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Análise – Power Rangers: Battle for the Grid

A ideia de um jogo de luta cujo elenco é composto por alguns dos principais personagens das várias séries que compõem a histórica franquia Power Rangers é algo tão lógico que surpreende bastante não termos visto mais jogos nesse sentido ao longo dos quase 30 anos desde a exibição da primeira temporada de Mighty Morphin Power Rangers, salvo por um punhado de exceções. Isso realmente só foi posto em prática com o lançamento em 2017 de Power Rangers: Legacy Wars para diferentes plataformas mobile. O jogo desenvolvido pela nWay Games se mostrou um sucesso e agora em 2019 recebe uma espécie de sucessor espiritual com Power Rangers: Battle for the Grid, desenvolvido pelo mesmo estúdio para PlayStation 4.

Battle for the Grid constrói em algumas das mecânicas básicas de Legacy Wars com sucesso, o que dá a ele uma base sólida de gameplay. Os combates são de trios em um sistema similar ao de Marvel vs Capcom 3 ou Dragon Ball FighterZ, com cada personagem contando com uma barra de energia individual, sendo possível alternar entre eles durante a batalha (todas as lutas contam com apenas um round) e os personagens na reserva recuperando energia quando na reserva.

Cada personagem conta com quatro tipos diferentes de ataque, sendo cada botão de face destinado há um ataque fraco, médio, forte e especial, com diferentes modificadores sendo aplicados a depender do ponto no combo em que o ataque é usado ou em combinação com os direcionais, tudo da forma que se esperaria de um jogo de luta. Além disso, é possível usar L1 e R1 para ativar um ataque de assistência dos outros personagens ou, apertando mais uma vez durante a assistência, trocar o personagem ativo.

Power Rangers: Battle for the Grid

Cada personagem possui dois ataques especiais também que são ativados ao se carregar uma barra de super, algo que se faz de forma bem fácil e constante ao longo do combate, chegando bem perto de se tornar quase um spam de especiais em certos pontos. A barra é dividida em três “pedaços”, com os ataques EX utilizando um segmento para ser ativado e funcionando mais como um combo mais poderoso e os Super Attacks sendo realmente o ataque especial de cada personagem e utilizando dois desses pedaços. Por fim, é possível ainda carregar uma segunda barra com a qual se utiliza o Ultra Attack, invocando (usando L1+R1) a assistência de um de três personagens que é escolhido antes da luta, sendo eles o Megazord original, o Dragonzord ou o Mega Coldar, cuja função é auxiliar o jogador que mais sofreu dano a se recuperar.

Algo que chama a atenção é que, pelo jogo não possuir um sistema de rounds como mencionado anteriormente, todas as lutas são bem dinâmicas, com os cenários bem estreitos contribuindo para que combate sempre se mantenha bastante ativo e o fato do jogador mudar automaticamente para um novo personagem quando o ativo morre (como em MvC3) ajuda nisso também. Existe uma boa diversidade nos ataques especiais e na forma como eles funcionam e, na sua essência, Battle for the Grid é um jogo de luta bem divertido, com mecânicas bem sólidas e fáceis de se aprender, com muita da sua profundidade vindo da possibilidade de combinar ataques simples, assistis e especiais com facilidade.

As animações dos ataques são bem-feitas, dando ao combate um pouco da plasticidade que se esperaria de algo da franquia Power Rangers. Infelizmente, a origem mobile do jogo fica bem claro nesse ponto, já que por maior que seja o cuidado com as animações, é inegável que os gráficos do jogo não são muito bonitos. Em contraponto, pelo menos o jogo roda com framerate estável e sem qualquer engasgo durante o combate.

Power Rangers: Battle for the Grid

Outra limitação que é fruto desse orçamento limitado do jogo e que acabando sendo o seu principal ponto fraco é a baixíssima quantidade de conteúdo que ele possui. Da quantidade de personagens e cenários até o quão simplórios os modos de jogo são, tudo é muito limitado e realmente impedem que se recomende mais o jogo. Até mesmo a quantidade de combos que cada personagem possui é baixa, tornando os combates previsíveis e sem muita variedade por todos esses fatores.

Existem algumas poucas coisas desbloqueáveis (basicamente só skins) e a nWay tem prometido mais conteúdo por vir, incluindo personagens gratuitos e outros por DLC, e é preciso levar em consideração que Power Rangers: Battle for the Grid é um jogo muito mais barato do que o padrão para outros jogos de luta. Apenas nove personagens e cinco cenários é muito pouco, mas existe uma base de gameplay muito sólida sobre a qual o jogo pode construir.

Algo que é preciso, entretanto, é que os DLCs se afastem mais dos personagens de Mighty Morphin e das variações deles apresentadas nos arcos recentes dos quadrinhos da Boom! Studios. Considerando os personagens já anunciados, 7 dos 12 personagens tem alguma ligação com ambas as séries (6 dos 9 atualmente disponíveis no jogo base), com um oitavo pertencente ao filme baseado em MMPR lançado em 2017. Ter só cinco das vinte e seis séries (mais um filme e uma série dos quadrinhos) representadas é um desperdício, mas espera-se que seja resolvido aos poucos. Pelo menos a forma como os personagens funciona é bem variada, com todos sendo bem únicos em comparação ao que o elenco oferece.

Power Rangers: Battle for the Grid

Desperdício e falta de conteúdo também é algo gritante nos modos de jogo. O jogo conta com um modo de treinamento, um tutorial, um modo arcade, versus e modos online ranqueado e casual. Os modos online possuem um netcode decente e que não impede as sessões de jogo apesar de alguns pequenos problemas com lag aqui e ali caso se use wi-fi pra jogar, mas é notória a falta de um lobby, da (bizarra) falta de uma opção de rematch e a dificuldade de se encontrar partidas nesses primeiros dias.

O modo arcade é o único modo single-player atualmente disponível e ele é bem raso. Cada personagem possui uma história “única” que, na verdade, corresponde só há sete lutas, com algumas pouquíssimas linhas de diálogo (em média 4 ou 5 por personagem) que, salvo pelos troféus, realmente não adicionam muito para o jogador. Existe a promessa de um modo história ser adicionado futuramente através de atualizações mas, neste momento, o jogador terminará o arcade com todos os personagens em, no máximo, 3 horas e pronto. A esperança é que o tal modo história consiga remediar isso e dar algo melhor para quem não tem tanto interesse no online.

No geral, Power Rangers: Battle for the Grid é um bom jogo de luta, com mecânicas interessantes e bem sólidas, com algumas pequenas características que evocam bem o espírito da franquia. O elenco limitado de personagens, os poucos cenários e os modos simples demais impedem que seja um jogo mais recomendável, mas há uma base sólida sobre a qual construir para o futuro.

Power Rangers: Battle for the Grid

Jogo analisado no PS4 padrão com código fornecido pela nWay Games.

Winz.io

Veredito

Apesar dos problemas com conteúdo limitado em questão de personagens, cenários, modos de jogo e visual abaixo do média, Power Rangers: Battle for the Grid tem um bom gameplay e uma boa base sobre a qual construir o jogo que esteja à altura do que a franquia merece.

55

Power Rangers: Battle for the Grid

Fabricante: nWay

Plataforma: ps4

Gênero: Luta

Distribuidora: nWay

Lançamento: 02/04/2019

Dublado:

Legendado:

Troféus:

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Veredict

Despite the issues like limited content when it comes to characters, scenarios, game modes and graphics not up to standard, Power Rangers: Battle for the Grid has good gameplay and a good base over which it can build a game that lives up to what the franchise deserves.