Novas informações de Assassin’s Creed: Valhalla; missões de diplomacia, IA reformulada, sistema de progressão e mais

Assassin's Creed: Valhalla

Como ocorre após o anúncio de todo Assassin’s Creed, a equipe de desenvolvimento do jogo, em especial seus produtores e diretores, tem partido em uma vasta série de entrevistas com vários sites e canais internacionais no YouTube.

Uma dessas entrevistas foi com o Editor-Chefe do Kotaku, Stephen Totilo, que já havíamos mencionado anteriormente. Totilo conversou com o Diretor Criativo de Assassin’s Creed Valhalla, Ismail Ashraf, sobre uma vasta quantidade de tópicos, dos controles do jogo à implicação histórica sobre a colonização da Inglaterra, passando pela estrutura de missões, inteligência artificial e mais.

Caso você queira ler a íntegra do artigo original, é só clicar aqui. Mais a frente você poderá ler uma versão traduzida e levemente resumida dos tópicos mais importantes cobertos na entrevista. Totilo fez questão de citar que o diálogo foi bem aberto, com a equipe de relações públicas interrompendo apenas uma vez.

Um dos primeiros pontos tratados foram sobre as inovações de inteligência artificial trazidos no jogo mais recente dirigido por Ashraf, Assassin’s Creed Origins, de 2017. Nele, os NPCs passaram a agir em um ciclo de dia e noite, com o jogador podendo se planejar sobre como melhor atacar determinados alvos, se enquanto estão rodando pelas cidades em patrulha, à noite dormindo em seus acampamentos ou fortes entre outras opções. Apesar de ser uma boa ideia, muita gente parece não percebido essa mudança, razão pela qual o Totilo questionou Ismail se a equipe estava buscando melhorar essa ideia.

“Tudo está sendo construído sobre os [jogos anteriores] e levado muito além”, Ismail disse. “Em termos de NPCs, o grande foco nesse momento é o assentamento. E então o assentamento é um lugar que, quando você chega na Inglaterra, você está assentando o seu povo e você está tentando crescer. E nós queríamos garantir que todo mundo nos assentamentos fossem significativos para o jogador, que eles tenham nome, um rosto, você pode ter relacionamentos e conhecê-los. E eles tem uma vida dentro do assentamento.” Ele disse que a sensação deve ser de que todas as pessoas no seu assentamento “tem um propósito” e adicionou que “como um líder dentro da comunidade, você terá que lidar com o crescimento da população.”

Sobre a linha principal de missões, Ismail disse que a estrutura do jogo será “muito diferente” dos antecessores em que o jogador ia atravessando cidades (ou países, em AC Origins Odyssey) sem a necessidade de retornar a determinados pontos, uma vez que várias das missões virão da sua base central. “A ideia é que nós queremos que você comece no assentamento e vá para o mundo. No assentamento, você poderá receber informações sobre o que está acontecendo no mundo, seja através de contatos, ou pessoas que você conheceu no passado, ou novas oportunidades que surgiram.”

As missões nem sempre resultarão em violência. “Quando você vai para o mundo, ir atrás do que quer que seja, você se envolverá em política”, Ismail disse. “Você será pego na jornada. Nós te damos opções dentro disso. Então algumas vezes, sim, significa que você poderá, digamos, negociar para resolver tudo.”

Ele disse que o objetivo do assentamento é pacífico e forjar alianças será uma chave. Mas, é claro, haverá combate em uma grande parte do tempo. “eu vou dizer: esse é um jogo Assassin’s Creed. É uma fantasia Viking. Ele terá muitas batalhas e haverão vários inimigos onde não será possível negociar.”

Sobre os controles, Ismail disse que continuarão similares a Origins Odyssey, mantendo o combate nos botões superiores. Além disso, haverá uma nova roda de ferramentas.

Mantendo-se em linha com dois dos três jogos mais recentes da franquia, Assassin’s Creed Syndicate de 2015 e AC Odyssey de 2018, Valhalla também dará ao jogador a opção de controlar um protagonista masculino ou feminino. No entanto, ao contrário do Syndicate, onde era possível alternar entre os gêmeos Jacob e Evie Frye, e o Odyssey, onde a diferença não tinha muitos efeitos práticos, já que os diálogos eram iguais para Kassandra e Alexios, dessa vez a escolha parece ter mais influência no jogo final.

“Há uma narrativa sobre essa escolha e o seu significado”, Ismail disse, claramente bucando evitar spoilers. Quando questionado se os diálogos e missões seriam o mesmo independente da escolha, ele falou que “bem, falando dessa maneira, sim, são as mesmas”. “Entretanto, há…”, ele se conteve. “Eu não quero dar spoilers de nada”.

Já falando sobre o sistema de progressão do jogo, em especial visto que Ashraf foi o diretor de Assassin’s Creed Origins, o jogo responsável por iniciar a transição da franquia de jogos de ação/aventura para RPGs, em especial diante das polêmicas com o ritmo mais lento de progressão no Odyssey que muitos atrelaram a microtransações que o jogo possuía para dar bônus de XP, ele teve o seguinte a dizer.

“Nós refletimos muito desde o Origins em relação a progressão e o que isso significa para os jogadores,” Ismail disse. “e nós temos uma nova abordagem para progressão nesse jogo. Nós temos mais o conceito de poder, poder que é ganho através, digamos, o jogador ganhando habilidades.”

Ele disse ainda que os desenvolvedores estão tentando evitar “qualquer tipo de grande parede de progressão” ou qualquer coisa que impeça os jogadores de alcançarem as partes do jogo nas quais estão interessados. Ele especificamente disse que não quer que as pessoas cheguem em um crescimento na progressão que os impeça de ter acesso a conteúdo da narrativa. Ele quer que os jogadores sejam capazes de terminar a história principal do jogo sem grind ou ter que fazer várias missões secundárias.

