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Sundered

IMPOSSÍVEL. Esta é a palavra que se repetiu diversas vezes em minha cabeça ao longo de Sundered, o novo jogo desenvolvido pela Thunder Lotus Games, conhecida pelo desafiador Jotun e que incorporou diversos aspectos de diferentes jogos ao gênero metroidvânia, tornando-o uma experiência única, desafiadora e fantástica.

Em um mundo que se perdeu na ruína, dois grupos distintos, As Valquírias e os Eschatons, entraram em guerra para obter o poder de uma pedra misteriosa chamada Trapezohedron. Seu conflito acabou causando um rasgo na realidade que fez com que uma energia maligna tomasse conta das cavernas em que lutavam, transformando todos em monstros. Séculos depois, Eshe, uma jovem nômade acaba caindo nas ruínas subterrâneas daquilo que uma vez foi o campo de batalha dos dois povos. Neste local esquecido pelo tempo, Eshe encontra o tão cobiçado cristal, detentor de uma misteriosa entidade que, ao ver sua situação, decide ajudá-la a encontrar uma saída daquele local. Entretanto, para que isto aconteça, terão que enfrentar incontáveis perigos enquanto revelam a obscura história que aquele lugar abriga.

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A história de Sundered é algo que me manteve bastante intrigado enquanto jogava e que, apesar de ter diversos pontos em branco, estes foram postos ali com a intenção de que o jogador interprete de sua própria forma o que está acontecendo na tela. É uma abordagem bastante semelhante à tomada pela From Software em Dark Souls e funciona perfeitamente bem durante o game. A incerteza das suas ações faz com que, a cada nova área do game, você se pergunte do porquê tudo aquilo aconteceu às Valquírias e aos Eschatons. O idioma da história é inventado, porém, o jogo está totalmente traduzido em português, desde os menus aos diálogos, o que ajuda no entendimento de seu enredo. O jogo ainda possui três possíveis finais, que dependem da forma com que você irá progredir durante o game.

No comando de Eshe, o jogador terá a opção de realizar diversos movimentos básicos como correr, saltar, rolar e atacar. Durante o rolamento, Eshe se torna invulnerável, o que permite desviar de ataques físicos e projéteis inimigos, e tomar um melhor posicionamento no cenário. Já atacando, ela será capaz de projetar uma espada a partir de Trapezohedron e desferir diversos combos aéreos ou terrestres.

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No canto inferior da tela temos um pequeno hud, que permite a visualização da barra de vida, escudo, quantidade de munição e estamina. Caso sua saúde fique em estado crítico, é possível beber um frasco de elixir, que irá regenerar parte dela, porém, este recurso é limitado. Já a estamina será consumida ao se realizar certos movimentos no jogo, como o rolamento, por exemplo, e irá se regenerar após um certo tempo. Por fim, a barra de escudo funciona como uma extensão da vida de Eshe e, caso seja consumida, todo dano recebido irá afetar a barra de saúde. Assim como a estamina, o escudo também se recupera após alguns segundos sem levar dano.

O jogo é dividido em três regiões exploráveis, conectadas a uma sala central, com extensos mapas para serem explorados. Cada vez que você entrar em uma região, o jogo irá carregar de forma aleatória o mapa daquele local, sempre o alterando caso você morra (o que irá acontecer com muita frequência), o que lembra bastante o tipo de progressão encontrado no jogo Rogue Legacy. É necessário frisar que salas e regiões importantes, como power-ups, salas de bosses e locais necessários para o enredo, sempre estarão nos mesmo locais. Apenas o que irá de fato mudar será o trajeto que o jogador irá pegar para chegar até eles. O mapa pode ser acessado a qualquer instante e sempre irá marcar os objetivos, salas e locais importantes, além de ser atualizado com as rotas geradas aleatoriamente e os locais que ainda não foram explorados.

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Assim como todo e bom metroidvânia, o jogador poderá encontrar estátuas em determinados locais que irão conferir novas habilidades ao seu personagem e possibilitar o acesso a novas áreas e lugares secretos para se explorar. Existe um total de sete habilidades espalhadas ao redor das três regiões do jogo, dentre elas um salto duplo para alcançar locais mais altos, um gancho que puxa Eshe a determinadas superfícies e inimigos, um canhão poderoso capaz de desferir altas cargas de danos nos inimigos, entre outras skills. Cada uma das habilidades melhora bastante a mobilidade da personagem e oferece uma gama enorme de possibilidades durante os incansáveis confrontos no jogo.  

O jogo possui uma árvore de upgrades chamada Trapezohedron’s Tree, que se assemelha bastante ao Sphere Grid encontrado em Final Fantasy X, onde podemos seguir diferentes caminhos de melhorias baseando-se no que acharmos melhor para nosso personagem. É possível aumentar o dano, defesa, vida, estamina, tempo de recarga, entre diversos outros aspectos de Eshe para se adptar a cada área conforme o jogador progride durante o jogo. Cada upgrade irá custar um determinado numero de Shards, uma espécie de moeda em jogo obtida ao eliminar inimigos, abrir baús pelo mapa e destruir alguns elementos do cenário. É possível ainda obter e equipar Perks, que são runas que conferem uma vantagem acompanhada de uma desvantagem ao jogador, por exemplo: “seu dano é aumentado em 35%, porém, o tamanho de sua barra de vida irá diminuir em 50%”. É possível combinar até 3 Perks, mas eles são totalmente opcionais, sendo encontrados em baús ou deixados por inimigos.

