Ver Yakuza 5 finalmente localizado é nada menos que um milagre. A série é bastante popular no Japão, mas infelizmente passa despercebida por grande parte do público no Ocidente. Isso é uma pena, pois Yakuza é possivelmente uma das poucas séries a manter um alto nível de qualidade em todos os seus lançamentos e Yakuza 5 não é diferente.
Apesar de ser o quinto capítulo da série principal, Yakuza 5 tem uma história própria que não necessita dos jogos anteriores para ser entendida. No entanto, a introdução da maior parte dos personagens foi feita em Yakuza 4 e aqueles que já jogaram o título anterior irão aproveitar mais da história. Para os que desejam jogar Yakuza 4 (É ótimo, por sinal) é possível encontrá-lo por preços acessíveis ou esquecido na sua lista de jogos dados pela PS Plus.
A história de Yakuza 5 segue um padrão similar a Yakuza 4, sendo dividida em partes, uma para cada personagem principal da trama e que, no final, acabam por se interligar de maneiras bem interessantes. A história revolve, principalmente, nas ramificações do desaparecimento de Daigo Dojima, líder de uma das mais poderosas famílias Yakuza, e uma potencial guerra contra a aliança Omi, outra família extremamente forte. A história é vista por diferentes perspectivas e se desenvolve gradativamente, levando um considerável tempo para se entender tudo que está acontecendo.
A história agora se passa em cinco cidades: Tokyo, Sapporo, Nagoya, Osaka e Fukuoka. Diferente de jogos “Open World”, Yakuza foca em um único bairro para cada cidade e, portanto, não tem muito espaço aberto para se explorar. No entanto, cada bairro é modelado de forma extremamente semelhante à vida real, incluindo pontos turísticos, lojas, galerias e muito mais, servindo como uma espécie de turismo virtual. Apesar do tamanho de cada bairro não ser exatamente grande, são áreas extremamente densas em conteúdo, contando com sub-quests, itens escondidos e atividades como bilhar, dardos, boliche, baseball e inclusive fliperama com o clássico Virtua Fighter 2 com modo online incluso.
Além de tudo que já foi mencionado, existe uma side quest única para cada personagem que envolve algum tipo de atividade e todas possuem uma história completa e independente da história principal. Por exemplo, o primeiro personagem, Kiryu, trabalha em uma companhia de Taxi e sua side quest é justamente trabalhar como taxista. Suas responsabilidades envolvem levar pessoas até seu destino de maneira cuidadosa, enquanto se respeita a sinalização de trânsito, escutar suas histórias e problemas e dar conselhos de vida ou oferecer um papo interessante. Aparentemente, outra das obrigações desse taxista envolve apostar corrida contra uma gangue de corredores de rua e ajudar a polícia a se livrar desses criminosos. Cada side-quest daria uma análise por si própria e podem ser consideradas como pequenos jogos que podem consumir uma quantidade considerável de tempo.
Como devem ter percebido, Yakuza tem uma quantidade desumana de conteúdo extra e isso é uma característica comum da série. Isso acaba por atrapalhar o andamento da história principal, tanto por culpa do próprio jogo quanto do jogador. Há momentos em que você irá ver várias cenas seguidamente e irá avançar a história de maneira rápida, enquanto que em outros momentos o jogo irá te deixar na frente de um minigame novo praticamente dizendo “Esqueça tudo, vá e se divirta”. Consequentemente, ignorei a história para ficar brincando de guerra de bolinha de neve por mais tempo que deveria. Acontece.
Quando não se está na história ou nas inúmeras atividades, você provavelmente estará surrando alguém pelas ruas do Japão. O combate em Yakuza é focado na luta mão a mão, normalmente contra vários oponentes, como se fosse uma versão 3D de clássicos como Streets of Rage e Final Fight. Cada personagem tem seu próprio estilo de luta e gradativamente vão aprendendo mais golpes e habilidades conforme evoluem de nível ou realizando treinamentos especiais com alguns personagens específicos.
O combate é uma das melhores qualidades da série, sendo que o jogador tem uma quantidade absurda de ações possíveis, como golpes normais e fortes, contra-ataques, esquiva, especiais e uma variedade impressionante de como se utilizar o cenário para se derrotar os oponentes. Existe uma moto próxima? Jogue-a em cima do inimigo. Uma bicicleta? Atropele-o. Uma caixa de correio? Use de porrete. As lutas acontecem tanto na história como de maneira aleatória nas ruas e, milagrosamente, ninguém morre ou vira tetraplégico apesar do estrago causado.
Apesar de ter sido lançado originalmente em 2012 no Japão, Yakuza 5 ainda é um jogo visualmente bonito. As feições de cada personagem são particularmente impressionantes e ainda mais em cutscenes. A OST também merece uma menção e é particularmente excelente em algumas lutas contra chefes.
Veredito
“Demorou, mas chegou” é uma frase apta para Yakuza 5. Com o PS3 nos seus últimos suspiros, aqui temos um lançamento que é provavelmente uma das melhores adições à biblioteca do console e possivelmente um dos melhores jogos lançados no ano. A história, combate e todo o conteúdo extra são excelentes e detalhá-los da maneira que merecem levaria uma eternidade. Yakuza 5 acaba por ser mais do que a simples soma de suas partes e é um título obrigatório para todo dono de PS3.
Jogo analisado com código fornecido pela SEGA.