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Mugen Souls Z

Dentro do público japonês de jogadores existe um nicho que, com o passar dos anos, se tornou o foco de algumas produtoras. Uma das principais no ramo é a Compile Heart, mais recentemente conhecida por Hyperdimension Neptunia. Caso você esteja familiarizado com os jogos da produtora, já deve saber o que esperar de Mugen Souls- mas, caso contrário, se prepare para muito exagero.

Sequência de Mugen Souls, Z traz o mesmo elenco de personagens do original e muitos rostos novos, assim como uma aventura diferente, mas que segue os trilhos da primeira. Todas as personalidades típicas de jogos tematizados com base em animes estão presentes, da líder mandona até a subordinada desastrada.

Chou-Chou, a auto-intitulada "incontestável deusa do universo", tem uma legião de seguidores e é dona dos Sete Mundo Brilhantes, conquistados no jogo original. Já não se contentando com um só universos, ela parte em busca de outro: A galáxia das doze estrelas. A protagonista logo se torna coadjuvante, no entanto, quando um acidente envolvendo uma das deusas dos doze mundos, Syrma, tira os poderes de Chou-Chou. Para recuperá-los, elas devem juntas despertar os doze deuses adormecidos nos mundos do game.

Sendo um RPG e ainda por cima tendo um enredo conturbado, Mugen Souls Z leva seu tempo ao introduzir os personagens e a história, disponibilizando até um resumo dos acontecimentos do jogo original para situar melhor o jogador. As primeiras duas ou três horas serão de pura confusão, e após a história se estabelecer, ela deixa de ser confusa para se tornar fraca. Aqui, ela não serve para nada além de criar uma desculpa para o jogador explorar doze níveis diferentes, embora a narrativa seja forçada cutscene após cutscene. Os problemas diminuem com a opção de pressionar um simples botão para pular todo o diálogo de um evento isso e ir direto a ação.

A estrutura da jogabilidade se divide em duas partes, sendo uma a de exploração e outra a de batalhas. Quando no campo, explorando, os inimigos podem ser vistos e evitados (ou surpreendidos) dando ao jogador controle completo de quando batalhar. O objetivo nestes segmentos é o seguinte: Chou Chou conquista seus inimigos fazendo deles seus peões, e deve fazer o mesmo com os cenários, encontrando os pontos de interação para fazer do próprio planeta seu capanga.

A geografia das fases é interessante e elas são visualmente agradáveis, mas os avanços da história se dão por meio de eventos que ocorrem em determinados pontos do mapa, e o jogador vai se encontrar subindo e descendo repetidamente pelos mesmos ambientes. A beleza visual também é ofuscada pela baixa performance do game, que não roda como esperado de um jogo cujos modelos e ambientes são extremamente simples. Nesses segmentos o jogo funciona bem, a exploração é recompensada com itens e o destravamento de novas habilidades, como a capacidade de pular enquanto no campo.

A parte das batalhas é mais interessante, embora desnecessariamente complexa. O objetivo das lutas, que são por turnos e se assemelham ao sistema clássico de se movimentar e atacar dos RPGs de estratégia, é um pouco diferente. Não se deve apenas apenas derrotar seus inimigos, mas também cativá-los para que se tornem peões de Chou-Chou – o que se dá com a transformação deles em coelhos chamados Shampurus. Conquistar o coração dos inimigos envolve uma mecânica única onde, através dos poderes da deusa do universo, Syrma muda sua personalidade para uma de oito opções disponíveis e atende os desejos do adversário. Ou seja, você deve escolher desde algo como "animada" ou "graciosa" até algo louco como "masoquista" e "bipolar", tudo com o objetivo de cativar o monstro para transformá-lo em um Shampuru. O nome do sistema é ainda mais bizarro, "Poses de fetiche"!

Estreando com sucesso essa primeira mecânica, logo se vê que ela é a única bem complicada. Se tentar cativar os inimigos e batalhar ao mesmo tempo já é complicado, imagine então ter em mente a funcionalidade do do ataque Ultimate Soul, o sistema fever time e os cristais coloridos, que podem te dar um bônus ou um ônus dependendo de sua funcionalidade. A mistura de todos esses elementos cria uma curva de aprendizagem íngreme o bastante para assustar qualquer novato, e a situação só piora quando o nível máximo é 9999.

Outra parte grande na hora dos confrontos é quando o próprio castelo da deusa vira um robô gigante e enfrenta inimigos igualmente grandes. Nesses casos, a quantidade de Shampurus convertidos determina o poder do castelo, mas as batalhas em si funcionam em uma estrutura simples de “pedra, papel e tesoura”, com um tipo de ataque superando o outro. As cenas não são exatamente empolgantes e esses momentos são só outra preocupação na curva de aprendizagem do jogo.

Insista o bastante, no entanto, e dominar as batalhas se tornará recompensador. A variedade de inimigos é enorme, e graças ao sistema de personalidade é necessário sempre estar atento para tirar o melhor de cada encontro. Também é possível investir muito nos status de seus personagens, equipando habilidades e alterando seus atributos ao se vestir equipamentos e roupas. A customização é profunda, sendo possível escolher detalhes da vestimenta de qualquer personagem.

Em meio da história turbulenta e jogabilidade inacessível, o jogo ainda encontra espaço para ser apelativo. Não bastando as Poses de Fetiche, ainda é possível dar banho nas personagens para melhorar sua condição, e o processo ainda foi censurado em relação a versão japonesa, onde era preciso esfregar as garotas através de um mini-game.

Veredito

Pouco acessível, complicado e apelativo, Mugen Souls Z precisa de um certo investimento para que suas melhores partes sejam acessadas, fazendo da experiência algo que não é para qualquer um. Tendo em vista que esse investimento seria muito mais frutífero em algum outros dos muito jogos semelhantes trazidos ao ocidente pela publisher Nippon Ichi Software e produzidos pela Compile Heart, o pacote com as aventuras de Chou-Chou e Syrma parece mais um filho bastardo de outras franquias do que algo original – filho este destinado a nunca superar seus pais.

Jogo analisado com código fornecido pela NIS America.

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40

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