[PSN] Ninja Senki DX

Ainda em 2010, antes mesmo da fundação da Tribute Games, Ninja Senki foi lançado como um freeware para o PC. De lá pra cá, a desenvolvedora canadense entregou diversos jogos-retrô adequados para matar a saudade de qualquer jogador “old-school”. Ninja Senki DX é uma revitalização do projeto original e o terceiro jogo da Tribute para as plataformas da Sony.

O tratamento está mais para um remaster do que um remake. A base do jogo original permanece, mas com algumas adições como novos modos de jogo, desafios inéditos, sprites redesenhados, trilha sonora remixada e outras surpresas. É um produto cross-buy, portanto, por apenas US$4.99, o comprador leva a versão de Vita e PS4. É uma pena que não exista cross-save, pois tal funcionalidade me fez falta.

Ninja Senki DX se trata de um jogo de ação e plataforma inspirado em clássicos do mesmo gênero. O game pode ser comparado a uma união entre Megaman e Ninja Gaiden – dois jogos especiais dos tempos “8 Bits”. Seus elementos estéticos resgatam os jogos da era NES, assim como sua trilha sonora à base de chiptunes.

A abertura do jogo remete às clássicas cutscenes de Ninja Gaiden, apesar de ser ainda mais curta. Nela, de forma direta e efetiva, a trama é exposta – um ninja demônio mata uma princesa e Hayate (personagem principal) parte em uma jornada para se vingar de seus inimigos.

De jogabilidade simples, mas com um level design recompensador, Ninja Senki DX também deve agradar jogadores fora do nicho old school. Além da movimentação para os lados, o jogador só precisará de dois comandos: o pulo e o ataque de shuriken. É possível utilizar um pulo duplo no ar e boa parte dos desafios impostos no game decorrem da precisão desse comando.

O início do jogo é um pouco lento, com fases de estrutura simples e até fáceis. Todavia, o jogador será rapidamente testado após progredir alguns níveis. O level design melhora significativamente a partir do terceiro mundo, explorando mais a verticalidade e introduzindo inimigos ameaçadores. São 16 fases no total e a cada duas existe um chefe. Um determinado boss do jogo é repetido por vários níveis e isso é lamentável, especialmente porque os demais rendem ótimas batalhas.

Para os jogadores que pretendem ir além da jornada principal, existem tarefas extras para cada nível do jogo. Derrotar todos os inimigos, coletar todas as moedas e um speedrun fazem parte dos desafios associados com alguns dos troféus do jogo. Os requerimentos para o speedrun são um pouco maldosos; foi o único aspecto do jogo que gostaria que fosse recalibrado. Há também o modo Boss Rush e o Hardcore, além da possibilidade de alcançar três desfechos distintos – não há como se queixar do fator replay nessa versão moderna de Ninja Senki.

A arte em pixel do jogo não é tão elaborada como outros “8 bits” modernos. A inclusão de detalhes no background das fases e mais quadros de animação seriam bem-vindos. A trilha sonora remixada é boa, mas deve um pouco quando comparada às excelentes chiptunes dos outros produtos da Tribute Games.

A versão vita é a minha preferida por conta do visual e pixelart ressaltados na telinha do portátil. No PS4 talvez seja um pouco mais confortável jogando pelo Dualshock 4, mas o resultado da imagem não é tão agradável quanto.

Jogo analisado com código fornecido pela Tribute Games.