Quando questionado sobre a possível presença e o drama envolvido com monetização e bônus de XP, Ismail disse apenas que eles não estão prontos pra falar ainda sobre monetização e quer “merecer cada centavo que o jogador irá pagar” pelo jogo. Ainda assim, visto o sucesso financeiro que a Ubisoft tem tido com gastos recorrentes de jogadores, é provável que algum sistema seja colocado.

Falando sobre como eles abordarão a questão do povoamento dos Vikings na Inglaterra, uma vez que eles são conhecidos como invasores e conquistadores, e todos os aspectos de colonização que estão implícitos na ambientação do jogo, Ashraf respondeu o seguinte.

“A história da invasão em si nesse período de tempo é, obviamente, uma parte crítica da jornada.” Ismail disse. “O que significava para os Vikings Noruegueses chegar a Inglaterra e co-habitar?” Ismail fez questão de colocar ênfase na última palavra. Ele disse que historiadores com os quais a sua equipe trabalhou sugeriram que “a abordagem Viking para essa invasão foi co-habitação”. Ele continuou: “Sim, houve guerra e foi sangrenta e foi muito brutal. Mas eles se adaptaram ao povo que eles encontraram. E isso é um aspecto para o qual nós olhamos. Alguns historiadores até mesmo dizem que talvez o motivo pelo qual os Vikings perderam o seu estilo de vida e cultura ao longo do tempo – que eles se adaptaram ao invés de forçá-los sobre os outros. E esse aspecto é algo que nós exploramos até um certo grau no jogo.”

Historiadores realmente acreditam que os Vikings adotaram a Cristandade do povo Anglo-Saxão que eles encontraram e que existem sinais de que eles se esforçaram para se integrar a novas sociedades, mas eles ainda eram invasores. A documentação histórica da época-a chamada “Idade das Trevas” na Europa-é escarça.

Quando questionado sobre eventuais efeitos da pandemia do covid-19 sobre o jogo, Ismail disse que, apesar das dificuldades, o jogo está prosseguindo dentro do ritmo esperado. Ele dá crédito a equipe de TI da empresa, que, segundo ele, “foi além do esperado para garantir que todos tivessem o que precisam-hardware, software, qualquer coisa para fazer o seu trabalho-então, sim, há uma adaptação. Mas as coisas estão indo bem. É claro, dia a dia, semana a semana, nós estamos monitorando como estamos indo e como as coisas serão daqui pra frente.”

Falando sobre a questão do tamanho do mapa do jogo que se tornou um tópico de discussão recentemente, Ismail não quis falar sobre isso. “Honestamente, eu não comparo os mapas”, ele disse. “Eu acredito que elas [as comparações] são inúteis. Nós vamos dar as pessoas a Noruega. Nós vamos dar as pessoas a Inglaterra. Quatro reinos. Há mais do que isso. Mas nós ainda não estamos prontos para falar sobre isso. Essa vai ser uma jornada bastante recompensadora.”

Um outro ponto abordado com Ismail em relação ao tamanho do jogo foi a sua duração e o fato de que apenas cerca de 20% dos jogadores viram todo o mapa do Egito Antigo de Assassin’s Creed Origins e cerca de 6,4% fizeram o mesmo com arquipélago grego em Assassin’s Creed Odyssey. Com relação a isso, Ashraf disse que espera que as pessoas “se sintam tão envoltas pelo mundo que eles vão querer continuar jogando e descobrindo as coisas. Esse é um mundo feito meticulosamente à mão.”

Além disso, ele prometeu que haverá bastante variedade cultural nesse jogo. “Nós queremos garantir que você sinta a essência da Inglaterra Medieval em todos os seus belos detalhes”, ele disse. “Partes diferentes do país tinham práticas distintas, crenças distintas, formas distintas de viver. E nós usamos esses detalhes. Então nós fomos meticulosos quanto à isso, e nós queremos que as pessoas descubram isso. Muito disso é conteúdo opcional. Mas há muita narrativa aprofundada que está acontecendo em todo esse conteúdo opcional. Então, com certeza, está lá porque queremos que as pessoas vejam.”

Falando sobre o mundo feito à mão do jogo, ele disse que “há vários estúdios envolvidos, como você sabe. Mas o objetivo era, é sobre ser único. É sobre respeitar o tempo dos nossos jogadores e dar a eles mistérios e quebra-cabeças para resolver. E aqui eu estou falando um pouco conceitualmente, mas existem mistérios maiores em ação. Existem quebra-cabeças maiores que precisam ser desvendados com verdades bastante intrigantes por trás delas.”

Por fim, Totilo mencionou um rumor que ele disse ter recebido por e-mail no qual vários dos pontos presentes na revelação do Valhalla haviam sido revelados, incluindo o nome, o fato de envolver a invasão Viking na Inglaterra, a possibilidade de construir um assentamento, poderia tomar território e equipar armas duplas. Como a suposta fonte não tinha provas, eles resolveram esperar, para ver o quão crível será, todos os detalhes que foram confirmados posteriormente.

Um outro detalhe mencionado por essa suposta fonte e que não foi revelado foi que os jogadores poderiam lutar contra deuses nórdicos em sequências parecidas com sonhos, de forma parecida com o que ocorre em Origins. Quando Totilo contou essa história para o Ismail e o questionou sobre esse último detalhe, ele respondeu apenas que “eu não falo sobre rumores”.

No entanto, pelo próprio teor da entrevista, fica claro que ainda temos muito a descobrir sobre Assassin’s Creed Valhalla ao longo dos próximos meses.

Assassin’s Creed Valhalla será lançado para PlayStation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series X, PC e Stadia no final de 2020.