Não é todo dia que você vê jogos em primeira pessoa no qual o jogador empunha uma arma com características específicas, que são utilizadas para resolver quebra-cabeças especialmente desenhados em volta delas. Alguns diriam, até, que só conseguem pensar em um jogo assim. Bem… Digamos que ChromaGun sabe bem o jogo no qual ele se inspira.
Tudo em ChromaGun, recém-lançado jogo da Pixel Maniacs, é feito para lembrar ao jogador da clássica série Portal. As paredes brancas e estéreis de um laboratório no qual o jogador está preso para testar uma arma experimental enquanto se é guiado por uma voz onipresente e onisciente? Tudo soa como os mencionados jogos da Valve e não por acaso.
Neste caso, o jogador é colocado no papel de uma pessoa contratada para testar a arma-título, responsável por atirar bolas de tinta, cada uma de uma das cores primárias (azul, vermelho e amarelo), capazes de pintar toda uma superfície. Os quebra-cabeças do jogo giram em torno dessa mecânica, sendo possível pintar pedaços da parede ou robôs-sentinela, sendo que robôs da mesma cor das paredes são atraídas para elas, o que permite ao jogador ativar diferentes botões em cada uma das áreas.
Um velho ditado costuma dizer que imitação é a mais sincera forma de elogio e aqui ele se prova verdadeiro. ChromaGun consegue manter bem o equilíbrio entre desafio e dificuldade, sem se tornar frustrante ou impossível, sempre permitindo ao jogador resolver cada um dos quebra-cabeças, mesmo aqueles que parecem mais desafiadores, e despertando a familiar sensação positiva que se tem após cada sucesso. A resposta está sempre ao alcance do jogador, mesmo que demore um pouco para que ela seja vista.
Um dos pontos mais agradáveis de CG é o quão bem a progressão do desafio é implantado no jogo. Ao longo de cada um dos capítulos (que são compostos por menos de uma dúzia de salas cada), novas situações vão sendo apresentadas e vão se misturando com tudo o que o jogador já presenciou anteriormente. Seja da necessidade de combinar cores, cronometrar o momento certo de atirar ou lidar com paredes que apagam a tinta após alguns momentos, há sempre um desafio fresco a ser superado.
Por melhores que as mecânicas e desafios sejam, existem alguns problemas que cercam o jogo e impedem que ele seja recomendado com mais carinho. A primeira de todas e que incomoda bastante é sua performance. Já que sempre que é necessário mover a câmera (e, óbvio, você faz isso o tempo todo), há uma queda no framerate e um certo delay na resposta do movimento, atrapalhando bastante toda a experiência.
A história também é bem pobre, por mais que algumas das piadas que a voz que toca no alto-falante do laboratório sejam engraçadas, não há nada de valioso a ser retirado dela. Seria interessante se houvesse um pouco mais de desenvolvimento, mas não é algo que incomoda tanto assim. Não que a ausência de uma narrativa necessariamente torne o jogo mais pobre, mas é algo que precisa ser apontado.
O jogo em si é bastante curto, só possuindo as salas da história principal (composta de oito capítulos) e não existe mais nada a ser jogado, salvo caso o jogador queira retornar e tentar resolver as mesmas salas novamente (apesar de não existir qualquer incentivo para isso). O jogo em si não passa das 4 ou 6 horas, considerando, inclusive, o tempo para obtenção da platina, o que é tanto um bônus por não se estender demais, quanto algo negativo, pois dificilmente você vai encostar nele após terminá-lo. A versão para PC possui a possibilidade de compartilhar mapas desenhados pela comunidade e o seu acréscimo aqui aumentaria bastante o valor do pacote.
Por mais que possua problemas, ChromaGun ainda é um jogo bastante divertido. Por mais que as comparações com Portal possam servir em seu desfavor, a estética e premissa básica servem para atrair o jogador que acaba dando de frente com um jogo completamente diferente daquele que o inspirou e que, sob suas próprias pernas, merece vários elogios.
Veredito
ChromaGun é um jogo divertido e desafiador, características que o tornam bastante agradável e que satisfaz aos fãs de jogos de quebra-cabeça. A falta de mais conteúdo e a performance fraca no PlayStation 4 atrapalham, mas ainda assim é um bom jogo.
Jogo analisado com cópia digital fornecido pela Pixel Maniacs.
Veredito
Veredict
ChromaGun is a fun and challenging game, and these characteristics make it very enjoyable and should satisfy fans of puzzle games. The lack of more content and its weak performance on the PlayStation 4 disturb it, but it’s still a good game.