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Análise – Disgaea 1 Complete

Já faz bastante tempo desde que tivemos um novo jogo da série Disgaea. Com o último jogo da série tendo sido lançado três anos atrás e sem previsão de chegada do sétimo jogo da linha principal da franquia, a Nippon Ichi Software resolveu preencher essa lacuna com a remasterização de um de seus melhores jogos e o responsável por colocar a NIS no radar dos fãs de JRPGs no Ocidente: Disgaea: Hour of Darkness.

Dizer que Disgaea 1 Complete, relançamento comemorativo dos 15 anos do primeiro jogo, é a remasterização direta do versão original de 2003 e que deu início a um dos principais expoentes dos RPGs de Estratégia é um pouco equivocado. Apesar do jogo de fato contar com os modelos e ambientes do jogo de PlayStation 2 retrabalhados em alta definição, ele também possui as novidades trazidas com o remake do jogo para PSP conhecido como Disgaea: Afternoon of Darkness, fazendo com que D1C seja mais um port para PS4 de Disgaea PC do que um remake do original.

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Apesar de mudanças que vieram posteriormente em questão de estética e mecânicas não foram implantadas, coisas como os geo-panels e o Etna Mode estão presentes e, se em alguns pontos o jogo possa parecer um pouco datado para quem está acostumado com as melhorias feitas em Disgaea D2 e Disgaea 5, o jogo evita o desastre ocorrido na versão de DS e não corta qualquer conteúdo,fazendo com que o PS4 receba, de fato, a versão completa do jogo.

Os sprites em HD funcionam muito bem no PS4 base, não só pelo cuidado que a NIS parece ter tido, mas principalmente porque o estilo gráfico do jogo ajuda bastante a mantê-lo bonito mesmo hoje em dia. Ver os efeitos exagerados dos golpes e tanto os modelos de personagens quanto os ambientes ficaram muito bem em 1080p. Felizmente, o jogo não aparenta ter qualquer bug e rodou sem qualquer problemas de framerate.

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No tocante a história, ainda é muito difícil bater a épica narrativa do herdeiro ao trono que teve o seu direito negado e parte em uma jornada para reconquistar o que lhe pertence… Bem, qualquer um que já tenha jogado Disgaea sabe que não é bem assim. D1C de fato conta a história de Laharl, o arrogante e mimado herdeiro do trono de Overlord do Netherworld que, por dormir demais, acaba esquecido após a morte de seu pai (engasgado com um pretzel) e, dois anos depois, precisa vencer a guerra civil instaurada entre aqueles que buscam o trono.

Ao longo do caminho Laharl conhecerá alguns dos personagens mais marcantes de toda a série, como a sua fiel vassala Etna, a aprendiz de anjo Flonne, o serafim Lammington, o poderoso defensor da terra Captain Gordon e, principalmente, os emblemáticos Prinnies, entre tantos outros. Além da campanha principal o jogo conta também com o citado Etna Mode que a coloca como protagonista do jogo após ela acidentalmente matar Laharl ao tentar acordá-lo (e que tem personagens e chefes exclusivos desse modo).

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O principal charme do jogo é sua história, em especial o seu humor debochado e pastelão que, mesmo depois de tanto tempo, se mantém incrível. Apesar de possuir alguns momentos um pouco mais emocionais, D1C quase sempre tenta te fazer rir e consegue, tanto pelo cuidado na localização quanto pela dublagem incrível do jogo (tanto em inglês quanto em japonês, infelizmente não há opções em português). A estética 2D ajuda a passar esse tom mais leve do jogo, com reações exageradas típicas de produções japonesas.

Mecanicamente, Disgaea 1 Complete possui muitas das coisas que se tornariam padrão ao longo da franquia. A história principal possui 14 capítulos, cada uma dívida em 4 ou 5 mapas nos quais o jogador participa de batalhas por turnos em mapas divididos por grids podendo colocar até 10 unidades em combate. É o que se esperaria de um SRPG, mas Disgaea sempre fez coisas suficientes para torná-lo único, como o sistema de combos, a possibilidade de levantar e arremessar aliados e inimigos, os geo panels e tudo mais.

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Por mais que a história seja bastante acessível, o mesmo não pode ser dito do combate. A quantidade de informação que D1C te pede para gerir pode ser um pouco demais para jogadores iniciantes, inclusive as coisas que ele não te diz, como, por exemplo, que só os personagens envolvidos no golpe fatal recebem experiência, o que pode ser bem frustrante em um jogo que exige tanto grind. É possível terminar o jogo sem aprender todos os seus sistemas, mas não vai ser das jornadas mais fáceis.

Felizmente o jogo te dá várias opções de como adaptar sua equipe para suprir suas necessidades. É sempre possível recrutar novos demônios e humanóides de diferentes classes, com diferentes afinidades e habilidades através da Dark Assembly, para o seu exército, além da possibilidade de capturar inimigos no campo de batalha. Você pode sempre também alterar a qualidade e tipo de itens vendidos nas lojas, conseguir mais fundos de campanha, transmigrar classes, conquistar novos rankings… Bem, fazer quase tudo que você quiser.

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A quantidade de conteúdo que Disgaea 1 Complete possui é, sinceramente, assustadora. Mesmo sem pequenas coisas que a série adicionaria depois como um modo multiplayer, o level cap do jogo ainda é o absurdo 9999, a possibilidade de acessar mapas gerados aleatoriamente através do Item World para melhorar as estatísticas dos seus itens e o fato do jogo possui múltiplos finais faz com que a experiência como um todo seja bastante longa e o suficiente para suprir as necessidades do jogador por meses.

Mesmo que não seja o melhor jogo da série, é notório que o esqueleto do que ela se tornaria está aqui e é difícil argumentar que ele realmente foi superado. A sua influência é claramente sentida até hoje não só nos jogos da Nippon Ichi, mas em outros SRPGs, principalmente por Disgaea ser uma das mais antigas séries do gênero que ainda recebe novos lançamentos. Por menor que seja, esse relançamento é uma ótima forma de comemorar um jogo que foi um dos melhores do PS2 e preparar o caminho para os próximos ótimos jogos da franquia.

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Veredito

É difícil olhar para Disgaea 1 Complete sem pelo menos um pequeno toque de nostalgia. O seu lançamento para PS4 no aniversário de 15 anos do lançamento de Hour of Darkness para PS2 é uma ótima forma de celebrar não só o quão incrível o original era, mas todo o legado dessa magnífica franquia.

Jogo analisado com cópia digital fornecida pela NIS America.

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Veredito

90

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Veredict

It’s hard not to look at Disgaea 1 Complete with at least a little bit of nostalgia. Its release for the PS4 in the PS2’s Hour of Darkness 15th anniversary original release is a great way to celebrate not only how incredible the original was, but all the legacy of this magnificent franchise.