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Análise – SNK Heroines: Tag Team Frenzy

A SNK possui uma imensa quantidade de personagens, principalmente femininos. Com isso em mente, a desenvolvedora decidiu lançar um jogo focado numa quantidade específica delas, aproveitando de certa forma o que foi criado em The King of Fighters XIV. E esse foco significa deixá-las sensuais, assim como possibilitar a customização em seus visuais. Acrescente o fato de que o gameplay é simplifcado ao extremo e você terá uma noção do que se trata SNK Heroines: Tag Team Frenzy.

Não é a primeira vez que algo assim foi feito. SNK Gals’ Fighters para o Neo Geo Pocket Color pode ser considerado o seu antecessor, mas é, sem dúvida, a primeira vez que a SNK investe em desenvolver um jogo completo dessa forma para consoles.

De uma maneira geral, é difícil recomendar SNK Heroines: Tag Team Frenzy. O jogo é repleto de pontos negativos, começando pela sua história.

O modo é relativamente curto e funciona, na verdade, como o Arcade do título. Há um ponto positivo aqui: dependendo da dupla que escolher, o prólogo é diferente (o jogo funciona em lutas 2×2, o que discutiremos durante a explicação do gameplay). O desenvolvimento da história é totalmente sem graça e até sem noção. Ou seja, o modo em si é mais uma tortura do que algo divertido. Vale notar também que o final de cada personagem consiste em imagens paradas sequenciais. Os finais até que são criativos, mas por serem dessa maneira (imagens paradas e nada mais que isso, nem mesmo um diálogo ou texto) continuam sendo mais ruins do que bons.

Mas o ponto principal e, de longe, o mais importante em um jogo de luta é o seu gameplay e suas mecânicas em torno disso. SNK Heroines é horrível nesse aspecto.

Em primeiro lugar, os comandos são simplificados mais do que deveriam. Há dois botões de ataque, um de especial e um para o agarrão. A defesa é realizada em um botão também, à la Mortal Kombat. Também temos um botão para troca de personagens, outro para o Super e mais um para usar os itens.

Os botões de ataque são auto-explicativos: um é fraco e o outro forte. Pressione uma direção e o tipo de ataque mudará. O especial funciona da mesma maneira. Vamos pegar Terry, por exemplo: pressionando o botão de especial, a personagem fará o Power Wave. Para baixo e especial, Rising Tackle. O Super também pode mudar ao apertar para uma determinada direção. Cada personagem tem, pelo menos, dois Supers. Detalhe muito importante: o jogo não possui a possibilidade de se agachar. Ou seja, os personagens ficam de pé o tempo inteiro e, consequentemente, não existe o mix-up de overhead e low (golpes sobre a cabeça ou baixos). Em compensação, há um dash aéreo.

A troca é simples e pode ser realizada a qualquer momento, praticamente. A troca, inclusive, é algo essencial em SNK Heroines por causa do sistema de barra de vida. Explico: para você vencer uma luta, não basta eliminar a barra de vida do oponente. É preciso chegar no vermelho e acertar um Super para que a luta acabe. A barra de vida é, na verdade, dividida em duas: temos a vida propriamente dita e a barra de especial. Conforme você perde vida, maior a barra de especial pode se tornar.

Usar golpes especiais faz a sua barra de especial diminuir e, dependendo do quanto você usou, impossibilita a ativação do Super (essa barra se regenera com o tempo). Por isso, como a personagem que está na reserva pode ter a barra que você precisa para o Super, é importante lembrar da mecânica de troca.

Parece confuso no início esse sistema, mas logo se aprende que é extremamente simples. O que você notará ser confuso, mesmo após horas de jogo, é a tela repleta de efeitos desnecessários (olhe a imagem acima para se ter uma noção). Não apenas isso, mas a presença de itens também.

Os itens são ativados (na configuração padrão) usando o analógico da direita (R3). Dependendo da direção apontada, o item aparecerá em um certo local do cenário. Esse item é justamente o que você está pensando, caso tenha jogado Smash Bros.: são basicamente armadilhas que podem causar efeitos aleatórios na partida. Você os pega acertando uma espécie de capsula no centro da arena (há duas) e, ao ativar, pode gerar uma mina, um redemoinho, uma bola de pinball e assim por diante.

