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Análise – Shadows: Awakening

Shadows: Awakening, novo jogo da Games Farm, estúdio responsável Vikings: Wolves of Midgard, continua o legado do estúdio em acrescentar novas variações aos RPGs de ação com visão isométrica. É o terceiro jogo da série Heretic Kingdoms criada pelo estúdio e o melhor até o momento.

O jogador é colocado no papel de um demônio conhecido como Devourer, invocado do Shadow Realm por um misterioso mago para ajudá-lo a desvendar os mistérios por trás das mortes de diversos membros de uma entidade secreta, conhecida como Penta Nera, nas mãos de outros demônios.

O jogo em si, ao longo de suas cerca de 20-30 horas de duração, permite uma influência das decisões do jogador bastante considerável. Logo nos primeiros minutos, você precisa escolher o corpo de um entre três heróis para controlar no mundo mortal. Cada um segue um dos três arquétipos tradicionais – guerreiro, arqueiro e mago, e possuem histórias, objetivos e maneiras de atingi-los completamente distintos, ficando a cargo do jogador decidir como quer abordar cada situação.

Além de um desses três heróis principais (e do demônio com o qual o jogador pode explorar o Shadow Realm), é possível recrutar vários outros heróis, cada um com personalidades e histórias próprias, sendo possível alternar entre quatro personagens distintos com o toque de um botão, além de poder trocá-los em certos locais acessíveis apenas pelo demônio (que, no lore do jogo, é o responsável por controlar o corpo deles). Aliás, é interessante que a morte de um deles não interrompe a história e é possível revivê-los ou simplesmente substituí-los e seguir em frente.

Apesar de ser divertido e interessante em alguns momentos, o roteiro de Shadows: Awakening falha em vários pontos. Por ser o primeiro jogo da série a chegar ao PS4, várias questões de sua lore ficam em aberto e, por mais que exista uma espécie de compendium para sanar dúvidas gerais sobre as raças e facções, existem diversas relações que fariam mais sentido com um pouco mais de exposição e, com isso, grandes revelações perdem muito do seu impacto. Além disso, algumas das histórias são chatas e, por mais que o final do jogo seja bom, a história se esforça para te entediar bastante antes disso.

Esse tédio é, em parte, remediado pelo gameplay de S:A. Tanto pela disposição da câmera quanto pelos controles, a primeira (e constante) lembrança é a série Diablo, sendo que o jogo não foge dessa comparação em momento algum, mas faz o suficiente para se sustentar com suas próprias mecânicas distintas. Você ainda explora diferentes masmorras com um combate de ataque normal e outras habilidades especiais mapeadas para os botões de face, enquanto coleta muito loot, aproveita uma parte, vende o resto para comprar mais loot e assim vai.

As pequenas mudanças vêm principalmente na exploração, a qual se dá em dois planos distintos: o Shadow Realm e o plano “comum”, sendo possível alternar entre ambos simplesmente mudando o personagem selecionado (apenas o demônio pode acessar o Shadow Realm). Em vários momentos, isso é usado de maneira bem inteligente, com novas passagens e desafios sendo resolvidos através dessa mecânica, além de novos caminhos, itens, mercadores e outros pontos acessíveis apenas em um deles. Isso é bem simples de entender, mas a “novidade” dessa mecânica acaba rápido e ela se torna só mais um pequeno detalhe.

Infelizmente, isso acaba contribuindo para o tédio e cansaço do jogo, já que você acaba tendo que explorar cada mapa duas vezes, uma em cada plano, além de estar constantemente indo e voltando nos ambientes para cumprir as missões principais e o grande volume de missões secundárias que o jogo possui. Felizmente, o jogo faz um bom trabalho em equilibrar a distribuição de experiência, que é uniforme para todos os membros ativos da equipe, evitando que o jogador tivesse que retornar, também, para treinar os heróis.

A outra pequena coisa nova que o jogo faz é a possibilidade de encantar as armas com essências para customizar a maneira como elas funcionam, além de um item chamado Soulstone, que adiciona alguns pequenos bônus, como a possibilidade de recuperar sua energia ou MP com um toque em um dos gatilhos ou adicionar bônus temporários de força, defesa e outras variações. Isso adiciona bastante à grande variedade de opções de como construir cada membro da equipe, tanto com habilidades quanto com a combinação de itens.

Nem tudo são qualidades, como já notado. O jogo se estende muito mais do que deveria, com mais de uma dezena de horas parecendo muito mais um pré-requisito imaginado pela desenvolvedora do que algo que contribui para o jogo em si. Há muito conteúdo e os menus não foram muito bem planejados para comportar isso, o que é minimizado pela função de auto-equipar itens mais poderosos. Considerando ainda que muitos dos ambientes são pouco interessantes, tudo se torna extremamente cansativo. Há também alguns pequenos problemas de performance, mas nada que incomoda tanto assim.

Shadows: Awakening é, sinceramente, um jogo que vale mais a pena pelo loop básico de gameplay de combate, coleta de loot e melhoria do personagem do que por qualquer mérito da sua história (por melhor que a dublagem seja, incluindo o ator Tom Baker, conhecido pela série Doctor Who). A falta de um modo multiplayer também tira bastante do seu potencial, fazendo com que ele se torne um jogo mais recomendado para jogar sem pensar enquanto se ouve música ou podcasts sem ter que focar em muita coisa nele.

Veredito

Apesar de divertido e com alguns bons momentos em sua história, Shadows: Awakening acaba se tornando uma experiência entediante após algum tempo, o que evita que ele seja tão interessante quanto poderia.

Jogo analisado com cópia digital fornecido pela Kalypso Media.

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Veredito

65

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Veredict

Despite being fun and having some good moments on its story, Shadows: Awakening ends up being a boring experience after some time, preventing it from being as interesting as it could be.