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Análise – Hover

Muitos dos que tiveram a oportunidade de jogar Jet Set Radio no Dreamcast, ou em outras plataformas, até hoje imploram para que a SEGA produza um novo título da franquia. Felizmente, os desenvolvedores da Midgar Studio cansaram de esperar e resolveram lançar um sucessor espiritual que fosse digno de manter o legado da série. É com essa árdua missão que Hover chega ao PlayStation 4.

Ambientado em ECP17, uma cidade ultra futurista repleta de neons coloridos e carros voadores, Hover conta a história de um grupo de rebeldes, autointitulados “Gamers”. Tal grupo luta contra o regime de opressão imposto na cidade pelo Grande Administrador, um poderoso monarca que tornou ilegal qualquer forma de diversão e entretenimento. Cabe a você, um novato no grupo, liderar a resistência e restaurar a paz na cidade.

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Infelizmente o enredo carece de profundidade e o jogo falha ao tentar desenvolver seu universo, uma vez que seus personagens secundários são desinteressantes. Não há cutscenes e toda a história é dita ao personagem através de centenas de textos, que logo se tornam cansativos e quebram o ritmo de gameplay. É preciso lembrar que o jogo não se encontra traduzido para o português do Brasil, o que pode vir a dificultar o seu entendimento e mecânicas.

Diferente de sua fonte de inspiração, Hover abandona de vez os patins, principal foco em Jet Set Radio, para dar lugar ao parkour. Este adquire um caráter surreal, uma vez que os personagens são capazes de correr em altas velocidades, andar pelas paredes e realizar longos e gigantescos saltos pelo cenário. É impossível não ser dominado pela enorme sensação de adrenalina enquanto nos locomovemos através dos prédios e cabos de alta tensão espalhados pelo mundo aberto que é ECP17. O jogo ainda oferece a possibilidade de se alterar a perspectiva para primeira pessoa, maximizando a experiência principalmente para os acostumados com a série Mirror’s Edge.

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A cidade abriga variadas missões que podem ser cumpridas de maneira solo ou de forma cooperativa através do modo online, que junta os jogadores em uma versão compartilhada da ECP17, semelhante ao visto em Burnout ou GTA Online. Existem missões de corrida, desafios contra o tempo, entrega de pacotes, competições de manobras, grafitti e o meu favorito: o gameball.

Esse último se comporta como uma espécie de basquete, no qual devemos competir contra um time inimigo para transportar um cubo até uma cesta localizada no lado oponente. Cada campo de gameball é bastante diferente um do outro, e põe à prova todo o conhecimento de parkour que o jogador adquiriu até aquele ponto.

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Um dos principais problemas presentes em Hover se encontra no design de sua interface, que é completamente caótica graças à quantidade absurda de informação presente na tela. Algumas dessas são completamente desnecessárias e utilizam de uma péssima fonte de texto, que dificulta a sua leitura em meio à toda ação. A navegação através dos menus também é problemática e nada intuitiva, sendo que em momento algum o título se propõe a ensinar todas as funções.

Outro aspecto negativo é a orientação. Não há mini-mapa, recurso bastante presente em títulos de mundo aberto, e essa péssima decisão impossibilita o jogador de saber com precisão onde se encontra uma missão ou evento. A única forma de se guiar pela cidade é através de uma pequena seta 3D no canto inferior. Tal recurso funciona como um GPS, semelhante a Need for Speed: Underground, e aponta para o local em que poderemos iniciar o próximo evento. Apesar disso, bugs podem acontecer e a seta pode nos levar para uma missão previamente já concluída.

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É possível alterar os atributos do nosso personagem, como velocidade ou tamanho do salto, através de chips de modificação que podem ser obtidos através da conclusão de eventos ou via exploração do cenário. Esses chips podem ser equipados em uma espécie de grid, semelhante ao de Final Fantasy X, e tal mecânica é essencial para se progredir no jogo, uma vez que a dificuldade das missões aumenta drasticamente com o passar do tempo.

A customização é limitada, resumindo-se a alterações no tamanho, gênero e cores do nosso avatar. Porém, novos tipos diferentes de personagens podem ser destravados com o tempo dentro do próprio jogo, cada um com seu próprio tipo de grid de modificações, favorecendo um determinado atributo ou estilo de jogo. Infelizmente, é necessário criar um novo personagem para usufruir disso, o que nos obriga a ter de recomeçar todo o game do zero e reconquistar novos chips de modificação, uma vez que são intransferíveis.

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Hover, assim como Jet Set Radio,  possui gráficos desenvolvidos com cel shading, o que traz um aspecto mais cartunesco à obra. Essa técnica, somada à psicodélica paleta de cores, consegue criar ambientes e cenários que caracterizam perfeitamente o estilo cyberpunk que tem ganhado força nos últimos anos. Hideki Naganuma, o gênio por trás da trilha sonora de Jet Set Radio, foi convidado pela Midgar Studio para produzir as músicas de Hover, e o resultado disso foi bastante gratificante. Apesar de poucas, as faixas de áudio presentes grudam na mente e visitam diversos gêneros musicais como hip-hop, pop, edm e rock.

Quanto a sua performance, Hover possui diversos problemas técnicos que podem atrapalhar o gameplay e progresso ao longo do jogo. Colisões contra objetos não são detectadas devidamente e nosso personagem pode ficar preso em determinados locais do mapa. Os loadings são muito demorados e há uma constante queda de quadros a todo instante durante o jogo, principalmente quando a função de save automático está habilitada. Existem atrasos de renderização nas texturas do cenário, caso o jogador se desloque com muita velocidade pelo mapa.

Veredito

Apesar de possuir diversos problemas em seu enredo, design e performance, é impossível não se divertir com Hover, seja sozinho ou com amigos através de seu modo online. O jogo tinha potencial para ser bem melhor, mas isso pode ser resolvido com uma possível sequência. Ainda assim, Hover é definitivamente um título que divertirá os fãs da série Jet Set Radio que até hoje esperam um novo jogo da franquia.

Jogo analisado com código fornecido pela Midgar Studio.

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Veredito

70

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Veredict

Despite having several problems in its plot, design and performance, it is impossible not to have fun with Hover, either alone or with friends through the online mode. The game had potential to be much better, but this can be solved with a possible sequel. Still, Hover is definitely a title that will entertain fans of the Jet Set Radio series that until today expect a new game of the franchise.