Análise – Red Matter

O ser humano jamais encontrará algo tão intrigante quanto o espaço e os incontáveis segredos que ele abriga. Essa fronteira final é o palco principal de obras clássicas da minha infância, e naturalmente não pude conter minhas expectativas enquanto jogava Red Matter, novo título para o PlayStation VR produzido pela Vertical Robot. Entre puzzles, exploração e muito suspense acabei me surpreendendo ao encontrar uma das melhores experiências para a plataforma do ano.

Em uma era distópica, onde a Guerra Fria nunca acabou, somos convidados a entrar na pele de Epsílon, um astronauta enviado para Rhea, uma das luas de Saturno. Sua missão? Infiltrar-se em uma base abandonada às pressas pela nação inimiga e coletar toda informação possível sobre o projeto que estava sendo desenvolvido naquele local. Infelizmente, logo descobriremos que certas coisas deveriam permanecer ocultas para sempre.

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A premissa, apesar de não possuir tanta originalidade em sua superfície, rapidamente se torna complexa e envolvente, à medida que desvendamos o que houve com a equipe de pesquisa que trabalhava no local. O título mescla com perfeição elementos que remetem a títulos como 2001: Uma Odisséia no Espaço e Prometheus, criando  um clima investigativo imerso a uma boa dose de terror psicológico e sobrenatural. Sem sombra de dúvidas, possui uma das maiores reviravoltas que já presenciei em jogos do gênero e ironicamente oferece um momento para que o jogador processe tudo que ocorreu. Detalhes do enredo são explicados por meio de breves diálogos com nosso superior via rádio ou através de textos que encontramos espalhados pelo cenário. Infelizmente, não há tradução para o português do Brasil.

A jogabilidade é simples, porém muito eficiente. Com o auxilio de duas ferramentas que se assemelham a garras em cada mão do personagem, somos capazes de manusear todo tipo de objeto. Isso é essencial para progredirmos através dos diversos puzzles presentes no game. Uma das garras inclusive pode ser transformada em uma lanterna ou em um mini computador capaz de traduzir os textos da base e revelar nossos objetivos.

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A movimentação é dinâmica e podemos nos deslocar pelo cenário de múltiplas formas. É possível escolher um local especifico e com um simples toque de botão, seremos levados até ali por meio de um jetpack equipado no traje do personagem. Caso opte por algo mais realista, pode-se recorrer ao deslocamento padrão assim como os demais FPS. Ambas as formas podem causar enjoo com o passar do tempo, algo que pode ser evitado com a terceira opção de deslocamento, que se dá através de um teletransporte instantâneo para o local desejado. Tamanha preocupação com o conforto é admirável por parte dos desenvolvedores.

As garras são controladas através de um par de PlayStation Moves, que são obrigatórios para se aproveitar a experiência, não havendo suporte para o DualShock 4. É incrível a capacidade de sentir o peso das atividades que estão sendo realizadas, como girar uma válvula ou carregar um barril, graças a função de vibração dos controles que elevam ao máximo o grau de imersão. Os quebra-cabeças são bem projetados e sua complexidade se eleva gradativamente ao longo de toda a experiência. Em momento algum se tornam cansativos visto que novos elementos são adicionados, dinamizando o gameplay e oferecendo um gratificante desafio ao jogador.

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A parte gráfica foi bem desenvolvida e apresenta visuais belíssimos que agregam muito valor a toda experiência. A paleta de cores recorre tonalidades quentes e neutras, abusando principalmente do vermelho e amarelo que, com o auxilio de sombras dinâmicas, cria uma atmosfera claustrofóbica e repleta de suspense. A ambientação é surreal e cada cenário e objeto da base são repletos de detalhes, cada um contando uma pequena parcela do enredo.

A engenharia de áudio é magnífica e os desenvolvedores conseguiram criar sons que casam harmonicamente com as atividades realizadas no título. A trilha sonora, por sua vez, é imensamente agradável e consegue transmitir com excelência toda a tensão e carga dramática necessária para cada momento.

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Infelizmente, Red Matter apresenta alguns problemas técnicos. Algumas paredes podem ser atravessadas pelo jogador e certas texturas e fontes de iluminação não são carregadas devidamente. Em dado momento, um evento que deveria ocorrer para progredir no enredo não foi ativado, sendo necessário reiniciar o jogo a partir do último checkpoint.

Veredito

Red Matter é uma ótima adição ao catálogo de jogos para o PlayStation VR e certamente agradará aqueles que procuram uma boa história com jogabilidade simples e funcional.

Jogo analisado no PS4 padrão com código fornecido pela Vertical Robot.

Veredito

90

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Red Matter is a great addition to the PlayStation VR game catalog and will certainly please anyone looking for a good story with simple and enjoyable gameplay.