Marvel's Guardiões da Galáxia – Episódio 4: Quem Precisa de Você

[ATENÇÃO: O TEXTO ABAIXO CONTÉM SPOILERS DO EPISÓDIO 3 E ALGUNS PONTOS DO 4. SE SE VOCÊ NÃO JOGOU, RECOMENDO LER APENAS O VEREDITO]


No quarto e penúltimo episódio da série da Telltale baseada em Guardians of the Galaxy, Peter Quill e sua turma precisam achar um jeito de sair das cavernas do templo onde a Forja do Infinito foi destruída no episódio passado. Com Gamora à beira da morte e desavenças no grupo, parece que os Guardiões não terão muito mais tempo juntos.

O quarto episódio é talvez o episódio mais lento e ao mesmo tempo emocional até agora. Com Peter e seu grupo presos na caverna, encontrando alguns desafios para saírem dali, como um ninho de vermes espaciais (e a consequência desse problema sendo uma cena que faz referência à cena da Millenium Falcon dentro de uma criatura parecida em O Império Contra-Ataca), a história tem dois momentos chocantes para o grupo que realmente impactam, tanto eles quanto os jogadores.

Aqui temos alguns momentos maiores de exploração do cenário, para resolver certos problemas que o grupo tem em sair da tal caverna. Em determinado momento, Peter Quill precisa ativar diversos projéteis em um cenário para abrir um buraco na caverna. Apesar de extremamente linear, é até agora o momento com mais gameplay da série, usando um tempo-limite que Quill pode ficar planando para criar alguma urgência no gameplay.

Porém, os melhores momentos são aqueles que conseguimos nos conectar emocionalmente com os personagens, seja por escolhas pequenas ou importantes. A mais interessante é a de Drax: em estado letárgico após ser capturado pelos vermes habitantes da caverna, ele começa a lembrar o momento que deixou sua filha partir para a caçada, no seu planeta de origem. Aqui o jogo deixa à sua escolha se Drax solta ou não a filha, sendo que cada vez que você resiste, a realidade vai pouco a pouco retornando. Apesar de uma escolha já decidida pelo tempo (é uma memória, afinal), a escolha aqui é significante para o personagem, e o jogador consegue sentir a luta de Drax em deixar aquela memória ir.

Parece que a Telltale está trabalhando a cada episódio em um passado de um personagem, dando alguns detalhes que não tivemos nos filmes, como a origem de Rocket Racoon ou a relação de Drax com sua família no seu planeta-natal, visto nesse episódio. Apesar de Drax ter sido até agora o menos surpreendente, devido a uma consequência ao final do episódio, é a típica história que nos deixa emocionados apenas após a conclusão do capítulo.

Outro momento interessante no capítulo fica por conta do instante em que os Guardiões precisam eliminar da nave todos os equipamentos e utensílios descartáveis. Peter vai olhando seus troféus e objetos guardados desde infância. O legal é ter essa pequena conexão com o personagem através de suas lembranças com os objetos, além de sacrificar um certo item tão importante para ele quanto para nós em termos de identidade do grupo.

No final, Peter Quill e seu grupo estão em um dos momentos mais baixos possíveis, algo que com certeza será revertido no quinto e último episódio. Até agora as escolhas feitas na história parecem ter surtido poucas mudanças relevantes. Sim, é um jogo da Telltale, sabemos que vai terminar igual para todo os jogadores independente do escolhido. Mas Guardians parece muito mais uma história interativa linear em que as escolhas são meros artifícios para manter a atenção do jogador. Ainda estou me divertindo com os personagens e algumas situações, não me levem a mal, porém, a história parece tão linear que eu não vejo como ela pode surpreender no próximo capítulo (leiam a análise do quinto episódio se quiserem saber se eu fui surpreendido ou não).

Jogo analisado com o código fornecido pela Telltale Games.