Paperbound


 

Diversão. Felizmente, temos visto um aumento na quantidade de jogos que se focam única e exclusivamente na diversão do jogador com seus amigos em um sofá. É difícil dizer exatamente quando esses jogos começaram a ganhar uma atenção maior, mas, com certeza, o principal expoente dos jogos de batalha em arenas é o aclamado TowerFall: Ascension. Continuando essa onda, chegou ao PlayStation 4 no último dia 31 de março o divertídissimo Paperbound.
 

Desenvolvido e publicado pela Dissident Logic, é bem direto em sua proposta: junte mais três amigos no sofá de casa e lutem em diversos modos de jogo, com personagens estranhos (a maioria saída dos livros que inspiram os cenários do jogo) e armas diferentes, em dezoito arenas com os mais diferentes temas e formatos. E está aí uma fórmula bem executada.
 


 

Paperbound gira em torno de três mecânicas principais. Os ataques acontecem em duas modalidades diferentes: um ataque físico e rápido ou dois tipos de projéteis – bombas de tinta e tesouras, cada um controlado de uma maneira diferente (os ataques são controlados por um botão, as bombas por um gatilho e a direção das tesouras é determinada pela direção na qual o jogador mover o analógico direito). Além disso, é possível reverter a gravidade para que o personagem passe a andar no teto ou nas paredes ou simplesmente ficar rodando pelo ar de um lado pro outro.
 

Essas mecânicas combinadas geram um caos fantástico. Jogar com amigos (já que o jogo não possui qualquer tipo de funcionalidade online), em especial quando todas as armas estão disponíveis (é possível desativar as bombas e as tesouras) vão te deixar, diversas vezes, imaginando o que você está fazendo ou aonde você está. Se pode ser frustrante não saber aonde o seu personagem morreu, as vezes em que você se encontra no lado atacante dessas situações acabam por fazer valer a pena.
 


 

O jogo não possui uma variedade muito grande de modos, existindo três a serem jogados tanto “todos contra todos”, quanto em equipes. São eles: Versus, Last Man Standing e Long Live the King. Versus e Last Man Standing, este último é um modo survival, são combates mais “diretos”, só alterando como a pontuação é contada; já King é um pouco diferente: as mortes só começam a contar quando o jogador assume a coroa do rei. Existe também um modo exclusivo para equipes, Capture the Quill, que é um Capture the Flag sem qualquer diferença.
 

O jogo não conta com qualquer tipo de modo história, campanha ou algo que o valha e jogar com bots não é nem de longe tão divertido quanto jogar com seus amigos (chegando a ser até bem enjoativo). Alguns dos cenários não estão disponíveis em todos os modos, já que alguns são recomendados para menos jogadores, mesmo que seja possível jogar com os quatro jogadores neles.
 


 

A possibilidade de customizar a quantidade de armas, vidas e outros fatores das fases é uma adição bem vinda, permitindo determinar o quão rápida ou longa uma partida vai acabar sendo. Não há customização dos personagens, mesmo que exista uma quantidade considerável de variações de cada um deles, incluindo de outros conhecidos heróis de outros jogos independentes, como o Juan de Guacamelee e Captain Viridian de VVVVV. Infelizmente, esses heróis convidados não possuem paletas de cores diferentes.
 

O visual do jogo, aliás, merece ser destacado. Como o próprio nome indica, a inspiração pra sua arte vem de livros e esse estilo é bem transferido para o jogo. Por mais diferentes que as fases sejam, elas demonstram suas inspirações de maneira clara (as arenas baseadas no “Inferno de Dante”, aliás, são um caso à parte) e os diferentes obstáculos casam em perfeição com o background e as paredes das fases.
 


 

A falta de indicativos de qual personagem pertence a qual jogador é um ponto negativo, mas a UI é simples e, felizmente, não atrapalha. Os menus, aliás, são pouco intuitivos e diversas vezes eu acabei por me perder tentando configurar uma partida ou escolher um modo, mesmo que algumas dessas vezes tenha sido pelo fato de o jogo permitir que mais de uma pessoa controle o menu ao mesmo tempo, fazendo com que algumas partidas começassem ou se reiniciassem sem que todo mundo estivesse pronto. A trilha sonora não chama a atenção e poucas vezes foi possível ouví-la em meio aos gritos do pessoal em meio às partidas.
 

Paperbound acaba por ser um jogo divertido e feito para sessões com os amigos. A IA não permite recomendar mais o jogo, já que claramente não há muita diversão em jogá-lo sozinho. Em compensação, a arte é impressionante, os controles são bem responsivos e a quantidade de diversão que um grupo de quatro pessoas conseguem tirar do jogo é surpreendente. As novas mecânicas diferenciam o jogo o suficientemente de outros jogos do gênero.
 

Veredito

Paperbound é um bom jogo de arena para se jogar com os amigos e se divertir sem qualquer pretensão. Infelizmente, não possui um modo campanha ou um single-player recomendável e possui ainda alguns defeitos que deixam o jogo confuso demais em alguns momentos, mesmo que isso acabe por contribuir para a diversão. Jogue sem compromisso e com amigos e algumas horas de diversão são garantidas.

 

Jogo analisado com código fornecido pela Dissident Logic.

 

Veredito

75

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