Seguindo a tradição de seus outros RPGs de ação, como Nioh e Nioh 2, a Team Ninja lança agora a edição completa de Wo Long: Fallen Dynasty. Após pouco mais de onze meses de seu lançamento original foram diversas correções e melhorias, além de três expansões pagas. Wo Long: Fallen Dysnasty Complete Edition reúne todo esse conteúdo em uma versão que chega como uma boa opção para os que ainda não o jogaram.
O game possui características típicas de jogos recentes da Team Ninja, combinando mecânicas inspiradas nos jogos Soulslike com um combate apoiado em um sistema de defesa e contra ataque bastante envolvente. A história se passa num período tardio da Dinastia Han, e utiliza elementos do folclore chinês para criar uma ótima ambientação. Na época de seu lançamento original, Wo Long: Fallen Dynasty foi bem recebido e teve sua análise publicada aqui no PSX Brasil. Por conta disso, minha ideia nesse artigo não é refazer essa análise, mas sim avaliar como o jogo se encontra no seu estado atual após as diversas atualizações que recebeu, bem como passar uma visão geral de cada uma de suas três expansões.
Começando pelo jogo base, houve um melhor balanceamento em algumas lutas principais e na vida dos aliados. Esses NPC’s, que são recrutados ao longo do jogo para lutar ao seu lado, inevitavelmente tornavam certas lutas contra chefes fáceis demais, tirando um pouco daquela sensação de risco e satisfação tão comum aos jogos desse estilo. Por mais que houvesse a função de dispensá-los, isso prejudicava algumas passagens da história. Por isso, essa melhoria foi muito bem-vinda.
Um fator que foi muito criticado quando Wo Long: Fallen Dysnasty foi lançado, a parte técnica também está consideravelmente melhor. Algumas texturas que ficavam com resoluções baixas no modo performance foram corrigidas, e as quedas na taxa de quadros por segundo são menos comuns. Outro ponto importante no tocante a parte técnica é que a versão de PS4 está rodando bem mais de acordo com o esperado. Claro que ainda há limitações técnicas quando comparado à versão de PS5, mas a situação atual do jogo no PS4 é bem diferente daquilo que beirava o injogável quando foi lançado.
Já a gestão de inventário continua sendo um problema, pois ainda somos inundados com itens e mais itens, cada qual com suas estatísticas próprias, o que impossibilita verificar todo item que coletamos. No entanto, ao menos uma função nova facilita na hora de livrar o inventário de equipamentos desnecessários. Uma opção no menu permite vender ou reciclar itens de forma automática toda a vez que descansar em uma bandeira. Essa função pode ser personalizada de acordo com a classe do item, raridade, tipo de estatística, etc. Não é a solução ideal para o problema do loot, mas, ao menos, é uma maneira de tornar a tarefa de limpar o inventário menos árdua.
Para completar os destaques nas novas funções, foi adicionado um sistema que permite ao jogador sacrificar algumas estatísticas para aumentar sua probabilidade de conseguir itens de maior raridade. Essa é uma função interessante, especialmente no caso daqueles que quiserem se aventurar pelas maiores dificuldades em busca da melhor build.
Partindo agora para os DLCs, quem já jogou os conteúdos adicionais de Nioh sabe bem como eles funcionam. Cada DLC introduz três missões principais, algumas missões secundárias (que nada mais são que duelos e missões com conteúdo reciclado do jogo base), uma nova arma, mais itens, aliados, fera divina e uma dificuldade adicional. A seguir, trago uma ideia um pouco mais detalhada de cada DLC.
Batalha de Zhongyuan
O primeiro conteúdo adicional de Wo Long: Fallen Dynasty cobre os eventos após a debandada das principais tropas de Dong Zhuo da região de Zhongyuan. A expansão acompanha a saga de Cao Cao para tomar o controle da região, que ainda continuava sobre a ameaça dos soldados remanescentes dos turbantes amarelos.
As missões principais trazem boas lutas contra chefes, mas não elevam muito o nível de desafio. Alguns duelos secundários são bem intensos, e uma dessas missões envolve enfrentar novamente todos os líderes dos turbantes amarelos do jogo base. Mas a grande novidade desse DLC são os cestus. Essa arma de ataque rápido e de curto alcance causa um dano aumentado à barra de espírito do inimigo, sendo uma boa alternativa para exercer pressão especialmente nos inimigos humanos.
A fera divina dessa expansão também é um destaque, pois ela concede a habilidade passiva de recuperar vida ao golpear o inimigo. Quando acionada, Feilian consegue prender os inimigos em um turbilhão de eletricidade, algo bastante útil para ganhar um pouco de espaço durante as lutas.
Conquistador de Jiangdong
Após a morte de Sun Jian, líder do clã Sun, seus filhos tiveram que lutar para recuperar o território de Jiangdong das forças inimigas. A segunda expansão de Wo Long: Fallen Dynasty segue os passos dos irmãos Sun Ce e Sun Quan, e se aprofunda nos laços do clã em um momento de luto e superação.
