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Clid The Snail – Review

Clid The Snail é um título que entrei sem conhecimento prévio algum e, portanto, sem nenhuma expectativa para o mesmo. Isso foi particularmente positivo, pois Clid The Snail é um título bastante incomum de várias maneiras, seja pelo seu conceito ou por sua jogabilidade. 

Em sua essência, o título é um twin stick shooter, ou seja, utiliza-se um analógico para se movimentar e outro para mirar permitindo realizar ambas as ações simultaneamente. Tenho uma experiência limitada com o gênero, mas minha percepção é que a grande maioria dos títulos nesse grupo opta por um ritmo acelerado de combate, forçando o jogador a lidar com muitos inimigos simultaneamente enquanto desvia de seus ataques, usualmente, projéteis. 

O caracol, nesse caso, é diferente e opta por um combate muito mais lento e metódico. A movimentação do caracol é lenta (como era de se esperar), mas também existe uma barra de stamina que permite que nosso protagonista possa correr e rolar para evitar os ataques mais brutos de seus inimigos. O arsenal é bastante variado, mas também não permite tiros contínuos por muito tempo e, continuando com o tema de caracol e lentidão, recarregar a munição demora consideravelmente, especialmente no meio de um combate em que cada fração de segundo pode fazer diferença.

Em suma, procure não errar seus tiros, pois cada disparo pode custar caro. Por exemplo, a arma inicial de Clid é uma espécie de rifle de energia que é capaz de carregar seu tiro e causar uma grande quantidade de dano. Realmente, o dano dessa arma é bastante alto caso consiga se carregar o tiro e esse é um processo consideravelmente lento. Aproveitar esses tiros carregados fará sua vida de caracol muito mais fácil e longa, mas erre os alvos e você se verá num game over bem rápido. 

O arsenal de Clid aumenta durante sua aventura, mas não é possível melhorar suas armas ou sequer aumentar a quantidade de munição carregada. As poucas melhorias existentes são referentes ao limite de vida e a quantidade de poções de vida que você pode carregar. Francamente, em momento algum senti que meu arsenal não era suficiente para as lutas e fui incentivado (realmente, forçado) a utilizar plenamente meu arsenal para lidar com as lutas mais intensas no jogo. Considero isso como uma grande conquista da jogabilidade e balanceamento dos desenvolvedores, pois, em minha experiência, os confrontos mais intensos eram idealmente desafiadores, contanto que o jogador utilize seu arsenal de forma adequada. 

Pesquisando um pouco sobre o jogo, é particularmente notável que outros jogadores tiveram uma sensação de dificuldade consideravelmente maior do que aquilo que percebi, portanto, devo informar que esse não é um título sem desafio e que também não tem uma seleção de dificuldade. Acredito que o jogador tem, em todos os momentos, o arsenal de armas para qualquer situação, mas é um combate realmente voltado para os que já tem certa aptidão com jogos de ação. Finalmente, digo que para um título pequeno, o combate realmente me impressionou por encaixar seus diferentes sistemas dentro de sua proposta e de balanceá-lo de forma que o jogador tenha que utilizá-los em sua completude.

Minhas principais frustrações em relação ao título ocorreram por questões ligadas à, mas principalmente externas ao combate. Por exemplo, os checkpoints que salvam seu progresso permitem que você se cure completamente, mas cada um só pode ser utilizado uma única vez. Essa limitação de uso acabou por jogar sal na ferida, pois adiciona um backtracking desnecessário em alguns momentos nos quais o jogador pode morrer no combate ou nas várias armadilhas espalhadas nos cenários.

A ambientação é tematicamente excelente e bastante detalhada e que ajudam a apresentar o mundo em que Clid vive junto com todas as demais criaturas e suas sociedades. No entanto, a ambientação tem tantos detalhes que acabam, também, atrapalhando na hora de se enxergar os inimigos, armadilhas, ataques e até mesmo dicas de quebra-cabeças. Todos esses elementos visuais têm a sutileza de uma caracol e, consequentemente, muitos desses detalhes (às vezes necessários para a jogabilidade) passam despercebidos. Minha dica é que, para os quebra-cabeças, todas as suas soluções estão bem próximas das portas que abrem e procure utilizar o arsenal que você recebe obrigatoriamente. Para os inimigos, não tem jeito, eles aparecem de buracos e por onde você menos espera.  

Clid The Snail é dividido em atos com história e um calabouço a ser explorado. Clid, o caracol, é um indivíduo estranho dentro de sua comunidade que, além de beber suco de bambu demais, também caça lesmas que, recentemente, têm se multiplicado e atacado as várias comunidades do continente, tornando-se uma verdadeira praga. A comunidade dos caracóis leva um estilo de vida pacifico, portanto, as atitudes de Clid não são bem vistas e os líderes resolvem por exilar Clid da comunidade. Considerando os perigos do mundo que vive, ser exilado é quase uma pena de morte para Clid. Eventualmente, Clid acaba se juntando a um grupo de exilados e que ajuda as diferentes comunidades com seu problema com a praga de lesmas que os ataca. Isso é, contanto que consigam pagar uma considerável quantia pelo serviço. 

A história é contada inteiramente por diálogos e, francamente, apesar de serem excessivamente expositivos em alguns momentos, também me fizeram ter interesse no mundo em que Clid e os seus demais companheiros vivem. A história tem seus arcos e reviravoltas que acontecem de maneira repentina demais, mas num geral achei um conto divertido de ser acompanhado. O cenário adiciona uns detalhes a mais de maneira sutil e que servem como pano de fundo para as conversas de Clid e Belu, a vagalume que acompanha Clid e que ajuda a detalhar ainda mais o mundo. Um destaque para a artwork que é mostrada nos tempos de loading, absolutamente sensacional. 

Os calabouços são usualmente curtos e possuem tesouros que se tornam a moeda corrente do jogo e sementes que, ao se coletar quatro, aumentam o limite de vida. Se isso parece com Zelda, essa também é a provável intenção dos criadores. A diferença sendo que os calabouços em Clid não tem chaves para abrir portas e possui uma quantidade consideravelmente maior de armadilhas para pegar jogadores desatentos. Muitas delas vão ser fáceis de lidar, mas algumas poucas você só irá perceber depois de morrer uma vez por elas.

Jogo analisado no PS4 padrão com código fornecido pela Gamera Nest.

Winz.io

Veredito

Num geral, Clid The Snail foi uma surpresa agradável por seu combate, história e pelo mundo construído. Os visuais acabam por atrapalhar a jogabilidade em alguns momentos e algumas limitações podem acabar trazendo frustrações desnecessárias. No entanto, é um título que recomendo para aqueles que gostam de um bom jogo de ação com ritmo mais lento e metódico, e realmente espero ver mais dos desenvolvedores e desse seu mundo daqui para frente.

75

Clid The Snail

Fabricante: Weird Beluga Studio

Plataforma: PS4 / PS5

Gênero: Twin Stick Shooter

Distribuidora: Gamera Nest

Lançamento: 31/08/2021

Dublado: Não

Legendado: Não

Troféus: Sim

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Veredict

Overall, Clid The Snail was a pleasant surprise for its combat, story and world building. The visuals end up to hinder the gameplay at times and some systems limitations can end up bringing unnecessary frustration. However, it’s a title that I recommend for those who like a good action game with a slower pace and I really hope to see more from the developers and this world from now on.


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