Sniper: Ghost Warrior 2 é um título um tanto quanto promissor, mas que falha em sua execução e se torna monótono. Explico: você verá nos parágrafos a seguir o que o jogo possui, mas fica clara a sensação de limitação.
Você controla o capitão Cole Anderson, um consultor de uma companhia de segurança privada que está em uma missão nas Filipinas, juntamente com o agente especial da CIA, Diaz. Os dois devem destruir um radar russo, enquanto também investigam o fato de que mercenários podem estar com armas biológicas de destruição em massa. A história, obviamente, não fica só nas Filipinas e possui muito mais do que isso – é um ponto positivo se você gosta de enredos “militares”, digamos assim.
O jogo possui apenas três atos, que são separados em três missões nos dois primeiros e quatro no último. Ou seja, são 10 “fases”. Cada uma dura em média uns 20-30 minutos, dependendo da quantidade de vezes que você precisar recarregar os checkpoints.
Por que esse fato dos checkpoints? É simples: Sniper: Ghost Warrior 2 é um FPS, mas extremamente focado no “stealth” (furtividade/não ser detectado). Ou seja, se você der uma de Rambo, não vai avançar muito. Anderson sempre está acompanhado de um personagem que dá dicas a você ou sozinho (aí as dicas são dadas via rádio – exceto nas dificuldades maiores). Se você seguir as dicas, não tem erro: não será detectado e a missão será um sucesso. No entanto, se você acha que existe uma outra maneira de progredir, é livre para escolher isso e pode seguir seus instintos. Muitas vezes também dá certo. Mas outras não – a ponto de você não entender o motivo e ter que seguir “o que o jogo pede”.
Existem apenas duas armas: o Rifle, que é basicamente o nome do jogo, e uma pistola. Há também a faca para golpes físicos ou para matar inimigos sem ser detectado. A pistola ajuda em momentos que você precisa matar alguém que já viu você e está perto. Já o Rifle é sua arma em 90% das ocasiões. Vale comentar sobre a vida também: ela não recupera automaticamente – deve-se usar med kits.
O esquema do jogo é simples: avance para uma determinada área. Faça o que se pede (mate todos os inimigos, mate apenas um – um outro sniper, por exemplo – ou proteja sua equipe). Em seguida, avance para a próxima área com a maior furtividade possível (esconda-se, mate alguns inimigos se precisar). Chegue à nova área e, novamente, mate com o Rifle. É o tempo todo isso. Se você detesta usar o Rifle em FPS, passe longe de Sniper: Ghost Warrior 2.
Há alguns elementos que existem apenas neste jogo. Um deles é a “Kill Cam” (ilustrada acima). Quando você mata o último inimigo de uma área, uma câmera segue a trajetória da bala mostrando como o matou. É interessante, mas não há muitos efeitos (você normalmente mira na cabeça e só vê o oponente caindo). Além disso, se você não se agachar, a mira do Rifle será horrível. Há três níveis: de pé, de joelhos e deitado. Quanto mais rente ao chão, mais estável é sua mira. Em dificuldades baixas, você terá uma mira que indica onde a bala atingirá. Isso ajuda bastante para entender a física.
Sniper: Ghost Warrior 2 foi feito com a CryEngine 3 (da série Crysis). Dado esse fato, você espera por gráficos incríveis, certo? Errado. Ao menos no PS3, as texturas são horríveis, os modelos dos personagens (principalmente os rostos) são fracos e os cenários carregam conforme você avança (é estranho em algums momentos). Em relação ao gameplay, as grandes áreas ao menos não apresentam problemas, mas muitas vezes acontecem alguns pequenos travamentos (quando está transitando de uma área para outra, ainda mais se estiver correndo/fugindo de um tiroteio), principalmente quando você resolve mirar. É irritante e imperdoável.
Podemos concluir, portanto, que o single-player é limitado e repetitivo, além dos gráficos não ajudarem. Mas S:GW2 possui um multiplayer também e acredite: apesar de ser ruim, é divertido.
Existem apenas dois mapas no multiplayer e um único modo (Team Deathmatch) – para você observar que até aqui as opções são poucas. Os dois mapas são gigantescos e possuem “duas bases”. Cada equipe dá respawn em uma delas. Você possui duas opções neste modo: avançar para a base do inimigo e destruir tudo que puder lá com a pistola (aqui também só há duas armas – rifle e pistola) ou ficar de “camper” em sua base (ou até mesmo na do adversário, se conseguir chegar lá). Portanto o que consiste o multi? Encontrar e matar os “campers” do cenário, basicamente, que podem estar em qualquer lugar. O conceito é interessante porque convenhamos que “camper” é algo que muita gente detesta nos FPS, mas aqui é algo que você já espera por isso – e se resolver ser um, pode acabar se beneficiando como também pode morrer facilmente (todos os pontos do mapa deixam suas costas “livres” para que você morra por um oponente que o encontrar).
Sniper: Ghost Warrior 2 possui uma temática interessante (totalmente focado na arma Sniper Rifle), mas que não tem uma execução boa e convincente (por que focar nisso?). Somado ao fato de que os gráficos não são bons, é curto, repetitivo e o multiplayer promissor mas limitado, temos um jogo medíocre.
— Resumo —
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Temática
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História/Enredo
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Ideia interessante para o multiplayer
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Gráficos, principalmente suas texturas e modelos faciais
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Single-player repetitivo e limitado
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Multiplayer praticamente sem variação