Com uma abordagem mais voltada para a urgência, as missões principais não são muito longas, mas são bastante intensas. Outra novidade é um conteúdo endgame em que os jogadores poderão escolher seu caminho por diversos campos de batalha em busca de maiores desafios e melhores recompensas. Essa expansão também marca uma tentativa da Team Ninja de subir a régua de desafio dos chefes. Mesmo tendo avançado bastante pelo Novo Jogo+, e já possuindo equipamentos de nível acima do recomendado para a expansão, ainda encontrei dificuldade para superar o chefe final da história.
Esse inimigo combina ataques rápidos de espada com poderes elementais de gelo. Ele ainda possui a característica de se afastar rapidamente de você para ganhar espaço e desferir uma saraivada de flechas mágicas. Esse design de luta muda completamente a forma de abordar o combate em Wo Long: Fallen Dynasty. Pessoalmente, essa luta final se tornou um dos meus chefes favoritos do jogo, mas vejo nela características que podem não agradar a alguns jogadores.
A arma da segunda expansão é a espada longa. Ela possui movimentos rápidos e que acumulam energia para realizar um ataque espiritual bem potente. Uma arte marcial que pareceu ser bem comum às espadas longas é a habilidade de aparar um golpe inimigo e contra atacá-lo em uma série de golpes cortantes. Já a fera divina dessa expansão se chama Kunpeng, uma criatura que combina as formas de peixe e de pássaro, e que representa o elemento água. Quando invocada, Kunpeng drena a energia espiritual dos inimigos e passa flutuando pelo campo de batalha soltando uma onda que causa dano elevado. Esse dano é aumentado com base no moral do jogador e na quantidade de energia espiritual absorvida.
Revolta de Jingxiang
A derradeira expansão de Wo Long: Fallen Dynasty também é a maior de todas as três. Com um total de doze missões, sendo três principais e nove secundárias, esse DLC também apresenta quatro novos aliados, uma das melhores feras divinas de todo o jogo, mais um tipo de arma e um novo sistema de equipamento.
A história segue os passos de Liu Bei, e de sua família, em uma missão para livrar a província de Jing da ameaça do Elixir. Mas, se por um lado em Conquistador de Jiangdong a Team Ninja pareceu ter encontrado uma boa fórmula de acrescentar novos desafios a Wo Long: Fallen Dynasty; por outro lado em Revolta de Jingxiang é nítido que a desenvolvedora se perdeu ao tentar aprimorar essa fórmula. O chefe final da terceira expansão é uma das lutas mais frustrantes que já enfrentei em um jogo do estilo Soulslike. Muito disso se deve ao fato de ele combinar todos os elementais do jogo e lançá-los com uma velocidade, e frequência, acima do tolerável.
Isso prejudicou parte fundamental de minha experiência nesse DLC, mas não a arruinou completamente. A fera divina dessa expansão é muito divertida, e útil também. Chenghuang é uma raposa que tem como elemento o metal, e que causa efeito de veneno nos inimigos. Uma outra característica marcante dessa fera divina é a de conceder um ganho na barra de vida do jogador por um período considerável, sendo ideal para ser combinada com builds de recuperação de vida. Essa sobrevida é ainda maior conforme o ranking de moral do jogador.
O chicote também é outra ótima adição ao arsenal de armas. Ele possui uma capacidade incrível de controle de grupos de inimigos, além de uma habilidade especial chamada frenesi. Essa habilidade pode ser ativada ao manter pressionado o botão de bloqueio e acionando o triângulo. Quando o frenesi está ativo, o dano do chicote sobe significativamente, porém a barra de espírito cai para seu nível mais baixo. É uma ação de alto risco, mas com grande benefício também.
A última novidade dessa expansão é o sistema de estratagemas. Esses itens podem ser encontrados nas dificuldades mais altas e permitem aplicar benefícios ao personagem ao troco de pontos de moral. É uma forma de criar novas builds e também de se desafiar ao colocá-las em prática.
Conclusão
Se for analisar de forma individual, nenhum DLC compensa ser adquirido separadamente. O tempo médio de duração de cada um deles é de 6 horas e, com exceção às lutas contra alguns chefes e aos poucos itens novos, não trazem nada imperdível ao jogo. Mas, se for levar em conta o valor agregado que o pacote possui, considerando o jogo base em seu estado atual e as expansões, Wo Long: Fallen Dynasty Complete Edition é a melhor escolha para quem ainda tem interesse em adquiri-lo.
Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Koei Tecmo
Veredito
Wo Long: Fallen Dynasty Complete Edition é a melhor opção para quem ainda tem interesse em jogar o ótimo RPG de ação da Team Ninja.
Veredict
Wo Long: Fallen Dynasty Complete Edition is the best option for those who are still interested in playing Team Ninja’s great action RPG.