Análise – The Mooseman

Antes de tudo, gostaria de deixar claro que The Mooseman não é um jogo para qualquer um. Para falar a verdade, considero mais apropriado classificá-lo como uma experiência interativa do que como um jogo propriamente dito, uma vez que os poucos elementos de gameplay só estão aqui para tornar todos os ensinamentos proporcionados pelo enredo mais dinâmicos. Tendo isso em mente, vamos para a análise.

Apesar de adorar estudar sobre mitologia, admito que é praticamente impossível para qualquer um obter pleno conhecimento sobre os ritos, crenças e superstições presentes nos incontáveis povos e culturas que compõem nosso mundo na atualidade. Ainda assim, não esperava ser pego tão fora de guarda, ao jogar The Mooseman pela primeira vez. Produzido pela pequena  desenvolvedora Sometimes You, composta por apenas duas pessoas, este curioso jogo side-scroller 2D tem como principal premissa  compartilhar os mitos e lendas passados por gerações entre algumas tribos indígenas que vivem de forma isolada na Rússia. Admito que nunca tive um profundo contato com tal cultura, mas a experiência que tive aqui foi o suficiente para me deixar curioso em querer saber mais.

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Aqui somos convidados a acompanhar a história de Mooseman, um sábio capaz de enxergar o mundo espiritual por meio de seus olhos, e que segue em uma perigosa jornada para atravessar os três planos que compõem nosso universo.  Conforme se avança pelo jogo, aprendemos muitos detalhes sobre diversos outros mitos e contos que compõem o folclore dos nativos russos. O enredo, apesar de bastante simbólico e interpretativo em algumas partes, é muito interessante e, graças aos efeitos visuais investidos no jogo, consegue ser representado de forma bastante lúdica e fiel aos textos originais da mitologia dos povos daquela região.

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Grande parte da narrativa é contada por meio de telas de loading ou por coletáveis obtidos ao longo do jogo. Essa decisão acaba quebrando muito o ritmo de gameplay, uma vez que frequentemente é necessário ir à tela de coletáveis para ler mais sobre as histórias que estão sendo retratadas no jogo e ter um entendimento pleno do enredo. Apesar disso, todo o trabalho de pesquisa investido pelo pequeno time de desenvolvimento merece aplausos. Cada coletável foi feito tomando-se como base objetos reais pertencentes a diversas tribos indígenas da Rússia. Seu significado, uso, data de descoberta, entre outros detalhes estão registrados no jogo, formando uma espécie de museu digital interativo. Certamente, apreciadores de história gastarão algum tempo lendo sobre eles. Toda a aventura pode ser terminada em menos de duas horas e, infelizmente, os textos não estão traduzidos para o português do Brasil, se encontrando apenas em inglês.

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A arte presente no jogo é belíssima, com pouquíssimas cores utilizadas, colaborando para criar um visual minimalista a toda a obra. A direção de arte se inspirou fortemente em um estilo artístico característico das tribos indígenas dos Mansi e dos Komis, pertencentes do norte da Rússia, chamado “estilo animal de Perm”. O emprego de tal técnica transforma o jogo em uma espécie de grande pintura rupestre animada, com silhuetas de diversas formas e tamanhos, sempre em movimento. É impossível não lembrar de Limbo enquanto passamos pelos diferentes cenários que compõem o jogo.

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Assim como no visual, os desenvolvedores optaram por utilizar instrumentos  e cânticos dos povos nativos para compor a trilha sonora de The Mooseman. Graças a isso temos como resultado composições e efeitos sonoros dignos de aplausos, que contrastam perfeitamente com o que é visto na tela e colaboram para elevar o grau de imersão dentro da experiência.

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Infelizmente, a jogabilidade de The Mooseman não brilha tanto quanto seu enredo ou atributos audiovisuais, limitando-se a um simples walking simulator, onde você lentamente avança para direita ou esquerda. Existe apenas um botão para interação com objetos e outro para transitar entre o plano espiritual ou material (existe um trecho no jogo onde isto é brevemente mudado). Eventualmente, tais ações são utilizadas na resolução de algumas situações ou puzzles para que se possa fazer progresso no jogo. Estes momentos exigem o mínimo de raciocínio para serem resolvidos, não oferecendo nenhum desafio ao jogador e se repetindo incontáveis vezes até o final do jogo.

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Em termos de desempenho, The Mooseman não comete nenhum erro notável, oferecendo uma performance extremamente estável do início ao fim da jornada. O tempo de loading entre as mortes é instantâneo e raramente chega a dois segundos. Apesar disso, é necessário se ressaltar que existe um certo atraso na resposta dos comandos ao se navegar pelo menus do jogo, o que ocasionalmente pode gerar alguns travamentos. Outro pequeno problema notado é na cor branca utilizada para os textos, que podem se tornar ilegíveis quando o jogador passa por regiões bem iluminadas.

Jogo analisado com código fornecido pela Sometimes You.

Veredito

Se você é uma pessoa interessada por história e mitologia, encontrará um bom entretenimento em The Mooseman, uma vez que o objetivo do jogo é prestar homenagem e disseminar para o mundo o interessante folclore presente nas tribos indígenas russas. É admirável todo o carinho e esforço colocado pelos desenvolvedores para criar tamanha obra de arte. Apesar disso, seu gameplay pobre, falta de desafio e curta duração certamente podem afastar os jogadores casuais.

70

The Mooseman

Fabricante: Sometimes You

Plataforma: ps4

Gênero: Aventura

Distribuidora: Sometimes You

Lançamento: 18/07/2018

Dublado:

Legendado:

Troféus:

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Veredict

If you are a person interested in history and mythology, you will find good entertainment in The Mooseman, as the purpose of the game is to pay homage and spread throughout the world the interesting folklore present in the Russian Indian tribes. It is admirable all the affection and effort put by the developers to create such a work of art. Despite this, its poor gameplay, lack of challenge and short duration certainly can ward off casual players.