A Insomniac Games respondeu hoje a alegações de que teria protegido múltiplos “predadores sexuais” em resposta a acusações de uma antiga empregada.
A desenvolvedora, responsável por Marvel’s Spider-Man e dos vindouros exclusivos de PS5 Marvel’s Spider-Man: Miles Morales e Ratchet & Clank: Rift Apart que há pouco tempo se tornou parte da PlayStation Studios, postou em sua conta no Twitter que havia tomado “vários passos para responder” as alegações.
“Nós temos ciência das acusações feitas através dos tweets de uma antiga funcionária hoje e tomamos vários passos para responder a eles. Por questões legais e de privacidade nós não vamos responder as acusações individuais sobre antigos funcionários em específico.” A companhia escreveu. “Nós somos uma família no local de trabalho que tem promovido ativamente diversidade, inclusão, representação e igualdade por toda a nossa existência. Nós vamos continuar a fazer isso todos os dias.”
We are a workplace family that has actively promoted diversity, inclusion, representation and equality for our entire existence. We will continue to do so every single day. (2/2)
— Insomniac Games (@insomniacgames) June 23, 2020
A resposta veio menos de duas horas que Sol Brennan, uma funcionária não-binária que trabalhou no estúdio como diretora técnica entre 2016 e 2020 (e que também trabalhou na Ready at Dawn, estúdio recém-adquirido pelo Facebook, no desenvolvimento de The Order: 1886), postou em sua conta no Twitter alegando que a empresa trata mulheres mal e protegeu três abusadores sexuais.
Brennan, que hoje trabalha como artista técnica sênior na Unity, postou uma longa thread sobre a sua experiência trabalhando na Insomniac.
I worry this will kill my career – but this has been eating at me every single day for a year now.
Last year I was so depressed – for the first time in my life I started to contemplate suicide.
I left Insomniac Games because of how they treat women.
1/??
— Sol Brennan #BLM (@wuffles) June 23, 2020
“Eu tenho uma lista de dois dígitos de mulheres que foram machucadas pelas ações dessa companhia – algumas tanto que elas se negaram completamente a falar sobre isso comigo”, Brennan tweetou. “A Insomniac atrapalhou a carreira de grandes mulheres, as deixaram sem qualquer opção além de ‘se demitirem’ e protegeu predadores sexuais.”
Brennan alega que Edgar Vargas, um coordenador de recursos humanos que não trabalha mais na Insomniac, as assediou repetidamente e “abusou várias outras”. Brennan disse que Vargas teria feito vários comentários inapropriados e que ele foi eventualmente demitido por namorar com uma estagiária.
Vários funcionários atuais e que já deixaram a empresa postaram dando suporte a Brennan. Dahlia Hegab, uma pesquisadora de experiência de usuário, escreveu que ela foi “uma dessas mulheres e ainda está sofrendo pelo tempo dela lá.” Xavier Coelho-Kostolny, um artista de personagens 3D, escreveu que tudo o que Brennan disse é verdade e que “é horrível que tenha que ser dito.”
I'm one of those women and I'm still suffering from my time there. https://t.co/XSW5qg36jo
— Dahlia 🐾🍫🍪🍓⚡ (@Dahls11) June 23, 2020
All of this is true, and it sucks that it has to be said. https://t.co/B9FwKr9OGj
— Xavier (@xavierck3d) June 23, 2020
A história sobre a Insomniac Games vem no meio de uma onda de testemunhos de dúzias de desenvolvedores de jogos de todos os gêneros sobre abusos dentro da indústria de jogos. Brennan disse ainda que acredita que a sua carreira, assim como a carreira de vários outros, foi “sufocada” após falar sobre Vargas e outros problemas no ambiente de trabalho.
“Isso é só a ponta do iceberg”, Brennan escreveu. “Eu tenho vários outros incidentes que foram me destruindo ao longo do tempo. Ano passado foi definitivamente o pior de todos.”