Marty O’Donnell comenta sobre a conturbada relação entre Bungie e Activision

Destiny 2

Durante uma entrevista ao youtuber HiddenXperia, Marty O’Donnell comentou sobre sua experiência de mais de 20 anos na indústria dos videogames e também sobre seu tempo na Bungie, desde o princípio quando ainda era um estúdio subsidiário da Microsoft até sua independência.

O’Donell foi o compositor principal e um dos líderes do estúdio por vários anos, sendo responsável pelas trilhas sonoras dos jogos Halo até Halo Reach e também por Destiny. O’Donell foi demitido da Bungie em 2014 durante o conturbado desenvolvimento do primeiro Destiny, tendo inclusive ganho um processo judicial contra o estúdio e o antigo presidente do estúdio, Harold Ryan.

Nessa entrevista, HiddenXperia perguntou ao compositor principalmente sobre seu trabalho com a franquia Halo, mas também questionou no fim como foi os últimos períodos no estúdio.

Em resumo, O’Donell comentou que desde o princípio ele não achou positiva a aproximação com a Activision, mas acabaram tendo que aceitar o acordo porque era a única forma de manterem os direitos de Destiny. Após perceberem que o acordo poderia ser pior do que esperado, tentaram em algum momento retornar a publicação do jogo para a Microsoft, mas a mesma exigiu ter controle total e possuir os direitos da franquia, como foi com Halo.

Muitos dos líderes do estúdio não gostaram da ideia da Bungie criar e publicar um jogo por conta própria, por isso decidiram pelo acordo com a Activision. Inclusive, muitas dessas pessoas continuam no estúdio. Apesar do que já foi dito na mídia sobre a relação entre as duas empresas, a Activision atrapalhou com muito do que a estúdio tentava fazer, mas que um grupo de sete líderes, O’Donell incluso, tentavam garantir que isso não interferisse tanto.

Um dos sinais do péssimo acordo foi um jantar logo antes do contrato ser assinado, onde um executivo fez uma piada a respeito de uma citação do compositor, onde o mesmo dizia que “é necessário respeitar o ganso para que o mesmo forneça os ovos de ouro”. No caso, o executivo comentou que na verdade deveria ser como foie gras, prato feito com fígado de ganso onde o animal é forçado a comer incessantemente para que seu fígado inche e seja retirado nesse estado para o preparo do alimento. A referência no caso indica que o estúdio deveria ser exaurido ao máximo para que os resultados viessem a todo custo, como estava sendo feito na época com a Infinite Ward.

Após esse evento, O’Donell disse que, se dependesse dele, teria cancelado o acordo ali mesmo. Conta também que toda a batalha legal que enfrentou após sua saída teve grande culpa da Activision e que sabiam que nunca deveriam ter feito um acordo com a publisher.