Análise – My Hero One’s Justice

Todo ano algum anime parece superar o círculo de fãs mais afincos do gênero e explodir para um público mais geral, para aqueles que não costumam se manter informados sobre as novidades de cada temporada. My Hero Academia é uma dessas e, como toda grande série da Shonen Jump, era de se esperar que a Bandai Namco trouxesse a série para o PlayStation 4.

Isso foi feito através de um dos gêneros mais comuns para essas adaptações de anime: um jogo de luta em arena 3D, nos moldes básicos de um Cavaleiros do Zodíaco: Alma dos Soldados ou o vindouro Jump Force, por exemplo. My Hero One’s Justice você escolhe um dos personagens da série dentro do elenco de 20 disponíveis no jogo para enfrentar um inimigo dentro de uma arena tridimensional com a possibilidade de pular, correr e voar em qualquer direção que quiser.

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Mecanicamente é tudo muito simples tanto de aprender quanto de dominar. Você pode realizar combos de ataque simples com quadrado enquanto dois dons foram mapeados para triangulo e bola (com um terceiro sendo realizado com R1+quadrado), sendo possível realizar diversas combinações entre eles e, a depender do ponto dos combos em que os dons são utilizados, diferentes variações são ativadas. Há ainda a possibilidade de correr (L1), defender (R1), utilizar a ajuda de dois aliados escolhidos no começo da luta (L2 e R2 respectivamente) ou ativar o Plus Ultra de cada herói (que funciona como o especial, inclusive com uma barra que precisa ser carregada para isso).

É um sistema simples mas bastante intuitivo que deve atrair tanto fãs do anime que não jogam tanto quanto satisfazer os jogadores mais dedicados (para os quais existe um modo “manual” que adiciona mais profundidade aos controles). Os personagens correm e voam por todo o mapa e, se às vezes acaba tornando o combate estranhamente confuso e difícil se acompanhar (mesmo que a câmera faça um bom trabalho em manter tudo em foco, mesmo que com algumas dificuldades), isso realmente ajuda a capturar a sensação de assistir ao anime.

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Parte do que torna o combate mais agradável do que a descrição possa fazer parecer são os efeitos dos golpes e a apresentação visual do jogo como um todo. Os modelos dos personagens, as arenas e as cutscenes (que não são tantas assim no modo história), tudo é muito bonito. Os Plus Ultra (dos quais existem três níveis) são especialmente bonitos, inclusive com toda uma apresentação especial, tornando-o um dos melhores arena fighters dos últimos anos nesse aspecto. Aliás, é importante mencionar que as arenas, que são quinze no total, baseadas em várias áreas icônicas da série, são destrutíveis e a inclusão de filtros especiais na tela quando se ataca inimigos após eles ficarem presos na parede pelo impacto de um golpe ajuda a manter a intensidade e velocidade das lutas.

Para manter os jogadores interessados, My Hero One’s Justice possui vários modos de jogo, todos com características diferentes. Os já esperados modos versus e online estão presentes, assim como o modo arcade (que, diferente da versão japonesa, chega logo no lançamento aqui no ocidente) e um modo de treinamento. Além disso, temos um Modo História e um Modo Missões, voltados para os jogadores solitários, modos de customização tanto dos heróis quanto do seu perfil online e uma galeria para assistir cutscenes, ver artes e modelos de personagens ou ouvir as músicas do jogo.

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O Modo História cobre basicamente entre o arco contra o Hero Killer e o Hideout Raid (algo em torno do meio da terceira temporada do anime recém-concluída) e possui duas campanhas distintas: uma do ponto de vista dos heróis e outra para os vilões. Ambas são bem curtas, sendo possível concluí-las em algumas poucas horas, e o único fator replay que elas possuem é melhorar a pontuação para destravar novos itens e roupas para equipar nos personagens (inclusive com desafios secretos para cada missão que dão itens especiais).

Já o modo de missões envolve escolher uma equipe de três heróis diferentes e participar de mapas com vários desafios variados enquanto se ganha experiência e destrava itens para aqueles personagens, também baseado na nota que o jogador ganha em cada uma das lutas, não sendo possível alterar a equipe até concluir o mapa escolhido. Apesar de manter, no geral, a mesma estrutura de um round por luta, as missões são bem mais desafiadoras, já que a energia de uma luta é carregada para a próxima, sendo possível receber itens para curar ou melhorar os personagens ao longo do caminho, sendo o melhor modo de jogo disponível.

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O foco principal tanto desses modos quanto do Arcade, composto de seis lutas de 2 rounds contra inimigos variados e que destrava itens exclusivos para o personagem com o qual você conclui, é realmente destravar itens de customização (e existem dezenas de itens bem variados e roupas para os personagens) para se jogar online, o que se entende já que, pelo pouco que foi possível testar dele, o jogo roda bem, sem maiores problemas de lag.

Apesar de ser um título voltado para os fãs, My Hero One’s Justice é um jogo divertido. Por mais que o conteúdo single-player seja limitado, ele atende as expectativas e é especialmente legal ver que a Bandai Namco trouxe o jogo para o Brasil com legendas em português, com todos os diálogos e menus traduzidos e manteve a fantástica dublagem em japonês (não há áudio em outras línguas). O combate é simples e intuitivo, mas o cuidado visual o torna bem viciante e acaba ficando entre os melhores entre esses arena fighters de anime que se vê com frequência, por mais que não seja competitivo ou muito sério.

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Veredito

My Hero One’s Justice é um bom e divertido jogo de luta em arena e uma estreia digna para a popular série da Shonen Jump no PS4, ainda mais considerando a quantidade de modos e opções que o jogo possui, por mais que não traga nada de novo ao gênero.

Jogo analisado no PS4 base com cópia digital fornecida pela Bandai Namco Entertainment.

Veredito

78

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My Hero One’s Justice is a good and fun arena fighter and a worthy debut for the popular Shonen Jump series on the PS4, specially when considering the amount of modes and options it has, even if it doesn’t bring anything new to genre.