Atomic Heart é o novo jogo da desenvolvedora russa Mundfish, lançado pela Focus Entertainment e pela 4DIVINITY em 21 de fevereiro de 2023 para PS4 e PS5, entre outras plataformas. Não é meu objetivo fazer uma análise completa com esse texto, uma vez que nossa review oficial do Rui Celso foi ao ar na última segunda-feira e está disponível neste link, e a utilizarei como referência para tecer alguns comentários, além de uma breve análise mais técnica sobre o desempenho do game no PS4.
Uma das principais coisas quando se fala na diferença entre as duas gerações de consoles da Sony é a qualidade gráfica. Claro que no PS5 é tudo muito mais detalhado e mais bonito, sem falar nos sessenta quadros por segundo. O PS4, porém, não deixa a desejar dentro das suas possibilidades, dando seu máximo permitido a 30 FPS.
Uma das diferenças perceptíveis é durante as batalhas. Enquanto no PS5 um robô fica com o corpo visualmente danificado após receber um golpe, no PS4 eles continuam aparentemente intactos até o momento de sua derrota. De qualquer forma, isso não interfere em nada na sua jogabilidade e experiência, mas é inegavel que esses pequenos detalhes dão um toque especial a Atomic Heart na nova geração.
Devo aproveitar que estou falando dos gráficos para enaltecer ainda mais as cutscenes do game. Elas são a cereja do bolo de uma história já incrível, e com muita maestria deixam Atomic Heart mais dramático e interessante com cada ângulo de cena. Dá gosto de ver cada uma delas, e eu ficava animado – e por vezes até bastante surpreso – sempre que a visão de primeira pessoa era substituída por uma dessas cenas fantásticas.
E a criatividade não foi toda gasta nesse aspecto, pois também teve de sobra para a criação de animações que vemos em alguns momentos específicos da aventura. Quando aprimoramos alguma arma ou conseguimos um novo poder, aparece a animação de um garotinho soviético nos mostrando o que acontece durante seu uso. Além disso, também existem diversas animações para quando você morre: dependendo da situação (como por exemplo quem te mata, ou como), uma diferente aparece na tela de continue. É uma diversão à parte, totalmente supérflua, mas que enriquece muito este título.
Falando em animações, não deixe de conferir aqui neste link a polêmica mais recente envolvendo Atomic Heart e uma série soviética animada que fica passando nas televisões das salas seguras do jogo.
Um dos infortúnios que enfrentei no jogo foi quando enfrentei um dos vários bosses e morri pela primeira vez naquela batalha. Para minha surpresa, ao selecionar “continue” retornei direto para a mesma batalha, sem a oportunidade de me equipar melhor com outras armas ou novas habilidades da luva inteligente Charles. Tentei voltar ao último save automático antes daquela luta, mas para meu horror ele não existia mais. O save da batalha atual tinha sobrescrito o anterior, e das duas uma: ou eu iria perder meu progresso e voltar muito mais do que gostaria, ou então teria que aceitar que aquela seria talvez a batalha mais difícil de todo o jogo devido à minha falta de recursos.
O áudio do game apresentou alguns problemas no PS4 nos primeiros dias, como por exemplo na hora de pular partes de algum diálogo ou quando um rock pesado começava a tocar no último volume, sinalizando batalha mesmo sem nenhum inimigo à vista. Em contrapartida, devo dizer que a localização para português do Brasil é um espetáculo à parte em Atomic Heart. Eu amei o Agente P-3 super desbocado e as falas às vezes um tanto pornográficas da máquina NORA, responsável por criações e melhorias de itens e equipamentos, assim como seu armazenamento.
Infelizmente não temos uma opção de New Game + em Atomic Heart, mesmo depois de duas atualizações desde o lançamento do jogo. É possível, porém, retornar à Instalação 3826 após o final da aventura do Agente P-3 se você quiser pegar algum diagrama que tenha ficado para trás, explorar partes do gigantesco mapa que tenham permanecido desconhecidas ou simplesmente aproveitar a vista incrível que o jogo nos oferece.
No meu caso, estou até agora visitando os inúmeros Campos de Teste (dungeons opcionais cheias de puzzles) para conseguir diagramas e aprimorar minhas armas. Um novo cano para a espingarda, ou outro tipo de mira para a metralhadora, entre outros. Estes são localizados em baús de diferentes raridades dentro desses campos de teste, cuja entrada precisa primeiro ser encontrada e desbloqueada. O último a ser encontrado em cada campo de teste é o dourado, que contem dois diagramas, além de diversas peças para ajudar na confecção das novas partes.
Nas duas atualizações citadas acima tivemos melhorias como a resolução aparente dos problemas de crash e queda de frame rate, sem falar em algumas situações de áudio do jogo, entre outras resoluções menores e melhorias de performance.
De modo geral, Atomic Heart é um título incrível, com uma jogabilidade versátil, personagens bem construídos e história complexa no nível certo. Como já mencionado pelo Rui em sua análise, os puzzles são um diferencial que enriquecem o jogo, e sua dificuldade já ideal pode ser alterada para mais fácil ou mais difícil, de acordo com a sua preferência. Os poucos bugs encontrados, tanto no PS4 quanto no PS5, podem ser ou já foram facilmente corrigidos, então assino embaixo na nota 90 dada na nossa review oficial.