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Análise – Thronebreaker: The Witcher Tales


Jogou um pouco de Gwent, numa taverna em The Witcher 3? É meio caminho andado para este novo jogo, pois está bem diferente! Thronebreaker: The Witcher Tales é um RPG com sistema de carteado: você vence uma batalha e toma decisões de acordo com suas vitórias nas cartas, que são regidas por habilidades e o jogo é definido pelo maior número de pontos na partida.

Vamos por partes. Gwent é o nome de um carteado de The Witcher 3. Você encontrava pessoas e tavernas ao redor do mapa, fazia uma partida, acumulando cartas e montando seu deck em cima das facções: Monstros, Nilfgaard, Skellige, Reinos do Norte e Scoia’tael. Depois do grande sucesso, a CD Projekt RED resolveu criar o jogo para PC, PS4 e Xbox One de mesmo nome, em formato beta gratuito. Passou por diversas mudanças e updates, principalmente nas cartas, e hoje é um jogo bem diferente do “truco” em The Witcher 3. Enquanto o beta era polido para chegar no que é hoje, Thronebreaker estava a caminho, mas como uma expansão, até ser lançado no dia 4 de dezembro como um jogo novo.

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Neste jogo muito simpático, você é Meve, conhecida como Rainha Branca, dos reinos de Lyria e Rivia (local que Geralt diz ser). Uma mulher emponderada, buscando o melhor para seu reino, mesmo que para isso seja necessário iniciar uma guerra, já que graças a um golpe de estado, perdeu tudo para Nilfgaard. É possível tomar decisões, que constroem o caráter da jogatina, com questões raciais, religiosas e sobretudo políticas. É um jogo muito bem construído e tudo é contado maravilhosamente por um narrador – aliás, é um jogo 100% localizado. A dublagem é muito bacana e é todo legendado. Há algumas divergências entre texto/fala, mas vale muito a pena.

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O elenco conta com estrelas da dublagem brasileira como:

  • Mauro Ramos (narrador) – também dublou o comissário Gordon em Batman: Arkham Origins e Batman: Arkham Knight, Sylens em Horizon Zero Dawn e Tenente Hank Anderson em Detroit: Become Human, e claro, Shrek dos cinemas;
  • Adna Cruz (rainha Meve) – diretora de dublagem de séries como 24horas, animes InuYasha e Naruto;
  • Rodrigo Araújo (Raynard) – dublou Joseph Seed em Far Cry 5, Mu em Naruto Shippuden: Ultimate Ninja Storm 4 e Shinnok em Mortal Kombat X.

O jogo chegou com alguns problemas muito conhecidos por quem já joga Gwent, como freezing e redução de FPS sem motivo, mas já foram corrigidos na primeira atualização. Tem dois modos de jogo e caso queira pular o carteado, basta selecionar o Modo História. Thronebreaker é ambientado em um mapa 3D muito bem detalhado, com a necessidade da exploração para coletar recursos, buscar tesouros escondidos e encontrar NPCs relevantes à missão principal. Você monta um acampamento, recruta novos soldados (cartas), evolui sua tropa e infantaria, para então enfrentar as mais diversas situações, como monstros no caminho, brigas de feudo e de coletores de impostos, e também acidentes naturais, como desmoronamentos. O jogo garante pelo menos 30 horas de atividade, com 75 missões secundárias. E isso que originalmente era apenas uma expansão de Gwent!

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Como visto no gameplay acima, a primeira hora de jogo possui um tutorial embutido, ensinando a como tomar decisões, e montar seu baralho. Após isso, você mesmo deve controlar seu deck, criando e expandindo as cartas para enfrentar qualquer adversidade. Não é fácil decorar o baralho e montar uma estratégia diferente para cada situação. Isso pode ser um grande problema para um novato em Gwent, mas a diversão é garantida se compreender as habilidades de seu baralho e seguir praticando no mapa. Ainda assim, é possível notar depois de um tempo que a IA funciona segmentada durante as partidas de Gwent, ou seja, você percebe que acontecem jogadas repetitivas e quase suicidas. Mas mantém a consistência do baralho.

O jogo é ambientado antes da trilogia original e possui 20 finais. Cada decisão tomada pode mudar o rumo da história que é a continuidade da fantasia criada por Andrzej Sapkowski. Com cartas animadas e grande variedade, é possível encontrar referências aos personagens clássicos, em easter eggs bem discretos.

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Veredito

Thronebreaker: The Witcher Tales é um jogo muito bem feito, possui uma localização (dublagem) impecável e faz a fusão do gênero RPG e jogo de cartas muito bem. Dentro do universo de The Witcher, ao abordar tantos temas éticos e com tantas decisões a fazer, descobrir qual será o final dos 20 disponíveis fica cada hora mais interessante. É um jogo bonito, cheio de detalhes, animações e interações que fazem o gameplay ser uma ótima experiência.

Jogo analisado no PS4 padrão com código fornecido pela CD Projekt RED.

Veredito

90

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