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Além da árvore de upgrades, conforme o jogo avança, é possível encontrar partes de fragmentos anciões, que são poderosos itens obtidos ao se derrotar mini-bosses. Para formar um fragmento completo são necessários três pedaços e, assim que obter o fragmento ancião, o jogador terá uma curiosa escolha: ele poderá destruí-lo, desbloqueando upgrades únicos como aumento de dano adicional, etc, ou poderá levá-lo até o altar de uma determinada habilidade e corrompê-la, deixando-a imensamente mais forte e gerando efeitos adicionais incríveis, ao custo da humanidade de Eshe. Um bom exemplo disto em prática é o canhão: em seu estado normal, ele atira apenas um projétil, entretanto, se corrompido, irá desferir um raio que toma grande parte da tela, com dano absurdo e que dura até sua estamina ser esgotada. Esta possibilidade de corromper ou não, além de ser determinante para gerar os possíveis finais do jogo, leva a uma certa reflexão: afinal, é sempre melhor tomar o caminho mais fácil, curto e tentador, ou aquele que é mais longo, difícil e suado?

Sundered possui uma variedade muito boa de inimigos, que mudam a cada região explorada. No entanto, diferentemente dos outros jogos, eles não estarão espalhados pelo mapa. O jogo conta com um sistema de hordas, em que a qualquer momento durante sua exploração você irá escutar o soar de um gongo anunciando a chegada dos inimigos. E é aí que se encontra a dificuldade de Sundered: por mais habilidoso que você seja, por mais forte que sua personagem esteja, você sempre será pego desprevenido em alguma parte por uma horda de inimigos. Um beco sem saída pode acabar se tornando seu túmulo, pois uma vez que a horda se inicia, dezenas de inimigos irão inundar a tela vindos de todos os cantos e o perseguirão, a menos que você elimine a horda. Há momentos em que existem de 40 a 70 inimigos diferentes lhe atacando ao mesmo tempo de todo ângulo possível e, nestas horas, o menor erro de cálculo ou posição errada lhe custará a vida. Acredite, morrer se tornará algo normal ao longo do game, assim como em Dark Souls. Vale lembrar que ainda existem zonas de “hordas sem fim”, onde inimigos infinitos serão gerados a cada segundo.

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A cada horda vencida, a próxima será maior, mais forte e agressiva, até que você encontre com um “elite”, uma variação maior, resistente e mais forte de algum inimigo. Ao derrotá-los, você irá obter um Perk aleatório e as hordas ficarão mais calmas durante algum tempo. Em cada uma das áreas do game existem três mini-bosses opcionais e um boss da região. Os mini-bosses se assemelham aos elites, porém, você os enfrentará em uma sala fechada em diferentes situações. O boss da região, por sua vez, é um ser gigantesco, épico e muito desafiador. É possível ver a grande inspiração que Sundered tomou de Shadow of the Colossus e Dark Souls nestas lutas, e a sensação de gratificação ao derrotá-los é imensa.

Graficamente, o jogo impressiona, com ambientes, partículas e personagens todos desenhados à mão e animados de forma invejável. A direção de arte merece aplausos, pois cada animação é bastante plástica e passa a sensação de estarmos assistindo a um desenho animado em determinadas partes.  Infelizmente, por ter a maior parte do cenário gerada aleatoriamente, não existem muitos locais memoráveis durante o curso do jogo, sendo em sua maior parte um conjunto de corredores e salas iguais, que acabam entediando em certas horas. A trilha sonora é simples e orquestral, e está mais presente nas batalhas contra bosses, porém sua qualidade é impecável, assim como em Jotun.

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Com relação à performance, o jogo apresentou diversas quedas de quadros e, mesmo com nenhum inimigo em tela, o console “engasga” em certas partes. Tal problema, no entanto, foi amenizado com uma séries de patches, apesar de ainda ocorrer, só que com menos frequência. Os loadings são muito demorados e chegam a durar 5 minutos, tornando o processo de morte bem mais punitivo, uma vez que o jogo precisará carregar uma nova área após a derrota do jogador.

Veredito

Sundered é, sem dúvida alguma, um jogo indispensável para os amantes do gênero metroidvânia e merece ser apreciado por todos aqueles que desejam um bom desafio. Seu enredo, ambientação, direção de arte, trilha sonora e jogabilidade são fatores que tornam esquecíveis os problemas em sua performance, tornando-o um dos melhores jogos do gênero já feitos até então.

Jogo analisado com código fornecido pela desenvolvedora.

 

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90

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Sundered is, undoubtedly, an indispensable game for lovers of the metroidvania genre. It deserves to be appreciated by all players who seek a good challenge. Its story, setting, art direction, soundtrack and gameplay are all factors that make all problems with its performance forgettable. It is one of the best games of its genre out there.