EA Sports UFC 5 – Review

É chegada a hora do evento principal. Após alguns meses de espera, finalmente temos em mãos o mais recente título de MMA da EA. Considerando os bons passos dados ao longo do ciclo do título anterior, era de se esperar que ainda mais atenção fosse dispensada em melhorar a experiência para o jogo lançado nessa semana, 03 anos após o jogo anterior.

Com um considerável foco dado a uma recriação ainda mais realista (e vinsceral) do esporte e uma marca que, embora tenha sido apontada como uma “modinha” em vários dos momentos da sua história, recém-completou 30 anos, EA Sports UFC 5 prometia chegar como uma experiência obrigatória aos fãs da luta profissional.

E, bem, já podemos adiantar aqui que, sendo o primeiro título nativo do PS5, todos os aspectos necessários sofreram consideráveis melhorias aqui. Embora ainda se jogue de forma um tanto quanto similar ao título anterior em termos de controle, UFC 5 é uma bem-vinda nova roupagem ao jogo, com novos atletas e novos modos de jogo para manter os jogadores interessados.

Se você jogou EA Sports UFC 4 já deve saber bem o que esperar aqui. UFC 5 traz o mesmo esquema de controles, colocando o jogador no controle direto do seu lutador preferido (ou seu atleta customizado) em diferentes categorias de peso, masculinas ou femininas, com um objetivo muito simples: se tornar o melhor de todos, seja no Modo Carreira, nos modos online ou só nas lutas contra os seus amigos mesmo. Antes de falar sobre os modos, cabe reforçar aqui que não houveram grandes mudanças nos controles, só pequenos ajustes necessários.

Ainda se tem o mesmo esquema de Quadrado e Triângulo controlarem os socos e X e Círculo os chutes, com modificadores podendo ser aplicados usando L1, R1 ou L2 (e diferentes combinações entre eles), com a defesa ficando por conta do R2 ou a esquiva com o analógico. O sistema de lutas no chão também segue a mesma estrutura, passando só por pequenos ajustes que o tornaram mais ágil e fluido, então, realmente, se você já tem experiência com a série, se sentirá em casa aqui.

O novo fator realmente ficou por conta do altamente divulgado no sistema de danos no qual não só é possível ver o estrago sendo feito no seu lutador pelos golpes do ponto de vista visual, mas ele impacta diretamente em diversos aspectos da sua gestão de luta, como redução na energia, mobilidade e capacidade defensiva além de te deixar mais vulnerável. Isso abre espaço para que novas estratégias possam ser usadas, explorando mais os pontos fracos dos adversários até encaixar um golpe devastador no mesmo ponto de um corte, por exemplo, ao invés de só tentar dar um golpe poderoso que por sorte derrube o seu oponente.

É tudo muito fácil de se identificar graças a uma série de dicas visuais e sonoras referentes ao dano que está sendo causado, incluindo símbolos abaixo da sua barra de energia ou a deformação física do local. Caso o dano causado seja grande mas você não seja derrubado, caso passe do ponto tolerável é bem possível checagens médicas e até mesmo interrupções da luta para evitar danos mais duradouros ao seu lutador. Pode parecer bobo considerando modo exibição ou lutas online, mas é algo que traz uma tensão bem-vinda ao Modo Carreira, por exemplo.

Além disso, pequenas melhorias que já seriam de se esperar, como novos golpes, novas animações de ação e reação além de novos estilos visuais para seus lutadores, incluindo poses, provocações e posturas de combate. Afinal, algumas novas técnicas sempre são inventadas nesse período de tempo, sendo necessário que o jogo continue capturando tudo de novo que vem sendo apresentado no MMA.

Aqui cabe tocar rapidamente nas melhorias visuais trazidas pelo jogo. Os modelos de lutadores, HUD e experiência do jogador como um todo é bem superior ao título anterior, surpreendendo pelo cuidado e atenção a cada detalhe visto aqui, com os rostos dos lutadores sendo assustadoramente reais em relação a títulos anteriores. Tudo parece muito mais fluido, inclusive pelo jogo não só ser o primeiro título rodando totalmente na Frostbite (e se valendo dela muito bem nos modelos e iluminação), mas usando bem o poder do PS5 para rodar inteiramente a 60 frames por segundo. Por fim, cabe dizer que o novo sistema de replays também traz uma bem-vinda dramaticidade ao momento decisivo da luta.

