Mulaka

Todos nós, como amantes de jogos eletrônicos, estamos inseridos dentro de uma cultura que já perdura por gerações. Para alguns começou no Pong ou Atari, talvez num Super Nintendo ou no primeiro PlayStation, mas de toda forma sabemos que é algo no qual estamos dentro e vivenciamos. Mas, e se dentro de um jogo fosse colocado uma cultura e conhecimentos de um povo e suas gerações de histórias para serem apresentadas aos milhares de jogadores pelo mundo?

É exatamente isso o que a Lienzo faz com sua obra, apresentar por meio de um jogo a cultura dos Tarahumaras, uma das tribos indígenas mais antigas do México, nativa da região de Chihuahua no noroeste do país. Aprender um pouco sobre os conhecimentos de um povo com séculos de aprendizado por meio de seu videogame é algo que pode ser considerado positivo logo de início.

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O jogador assume o controle de Mulaka, personagem que dá título ao jogo. Sendo um Sukurúme, Mulaka é dito como filho das estrelas, um ser humano poderoso e dotado de habilidades atléticas acima do normal, como a história conta dos primeiros Tarahumaras, que possuíam uma forma de correr peculiar e se moviam muito rápido.

Observando que um mal cresce no mundo, Mulaka vai à busca de conhecimento, para saber o que pode ser feito para restaurar o equilíbrio da vida, entre as terras, animais, pessoas e até os deuses que ali reinam. Enfrentar os inimigos que surgem no caminho e aprender mais sobre a própria cultura a fim de ficar mais poderoso é o que move Mulaka contra seus desafios.

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A aventura em terceira pessoa não é algo complexo e se aproveita de conceitos simples e de certa forma um pouco ultrapassados. A progressão é exatamente a mesma em cada mapa diferente que o jogador adentra. Mulaka deve enfrentar os inimigos corrompidos e realizar simples quebra-cabeças para recuperar três pedras necessárias para abrir uma parte do mapa, onde posteriormente se enfrenta um chefe.

O combate é simples e oferece opções de ataque rápido ou forte com a lança, ou até mesmo arremessá-la contra inimigos que não podem ser alcançados no chão. Há ainda poções que recuperam a vida, que fornecem maior defesa ou até um ataque mais poderoso. Após certo momento, algumas habilidades são liberadas para adquirir e serem melhoradas. Além disso, Mulaka vai ganhando os poderes dos semideuses que o ajudam na sua jornada, como se transformar num urso para quebrar pedras ou num pica-pau e voar por áreas longes.

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A campanha é curta, podendo ser completada em cerca de 5 horas e não oferece muita vantagem para ser jogada novamente, a não ser pelos troféus, colecionáveis ou pelo fator histórico. O jogo é muito simples e toda a estrutura é basicamente a mesma, sendo que só na sessão final algumas mudanças ocorrem, mas apenas para a conclusão da história.

Não há como deixar de lado toda a inspiração da equipe da Lienzo em cada criação do jogo. Os mapas são baseados na geografia onde os Tarahumaras vivem, assim como os inimigos são animais nativos dessas regiões, como sapos, escorpiões, gafanhotos e demais. Em cada parte do jogo é possível ver o carinho aplicado pelos desenvolvedores em levar um pouco da cultura indígena dentro da obra.

A trilha sonora é bem agradável e completamente apoiada nos instrumentos indígenas, seja para a exploração, combate ou em momentos da narrativa. O visual abusa das cores para representatividade dos locais e inimigos, mas poderia ser melhor trabalhado em algumas áreas, principalmente no rosto dos humanos, que são apenas uma textura fixa.

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Como um jogo, Mulaka poderia ter se saído melhor, apresentando maior diversidade na jogabilidade e evolução da história, assim como arriscar um pouco mais no design dos mapas e nas mecânicas de evolução.

Veredito

Mulaka funciona muito bem como uma aula de história e ensinamentos sobre uma rica cultura indígena, mas como jogo, deixa a desejar em aspectos que poderiam fazer a obra ser mais consistente e mais abrangente para vários jogadores.

 

Jogo analisado com código fornecido pela Lienzo.


 

Veredito

70

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Mulaka works very well as a history lesson on rich indigenous culture, but as a game it doesn’t perform so well in aspects that could make the title more consistent and more embracing for several players.