Análise – Minesweeper Genius

Colocar seu próprio toque em jogos clássicos é uma das fórmulas mais batidas no desenvolvimento de jogos, afinal, se eles são considerados “clássicos” é por uma boa razão e há algo especial no desafio de tentar modificá-lo e fazer algo ainda melhor com a estrutura básica já conhecida. Minesweeper Genius, novo jogo do estúdio brasileiro Mother Gaia Studio faz isso com o tradicional Campo Minado, adicionando a ele uma pitada de um outro jogo famoso: picross.

O jogador assume o controle de um robô chamado Aristotle, cuja função é limpar todos os quase 200 andares de uma estação espacial. O problema é: esses andares são cheios de bombas, tornando-os verdadeiros campos minados, cabendo ao jogador guiar Ari pelos andares sem que ele exploda.

A premissa é simples e fácil o suficiente de se entender e o jogo faz um trabalho incrível de lhe fazer melhorar com cada nova fase. Cada andar começa com mapas menores e cresce com cada um dos novos (os andares normais possuem 10 fases, os especiais 5), te fazendo entender melhor o conceito por trás deles. O jogador possui três vidas para terminar cada uma delas, com uma pontuação em estrelas proporcional a quantidade de vidas utilizadas (3 estrelas caso o jogador não morra, 2 caso morra uma vez, 1 estrela caso morra duas).

Seria fácil caso o jogador pudesse simplesmente usar as fases para entender um mapa e depois começar a fase do zero. Para evitar isso, cada mapa é gerado aleatoriamente, fazendo com que os desafios sempre se renovem, não importa o quanto você tente. Assim, é necessário mover Ari pelo tabuleiro (com os direcionais ou analógico) de casa em casa, evitando as bombas (que podem ser marcadas com uma bandeira) até chegar ao portal no fim da fase.

Para balancear um pouco o desafio em favor do jogador é que entra a grande influência de picross. Ao lado do tabuleiro, tanto na horizontal quanto na vertical, existem indicadores com números que representam quantas bombas existem naquela linha/coluna. Isso facilita bastante na hora marcar as linhas com bombas e, com o tempo, acaba se tornando intuitivo identificar quais são os pontos em que uma bomba é gerada para pegar o jogador desatento.

Essa leve mudança é suficiente para tornar Minesweeper Genius um jogo bastante divertido. A quantidade de conteúdo é suficiente para divertir bastante o jogador, que mesmo caso não se satisfaça com o modo principal, possui um modo para gerar aleatoriamente mapas baseado em parâmetros escolhidos por ele, tornando a rejogabilidade um fator considerável. Adicionando a isso o fato de, mesmo sendo desafiadora, a platina é fácil e depende apenas do jogador aprender bastante os conceitos do jogo, e Minesweeper Genius é uma grata e simples surpresa.

Minesweeper Genius não é um jogo com muitos problemas. Pela sua premissa simples, o jogo funciona muito bem no PS4 (até por ser um título originalmente de mobile), mesmo os gráficos simples são bonitinhos. Apenas a trilha sonora realmente incomoda, pois se torna muito repetitiva muito rápido, sendo talvez um jogo para se jogar ouvindo outra coisa.

No geral, Minesweeper Genius é um bom jogo. O trabalho simples do Mother Gaia Studio reflete, com um jogo bem polido e divertido, mesmo com as limitações do jogo, como a sua origem em uma plataforma mobile e tudo. Para os jogadores que buscam algo para se distrair e com uma platina recompensadora, MG é mais do que recomendado.

Jogo analisado no PS4 padrão com código fornecido pela Mother Gaia Studio.