JoJo's Bizarre Adventure faz jus ao nome que leva: é certamente um dos mangás mais estranhos já criados, dividido em diversas partes em diversas eras, totalizando 117 edições. Nos games, recentemente tivemos JoJo's Bizarre Adventure: All-Star Battle para o PS3 (leia sua análise) e agora JoJo's Bizarre Adventure: Eyes of Heaven chega ao PS4 no Ocidente.
Eyes of Heaven captura o estilo de arte único da série. Porém, o material encontrado aqui é inédito. Ou seja, enquanto All-Star Battle optou em recontar o mangá em todas as suas partes, Eyes of Heaven é uma história paralela. Inimigos e aliados mortos de todas as eras estão sendo ressucitados, enquanto que os protagonistas estão vendo seus amigos se tornarem hostis. Portanto, não é uma história "oficial" (canônica), mas ainda assim há spoilers.
Considerando isso, é interessante ver como os personagens interagem entre si, como Joseph Joestar pai encontrar seu filho ilegítimo, ou Jotaro se deparar com sua filha, que é mais velha que o próprio. A história é realmente bizarra e somente os fãs da série vão aproveitá-la totalmente – se você pegar o jogo sem conhecimento prévio, poderá até se enjoar da história.
Antes de entrarmos no gameplay principal, ainda há alguns pontos do modo história a serem mencionados. Há minigames que aparecem no caminho que são interessantes, como socar vários inimigos antes que o tempo acabe. Um dos minigames mais bacanas é o "Cheating Poker" com QTEs que aparecem para você trapacear em um jogo de poker.
Em relação ao gameplay, o jogo se distancia bastante de All-Star Battle. Primeiramente, não estamos mais em um ambiente 2D, mas sim 3D (pense na franquia Naruto Shippuden: Ultimate Ninja Storm, mas com um gameplay menos frenético). A principal novidade é que as lutas são 2×2, podendo também ser 2×1 ou mesmo 1×1. As arenas são criativas, com armadilhas e itens para serem pegos. No fim, pense mais em Power Stone do finado Dreamcast.
Já o combate em si acontece principalmente com o quadrado e triângulo, que geram os golpes fracos e fortes, respectivamente. Devido aos layouts dos cenários com armadilhas, você sempre tentará realizar combos que façam os oponentes caírem naquela direção. Apesar de simples, o sistema de combate pode ser desafiador para entender tudo o que está acontecendo na tela. Além dos ataques, temos movimentos especiais ativados com o L1 segurado, assim como outros no R1, bloqueio no R2 e dash no L2. Há outras mecânicas ainda, como as duas barras que vão se preenchendo no combate (uma permite que os dois personagens ataquem e possam realizar um dano devastador, enquanto que a outra realiza um ataque duplo com o parceiro – ou uma versão mais poderosa do seu personagem, se estiver sozinho). Você pode ver tudo isso em ação no vídeo do início da análise.
O combate, portanto, é um pouco complexo e fácil ao mesmo tempo. E por ser assim, você pode amá-lo ou detestá-lo.
Na campanha ainda, há uma skill tree para cada personagem que destrava habilidades (nos outros modos, isso já se encontra destravado). Isso é um tanto quanto desnecessário e se torna entediante fazer isso a cada batalha.
Além do modo história e do Free Battle, há apenas o modo online, que é deserto. Como estamos falando de um jogo de nicho, isso já era esperado. Porém, além de deserto, o online oferece apenas o básico, o que não atrai o público do jogo experimentá-lo. Aliás, é aqui que temos outra falha: não existe um versus offline. Você só consegue jogar contra outras pessoas online.
Veredito
Ser de nicho é justamente o maior problema de JoJo’s Bizarre Adventure: Eyes of Heaven. Apesar de estar ganhando uma audiência fora do Japão, ainda está longe de ser um sucesso de público. E criar uma história spin-off que precisa de entendimento prévio para poder aproveitá-la não ajuda. A ausência de um versus offline também é complicado. O gameplay é sólido e divertido, mas pode não agradar a todos os tipos de jogadores. Porém, esse último caso só adiantará se você não se importar com o que foi dito anteriormente.
Jogo analisado com código fornecido pela Bandai Namco.