acabam sendo teletransportados para uma dimensão paralela, repleta de ilhas, e devem trabalhar juntos para encontrar o caminho de casa. Cada uma das ilhas representa um momento importante para ambos, desde que iniciaram sua amizade. Nesse local as crianças não apenas irão reviver preciosas lembranças, como terão de encarar uma certa situação essencial para o seu amadurecimento.

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O enredo, apesar de simples, é capaz de comover o coração de todos aqueles que guardam boas recordações de suas infâncias graças à carga nostálgica que oferece. O level design, ambientação, objetivos e mecânicas presentes no jogo, carregam um forte simbolismo, que abrem a possibilidade para múltiplas interpretações e reflexões do que acontece ao longo da narrativa. Isto é reforçado ainda mais com a inexistência de quaisquer tipos de diálogos, que por sua vez, não dificultam nossa simpatização pelos protagonistas. Toda a experiência está totalmente traduzida para o português e, dura em média de 3 à 4 horas, podendo variar para mais ou para menos, conforme a aptidão de cada um para resolver os puzzles presentes no game.

A mecânica de gameplay empregada em The Gardens Between é uma das mais criativas e únicas que já presenciei em um jogo do gênero. O jogador, diferentemente do que é visto na maioria dos outros jogos, não assume o comando dos protagonistas,  e sim do fluxo do tempo em cada cenário. Ao mover o analógico para a direita(ou apertar R2), o tempo avança, e o casal de amigos passa a se mover livremente pelo cenário,  cada um a seu próprio ritmo, como se possuíssem vida própria. Caso o jogador mova o analógico para a esquerda(ou aperte L2), o tempo passa a retroceder, dando a impressão de que estamos assistindo à um vídeo de trás para frente, lembrando muito o que é visto em jogos como Braid ou Prince Of Persia:The Sands of Time. Além disto, temos a possibilidade de apertar X, para que um dos jovens interaja com certos objetos do ambiente.

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Cada personagem é responsável por um determinado tipo de interação essencial para a progressão através das fases. Arina é capaz de coletar e transportar  luz por meio de uma lamparina mágica. Já Frendt pode soar sinos espalhados pelo local, que por sua vez ativam diferentes mecanismos, ou fazem com que tenhamos controle da atuação do tempo sob determinado objeto.

Utilizando dessa mecânica simples e diferenciada, temos o objetivo de capturar e transportar esferas de luz localizadas em alguma parte do cenário até um altar de pedra que representa o fim do estágio. Tal tarefa é bastante desafiadora, uma vez que os puzzles presentes no jogo são bastante criativos e complexos exigindo atenção para os mínimos detalhes do cenário e, quando se descobre a forma de resolvê-los, é impossível não deixar escarpar um gratificante “ahhhhhhhh”.

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Cada cenário que compõe o jogo, é único e incrivelmente memorável, e são representados por uma ilha diferente da realidade paralela em que os jovens estão presos.Elas estão repletas de itens e objetos gigantescos que foram importantes em algum momento, para a construção da amizade de Arina e Frendt. Ao se finalizar cada nível,  somos recompensados com uma breve memória dos jovens, que adiciona detalhes importantes ao enredo.

O level design é brilhante e, semelhante a The Witness, consegue simular um ambiente perfeito, no qual o jogador desenvolve um aprendizado natural, entendendo por si só o funcionamento de cada nova mecânica que é inserida no jogo. Desta forma, The Gardens Between, dispensa o uso de qualquer texto ou seção tutorial, e faz um paralelo interessante, com seu próprio tema, afinal de contas, a amizade é um complexo quebra-cabeças, onde a cada momento aprendemos novas lições de forma espontânea ao longo do tempo.

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A direção de arte faz jus ao nome, e entrega visuais deslumbrantes, com cores quentes e frias que alternam constantemente entre os variados cenários. A ambientação é muito rica, e cada cenário apresenta uma boa quantidade de detalhes, com diferentes formas de relevo, clima e vegetação. A trilha sonora por sua vez, é composta de belíssimas sinfonias que casam muito bem com cada situação do jogo, criando sensações de calma e tranquilidade.

Veredito

Não existem palavras para descrever o quão incrível foi minha experiência com The Gardens Between. Uma história simples, porém agradável. Um gameplay único e inovador. Um visual magnífico que confunde os limites entre jogo e arte. Assim como tudo que é bom na vida, me encontrei pensando em cada momento que passei com esse jogo e não pude deixar de sentir uma forte sensação de Déjà Vu.

Jogo analisado no PS4 padrão com código fornecido pela The Voxel Agents.

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Veredict

There are no words to describe how incredible my experience with The Gardens Between was. A simple but pleasant story. An unique and innovative gameplay. A magnificent visual that confuses the boundaries between game and art. Like everything good in life, I found myself thinking about every moment I’ve spent with this game, and I could not help feeling a strong sense of Déjà Vu.