The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel

The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel é o primeiro de uma nova trilogia pertencente à série “The Legend of Heroes”. Desenvolvida no Japão pela Falcom, outros jogos da série já foram lançados no Ocidente, como os dois primeiros da trilogia Trails in the Sky. No Ocidente, eles estão sendo publicados pela XSEED Games, que desde 2010 está encarregada de lançar os jogos da Falcom deste lado do hemisfério.

Para aqueles que nunca ouviram falar da série, os jogos mais recentes, de Trails in the Sky para frente, são interligados pela história, mesmo se passando em nações diferentes com elencos novos. A desenvolvedora criou um mundo complexo, com tramas políticas e militares, para desenvolver os vários lados de conflitos nacionais e internacionais por diferentes ângulos, fazendo com que o jogador vá encaixando as peças e conhecendo mais cada região.

Dito isso, Trails of Cold Steel, sendo o primeiro de uma nova trilogia, lançado para o PlayStation Vita e o PlayStation 3, é um ótimo ponto para iniciar a série, pois mesmo que haja alguns personagens recorrentes dos jogos anteriores, a história e motivação desses personagens são explanadas durante o jogo. Em cada jogo, é explorada uma temática diferente para o elenco principal, sendo que neste o jogador irá acompanhar a jornada da Classe VII, um grupo de colegiais que acabaram de entrar na academia militar de Thors, em Erebonia, a nação em que se passa a hisótia.

O prólogo começa com um combate militar entre forças então desconhecidas e um grupo de estudantes que, se encontrando sem saída, decide ajudar as forças de sua nação e defender o forte militar em que se encontram, lutando contra criaturas mecânicas, na esperança de evitar uma catástrofe.

Logo depois, voltamos ao início propriamente dito da história. Acompanhada pelo ponto de vista de Rean Schwarzer, o protagonista do jogo, a jornada se passa na academia militar de Thors, onde Rean acaba de ser matriculado. Chegando à cidade e se dirigindo à academia militar, ele descobre que fará parte de uma nova classe, diferente das outras já existentes na escola.

Na nação de Erebonia ainda existe a divisão entre nobres e plebeus, e nesta escola as classes assim são divididas. Nobres e plebeus estudam em classes diferentes, mas daí vem o destaque desta nova classe. A classe VII foi criada para o desenvolvimento do ARCUS, um novo dispositivo de batalha sendo testado na academia, fazendo parte tanto nobres quanto plebeus, o que acaba sendo um ponto de conflito no começo do jogo.

Seguindo em frente, a classe VII, composta por Rean e seus companheiros, deve dar conta do seu currículo escolar, além de fazer viagens a novas regiões, descobrindo a grande trama política e militar que se passa por trás dos panos, além de reforçar os laços e resolver diferenças entre todos da classe. Contar mais da história seria adentrar demais, mas acredite, cada capítulo traz algo completamente novo à mesa, fazendo com que o jogador vá desvendando o conflito de toda uma nação através dos olhos de um grupo de adolescentes.

A temática colegial já foi vista em vários outros jogos, mais conhecida pelos jogos da série “Persona”. Trails of Cold Steel pega vários arquétipos prontos que existem nesses jogos e dá vida a cada um dos personagens. Todos os alunos da classe VII têm suas próprias motivações e, com o desenrolar da história, se descobre porque justamente estes alunos foram escolhidos, dentre tantos outros, para compor esta classe especial.

A arte do jogo, como se pode esperar de jogos japoneses, é bem peculiar. Apesar da arte ser utilizada em alguns pontos, todo o resto do tempo é utilizado os próprios gráficos do jogo para ilustrar os personagens durante os diálogos e cenas da história. Por não evoluir os gráficos de seus jogos junto da evolução do mercado, Trails of Cold Steel não possui gráficos impressionantes. Não é esta sua função, que foca em criar uma história complexa e uma trama engajante, então não se alarme caso esteja acostumado com gráficos de última geração.

Não, esta última screenshot não foi um erro. Um dos maiores problemas com o jogo é a duração da tela de loading. Espere várias, várias telas de loading, algumas com até oito segundo de duração. Ambas versões possuem este problema, apesar da versão de Vita ser um pouco pior nesta questão. Da mesma forma, o texto pode ser pequeno demais para alguns jogadores na versão de Vita, já que não foi adaptado propriamente da versão de PS3, além de possuir quedas de framerate em algumas partes.

O sistema de batalha é o convencional sistema de turnos já conhecido em outros RPGs japoneses. Os personagens são distribuídos no mapa de acordo com as configurações do jogador no menu de táticas, e eles podem usar de ataques comuns, arts (equivalente à magia no jogo) e crafts, ataques especiais que cada personagem possui. Além disso, eles podem se ligar a outro personagem, formando duplas que poderão atacar em conjunto e até mesmo defender seus aliados de ataques inimigos.

A trilha sonora do jogo é um de seus pontos fortes, com faixas gravadas que invocam o clima de cada cena diferente, desde o ambiente escolar até os conflitos entre os estudantes e os monstros que encontram durante a sua jornada. Os personagens são dublados em inglês e a opção de legendas é somente neste idioma, mas caso alguém se incomode com o áudio em inglês, é possível desligar e jogar sem a dublagem.

Apesar dos apesares, o jogo por baixo é impressionante e a história é muito bem desenvolvida. A evolução de meros estudantes que acabaram de entrar na academia para um grupo que fará a diferença na história de sua nação, Trails of Cold Steel foi feito para ser explorado. Com missões opcionais escondidas, NPCs com seus nomes e suas próprias histórias, cidades completamente diferentes umas das outras, o jogador faz bem em aproveitar, ir devagar e desfrutar das mais de cinquenta horas que este jogo tem a oferecer.

Veredito

The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel, apesar de trazer problemas pontuais que podem distrair o jogador, possui uma história como nenhuma outra e cria um mundo detalhado que o jogador pode explorar.

Jogo analisado com código fornecido pela XSEED Games.

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90

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