Pessoalmente, acredito que esse sistema foi muito mal implementado. Os itens são sem graça, sem inspiração alguma e não tornam as partidas divertidas como é a intenção básica.


Acima: Shermie não apareceu em KOF XIV, mas dá as caras em SNK Heroines

Um lado, porém, que SNK Heroines: Tag Team Frenzy faz direito é a customização das personagens. Mas ainda assim há problemas.

Primeiramente, você parte de uma das três roupas básicas para a personagem que você deseja modificar. A partir disso, insere uma imensa variedade de itens e acessórios nela (todos devem ser comprados com dinheiro adquirido in-game, então dependendo do seu gosto por customizar, talvez tenha que jogar bastante para comprar tudo). Ou seja, a roupa básica não pode ser modificada, apenas os vários acessórios ao seu redor (mais especificamente, cabeça, rosto, pintura facial, costas, quadris, mãos e pernas).

Então, apesar da customização ser ampla, você não pode saciar seu desejo doentio de uma Yuri de biquini e calcinha, como existe para Mai, por exemplo. Mas pode colocar uma máscara e diversas outras coisas similares em sua roupa básica de kimono. Dito isso, não espere uma customização verdadeira, como se fosse um criador de personagem. É algo bem mais superficial que isso. No entanto, é possível trocar as vozes das personagens, o que é algo positivo e interessante.

Vale notar também que SNK Heroines: Tag Team Frenzy possui apenas 14 personagens jogáveis. Já temos DLC a caminho (Thief Arthur), mas ainda assim é um número pequeno para lutadoras que foram basicamente reaproveitadas de The King of Fighters XIV.

Um jogo de luta sem online não existe e SNK Heroines: Tag Team Frenzy oferece duas possibilidades (além dos lobbies): batalha normal e de aposta. A aposta é para você ganhar (ou perder) dinheiro in-game ao término da partida. O problema é que o netcode de SNK Heroines: Tag Team Frenzy é bem mais ou menos. Em nossos testes, cerca de 20% das lutas apenas foram sem lag.

Como todos nós vimos, os gráficos de The King of Fighters XIV foram algo bem triste para um bom jogo de luta. SNK Heroines: Tag Team Frenzy consegue melhorar esse aspecto, o que é algo positivo, considerando que um dos pontos principais do game é justamente a sexualização das garotas (dependendo do seu ponto de vista, esse talvez seja um ponto extremamente negativo). As artes desenhadas das personagens são muito boas (há um modo galeria para revê-las quando quiser). Já a música, principalmente a tema cantada, fará você ficar com dor de cabeça depois de horas jogando.

Vale ressaltar que SNK Heroines: Tag Team Frenzy possui legendas em português do Brasil, o que é ótimo e mostra que a SNK se importa com o público brasileiro, mesmo sendo um jogo de nicho. O problema é que há pequenos deslizes. A tela de título, por exemplo, possui um “Presiona Cualquier Botón” (ou seja, está em espanhol).

Veredito

SNK Heroines: Tag Team Frenzy é um jogo extremamente casual de luta. Há uma busca em tornar as mecânicas da série King of Fighters mais simples, usando elementos como os itens. No fim, isso acabará não agradando a nenhum tipo de jogador. A customização das garotas é considerável, mas ainda assim há muitas limitações. O restante do jogo também não agrada. Pegue apenas se você for fã da SNK, mas esteja avisado.

Jogo analisado com código fornecido pela NIS America.

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50

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SNK Heroines: Tag Team Frenzy is an extremely casual fighting game. It seeks to simplify the mechanics of the King of Fighters series to make them simpler and with random elements, like items. In the end, this will not please any type of player. The customization of the girls is quite considerable, but there are many limitations. The rest of the game does not please either. Acquire it only if you are a fan of SNK, but take notice that you may be disappointed.