Análise – Death Mark

Experience Inc., ou apenas Experience, é uma desenvolvedora japonesa com mais de dez anos de estrada, conhecida pelo seus DRPGs como Demon Gaze, Stranger of the Sword City e Ray Gigant. No ano passado, resolveu sair da sua zona de conforto ao lançar uma visual novel com alguns aspectos de jogabilidade dos DRPGs e este ano, estamos recebendo Death Mark no Ocidente, para PlayStation 4 e PlayStation Vita. A versão de PlayStation 4 possui um capítulo extra que será disponibilizado para o PlayStation Vita como DLC.

Death Mark conta a história do protagonista, Kazuo Yashiki (cujo nome pode ser escolhido livremente pelo jogador), que após receber uma marca estranha de mordida em seu pulso, resolve procurar a médium Saya Kujo em sua residência. Logo após chegar em sua casa, Kazuo encontra o corpo de uma mulher, adornado por flores macabras por todo seu peito.

Atordoado pela descoberta, o protagonista encontra a boneca Mary, que lamenta a morte de sua dona, Saya Kujo, a mesma médium que poderia ajudá-lo e foi encontrada morta de maneira assustadora. Mary também informa que a marca em seu pulso é fruto do contato com algum fantasma, marca esta que privará a vítima de suas memórias com o tempo e, inevitavelmente, causará a morte de quem a tiver. Cabe assim ao protagonista, e às outras vítimas dessa marca, descobrir quem é o fantasma por trás desses ataques e descobrir uma maneira de escapar da maldição antes que seja tarde demais, sem serem atacados no caminho.

Death Mark é dividido em capítulos, sendo que cada um conta a história de alguns personagens e o fantasma por trás de suas marcas. Durante o jogo, várias assombrações ditam o tom do capítulo, podendo ser desde um pequeno garoto até uma noiva. É responsabilidade do protagonista vasculhar os lugares assombrados, descobrir mais sobre cada fantasma, a história e o que sucedeu para que se tornem espíritos vingativos, e assim desvendar uma maneira de derrota-los.

Sendo um jogo de terror, espere que o jogo conte com bastante temas adultos e macabros. Os desenvolvedores conseguiram criar uma ambientação ótima para esse gênero, desde o primeiro diálogo entre colegiais comentando sobre rumores de assombrações. Dentre suspense e terror, cada escolha feita pode levar ao “game over”, devendo assim o jogador prestar muita atenção ao seu redor, interagir com todos os objetos, ler o seu diário de exploração e escolher qual é o melhor caminho.

Apesar de ser uma visual novel, o jogo tem a jogabilidade de um DRPG. A exploração se dá em primeira pessoa, em que com a ajuda de uma lanterna, é possível interagir com o cenário, seja abrindo gavetas, lendo mensagens em quadros ou mesmo investigando cadáveres. Explorar tudo é fundamental, pois um único item que você pode ter esquecido de pegar pode ser a diferença entre um “game over” e o prosseguimento da história.

Uma das poucas críticas que tenho com o jogo decorre da localização. Apesar de ter uma tradução decente, o jogo não parece ter sido editado o suficiente para dar vida aos personagens além de um texto “correto”. Contando com personagens variados, desde crianças no ensino infantil até idosos, todos os personagens falam da mesma maneira, não há qualquer diferenciação no diálogo entre si, além de alguns erros de digitação ao final do jogo.

Outro ponto negativo é a forma que o jogo apresenta seu diálogo. Provavelmente por não ter familiaridade com um gênero tão focado em texto, a desenvolvedora esqueceu de incluir retrato dos personagens ao lado da caixa de diálogo, tornando um pouco complicado acompanhar quem está falando qual fala em cada cena, sem contar com detalhes que fazem a diferença e foram esquecidos, como uma opção de pular apenas o texto anteriormente lido e o ajuste de velocidade do diálogo.

Apesar desses pontos, o jogo faz o que promete muito bem. Com legendas em inglês e pouquíssima dublagem em japonês, ele consegue envolver o jogador em seu mundo, temendo as escolhas feitas sob a pressão de um timer ou explorando lugares assombrados. Depois de mais de quinze horas, chegando ao final do jogo, a história ainda consegue deixar um gosto de quero mais.

Veredito

Death Mark é um jogo de terror perfeito para se assustar no Halloween, ou mesmo para qualquer fã de histórias de terror japonesas.

Jogo analisado no PS4 padrão com código fornecido pela Aksys Games.

Veredito

90

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Veredict

Death Mark is the perfect game for Halloween scares, or even for any fan that enjoys japanese horror stories.