Bladed Fury – Review

Atualmente, muitos dos títulos lançados para PC também acabam chegando aos consoles (e vice-versa), tais como Days Gone, Horizon Zero Dawn, Iris Fall e outros. E agora, para valorizar ainda mais essa lista, a NExT Studios decidiu trazer Bladed Fury – originalmente lançado na Steam – para a família PlayStation.

Lançado originalmente em 2018, Bladed Fury dividiu opiniões da crítica, fazendo com que os usuários ficassem em cima do muro quanto a decisão de compra. Porém, com a chegada da versão de PlayStation, é possível ter uma visão mais ampla sobre o que realmente o título pode – e consegue – entregar ao usuário dos consoles de mesa.

Ji Jiang, filha do Duke Kang, é acusada de matar o próprio pai a sangue frio. Mesmo após relatar que um monstro havia tomado conta do rei, todo o reino acaba acreditando em Tian, marido de Shu, irmã da protagonista, que se aproveita do momento para caçar a princesa e usurpar o trono para si.

Sem ter para onde correr ou se esconder, Ji vai para o único lugar onde os guardas do reino jamais entrariam: a floresta proibida. Lá ela encontra alguém muito especial que a ajuda na jornada para descobrir o verdadeiro culpado pela morte de seu pai.

A história de Bladed Fury realmente lembra alguns filmes da China antiga, principalmente aqueles onde as mulheres são obrigadas a se casarem com homens que não amam pelo bem do reino. Além disso, a desenvolvedora quis trazer a real experiência ao implementar a dublagem chinesa, sem opção de alteração. E embora haja legendas em inglês, o que predomina é o coreano, japonês e duas outras alternativas para o chinês.

Sabemos que é importante manter a essência da proposta, mas nos dias atuais não é muito comum ver um jogo sem legendas em espanhol ou até mesmo em português. Caso você não entenda o idioma norte-americano, passará por alguns perrengues, já que a história é um complemento do que acontece na tela, e sem ela, o jogo torna-se apenas mais um título de ação side-scrolling no mercado.

Dentro do mundo de Bladed Fury existem muitos perigos, e para lidar com eles você vai precisar não só de força física, mas de muita habilidade e agilidade nos dedos para alternar rapidamente entre ataques e esquivas.

Mesmo na dificuldade normal, o jogo consegue deixar a aventura difícil. Os inimigos tiram uma quantidade razoável de vida e aparecem em grande número. Além disso, conforme você avança na aventura, monstros mais fortes aparecem com um tipo de armadura, que te obrigam a destruí-la, antes de conseguir tirar o HP real.

Embora isso torne as lutas um pouco mais desafiadoras, podem também frustrar, já que os recursos que a heroína dispõe nem sempre são “justos” para combater algumas hordas de inimigos.

Em Bladed Fury, os monstros convencionais começam a se repetir com o tempo, então para quebrar esse cilo, o jogo apresenta inimigos especiais e cerca de oito chefes bem distintos um do outro.

Mesmo que as lutas contras os chefes sejam as mais difíceis, é possível derrotá-los facilmente a partir do momento que se entende o padrão de ataques. Além disso, Ji conta com um sistema de contra-ataque que causa muito dano, caso as habilidades estejam em níveis elevados.

Entender o padrão de ataque de um boss também é importante para o caso de você querer desbravar o Challenge Mode, que fica disponível após finalizar a história principal. Ele é bem simples e constitui apenas em enfrentar todos os chefes no menor tempo possível. Embora não seja um modo inovador, pode servir de treino para uma possível nova partida no modo mais difícil.

Nós já falamos aqui sobre os inimigos de Bladed Fury, mas e o sistema de combate? Ele realmente vale a pena? A resposta para a pergunta é: em partes.

Antes de começarmos a falar da pancadaria que rola solta em Bladed Fury, é importante enfatizar que ele cai muito bem com o estilo gráfico do jogo, que permite ações e reações exageradas, típicas de títulos com essa arte, o que garante uma experiência ainda melhor.

*De volta ao sistema de batalhas*

Bladed Fury entrega parte do que se propõe. Como mencionei rapidamente neste texto, existem habilidades que devem ser “upadas” de acordo com a quantidade de almas que você coleta, e é isso que define suas vitórias e derrotas. Porém, são poucas skills, e mesmo que o intuito seja aumentar a diversão, elas acabam se esgotando no decorrer da aventura.

Outro ponto negativo está no tempo de resposta a alguns comandos. Os ataques rápidos geralmente funcionam bem, mas os fortes possuem um timing diferente a cada momento. Às vezes você calcula um golpe e acaba tomando dano porque ele não saiu como o esperado. Em outras palavras: o HP se perde por besteira.

Além das habilidades tradicionais, Ji tem à disposição alguns espíritos para ajudá-la em combate. Eles geralmente são compostos por chefes de fase e possuem uma quantidade limitada de uso. Não é possível aumentar o dano através de algum upgrade, mas é permitido recarregar o uso no save point e até mesmo trocar com os que ficam de backup.

Embora o uso desses espíritos seja uma experiência divertida, é preciso calcular bem os ataques, pois os inimigos não ficam imobilizados por eles. Além disso, ativar essas habilidades se torna confuso no meio da pancadaria. Em muitos momentos eu usei-as sem querer e acabei perdendo por bobeiras.

É inegável que Bladed Fury possui uma arte linda e cenários impecáveis, mas existem alguns pontos que deixam a desejar, como o sistema de batalhas, por exemplo, que poderia ter um acervo maior de possibilidades.

Outro ponto que pode pegar para quem é fã de troféus é a falta de uma platina. Não é possível voltar nas fases anteriores para pegar o que restou, o que te obriga a começar uma nova aventura. Embora o jogo seja bem curto (sendo possível terminar em até 3hrs), é preciso zerar três vezes para conseguir todos os troféus. Tendo isso em vista, acredito que seja uma tamanha falta de consideração não colocarem uma platina para compensar todo esse trabalho.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela NExT Studios.