Nitroplus Blasterz: Heroines Infinite Duel

Antes de começar esta análise, é preciso deixar claro que Nitroplus Blasterz: Heroines Infinite Duel é um jogo completamente de nicho. Isso não reflete a qualidade do jogo, mas pode afetar a experiência do jogador. Tirando as duas personagens DLC, se você conhecer mais de duas personagens desse crossover, pode se encaixar no público que a publisher quer alcançar.

Vamos por partes, portanto. Nitroplus Blasterz: Heroines Infinite Duel é um jogo de luta da Examu (a mesma da série Arcana Heart). O que torna o jogo de nicho são as 14 personagens: todas elas são de jogos e visual novels da Nitroplus, exceto as duas DLCs (que são gratuitas nas primeiras semanas de lançamento): Homura (de Senran Kagura) e Aino Heart (de Arcana Heart). É claro, há personagens mais conhecidas no jogo, como Saber (de Fate/stay night, mais especificamente em sua versão Fate/zero). Mas se você conhece Super Sonico sem ser pelos cosplays sensuais ou Ein (Phantom: Phantom of Inferno), o jogo sem dúvida se torna mais interessante.

O mais importante de um jogo de luta é o seu gameplay. Seguindo mecânicas que lembram as presentes em jogos como Arcana Heart e Dengeki Bunko, Nitroplus Blasterz: Heroines Infinite Duel conta com seis personagens em combate – um principal e dois suportes para cada lado.

Há quatro botões de ataque (três deles que seguem o padrão "fraco, médio e forte" e uma espécie de especial – pense em BlazBlue). Há dois botões para chamar os suportes, que podem ser selecionados antes da batalha (há 20 deles) e cada um faz um movimento diferente. Os suportes, aliás, são carregados automaticamente ao longo da partida, com uns demorando mais, outros menos. Em média, você só consegue ativar uma vez cada por round. Há ainda outras mecânicas, como uma defesa reforçada, o Infinite Blast (uma espécie de "rage") e movimentos especiais como os normais, EX e Super.

De maneira geral, o gameplay é divertido. Os gráficos também são muito bonitos (os "Supers", chamados de Lethal Blaze, possuem animações em anime muito bacanas). Mas com o tempo, por termos poucas opções de golpes, o título pode se tornar repetitivo. Aliás, o que também não ajuda na vida útil são os modos de jogo. Além dos usuais Training, Versus e Score Attack (que é basicamente o Story sem a história), temos o Story e Another Story. O primeiro é basicamente o Arcade com uma história mais desenvolvida para cada personagem e contada via texto (veja o gameplay do início desta análise para entender melhor). Já o Another Story conta uma história fixa e relativamente grande sobre o jogo e que une todos os personagens. O problema desses dois modos é a maneira que é contada: uma hora tantos textos acaba fazendo você desistir de acompanhar o que acontece (ainda mais se as personagens não forem cativantes para você).

A história segue o fato de que um mal antigo acordou e acaba unindo as campeãs de diversos universos. Enquanto lutam para entender esse reino estranho, esse mal oferece a todas um desafio: lutem para provar que seus mundos merecem continuar vivendo.

O jogo conta também com um modo online e inclusive com cross-play com a versão de PS3. Porém, infelizmente, apesar do netcode ser bom, esse modo é completamente deserto, como já era de se imaginar. O que aumenta ainda mais esse vazio é que nem os caçadores de troféus serão vistos online, pois tudo pode ser pego offline e de forma bastante fácil (sim, a platina é bem simples).

Pelo fato do online ser deserto e os modos offline serem poucos e limitados (isso sem contar, como dito várias vezes, se tratar de um jogo de público bastante específico), Nitroplus Blasterz: Heroines Infinite Duel acaba sendo algo de difícil recomendação. Não se engane, ainda é um bom jogo e "vale uma locação" se estivéssemos em outros tempos. Adaptando essa frase para os dias atuais, talvez seja algo para "aguarde por uma promoção na PSN".

Jogo analisado com código fornecido pela XSEED Games.