Sobre os modos de jogo, o principal destaque segue sendo o Modo Carreira. O objetivo aqui segue sendo o de se tornar o maior lutador da história do UFC, começando de pequenas lutas em competições de fundo de quintal até se tornar o principal nome nos cards nas maiores arenas do mundo. Para tal, uma série de novas cenas de diálogo, novas animações e participações especiais de lutadores icônicos. Dito isso, não espere uma grande narrativa já que, apesar de algumas boas cenas e piadinhas, a ideia é realmente só prover uma linha a se seguir sem se apegar a nada muito sério ou pretensioso.

A principal mudança fica por conta dos ajustes feitos na preparação para as lutas que, querendo ou não, acabavam se tornando um tanto quanto repetitivas. Agora é tudo mais rápido graças não só a um tempo de treino maior que te incentiva a cumprir desafios e realmente dominar o jogo, mas novos desafios que trazem variedade ao processo e um novo sistema de campos de treinamento um pouco mais desafiador.
Mesmo assim, é impossível que após algum tempo você não queira só avançar e ir direto pras lutas, afinal, em grande parte do tempo você seguirá só escolhendo opções do menu. Felizmente, tal qual o sistema adotado em outros jogos de esporte da EA, você pode só simular cada parte e ir direto para as lutas.

Apesar do nome, o modo Carreira Online é basicamente um sistema de partidas ranqueadas. Não deu pra testar muito do online mas as lutas que conseguimos participar funcionaram excepcionalmente bem e o sistema parece funcional à primeira vista. É claro, tudo vai depender do longo prazo, mas até mesmo o sistema de evolução do seu lutador aqui parece funcional, por mais que vá exigir um grind considerável para quem realmente quiser se manter no topo dos rankings.

A outra grande e prometida novidade era o modo Lutas da Semana que é, basicamente, a forma que o jogo traz para que possamos acessar facilmente as lutas do card da semana do UFC. É bem legal e há uma série de diferentes desafios com boas recompensas, então é uma forma bem legal de se passar a semana. Os eventos influenciam também aos contratos disponíveis e é possível ganhar vários bônus utilizáveis nos modos online então cabe a dedicação a ele. Esses contratos disponíveis ao longo da semana trazem desafios bem variados e te forçam a pensar em estratégias distintas para conseguir as recompensas vistas aqui. As melhores e mais interessantes são visuais icônicos dos lutadores, mas as recompensas em moeda virtual também são importantes para quem gosta de customizar seus lutadores.

Por fim, cabe mencionar aqui o divertido e variado modo chamado “Batalhas de Blitz”. Esse modo foi, surpreendentemente, uma das minhas principais diversões com o jogo. Basicamente, ele te traz um desafio pro dia em vencer lutas por um estilo específico usando apenas lutadores de uma certa categoria de peso. É algo bem simples, com regras constantemente mudando e que te colocam em posição de testar coisas novas que você talvez não pensasse por iniciativa própria.

No geral, EA Sports UFC 5 é um bem-vindo avanço em relação à experiência apresentada anteriormente, com uma série de melhorias que fazem desse primeiro passo no PS5 uma evolução necessária para os fãs do esporte. É claro, cabe ver ainda se o suporte aos modos online será tão robusto como prometido, mas todos os pontos importantes para um bom jogo de esporte são bem executados aqui.

O elenco de lutadores é bem rico e deverá agradar aos fãs de todas as categorias, os modos online funcionam bem pelo que pudemos testar (por mais que dependa de como o Skill-Based Matchmaking funcionará) e o modo Carreira por si só tem tanto a oferecer que é capaz de sustentar o jogo por si só. Um jogo obrigatório para os fãs de MMA.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela EA.