Warhammer End Times – Vermintide

O que esperar de uma versão fantástica de Left 4 Dead? Se ao pensar nesta pergunta a primeira coisa que vem a sua cabeça são ratos mutantes e outras criaturas peçonhentas enfrentando magos, rangers e guerreiros, então você provavelmente já sabe o que esperar de Warhammer: End Times – Vermintide e não há uma maneira melhor do que esta para descrever o jogo.
 

Desenvolvido pela Fatshark AB e lançado para PlayStation 4, Vermintide é um FPS exclusivamente online que coloca o jogador na mesma situação que em L4D: o mundo está acabando e o jogador é um de quatro heróis capazes de enfrentar as ondas de Skavens, criaturas que se assemelham a ratos gigantescos e que estão prestes a espalhar uma praga que acabará com toda a vida no mundo.
 


 

Os quatro jogadores podem escolher entre cinco classes diferentes (um mago, uma bruxa, um soldado, um ranger e um waywatcher), todos com opções de combate corpo-a-corpo e longa distância, além de habilidades e equipamentos distintos, e cuja cooperação, comunicação e equilíbrio das classes é fundamental para o sucesso de cada missão. É possível jogar com estranhos, mas a melhor maneira realmente é com um grupo de amigos.
 

O combate do jogo é o seu principal destaque, com o feeling das armas, a resposta visual dos inimigos aos golpes e a dificuldade das batalhas combinado com uma boa quantidade de variações dos skavens, com diversas sub-classes (apesar da grande maioria se comportar como meros zumbis) e uma grande quantidade de inimigos em todas as ondas, tornando o ritmo da ação do jogo sempre intensa e mantendo o nível alto de desafio das fases.
 


 

No entanto, há um constante sentimento de estar jogando um mod ou uma skin de Left 4 Dead, já que em seu cerne o jogo tem foco na mesma palavra: sobrevivência, mas sem entregar um jogo tão bom quanto o que o inspirou. Por não possuir uma opção para se jogar apenas com bots (apesar do jogo completar a party com bots caso não encontre jogadores suficientes), com enorme enfoque na cooperação entre jogadores online, isso acaba se tornando um problema, pois há dificuldades tanto para encontrar partidas quanto para mantê-las estáveis.
 

Infelizmente, por melhor que seja a idéia de um jogo influenciado por Left 4 Dead no rico universo de Warhammer, o jogo é cheio de problemas que tornam a experiência no mínimo frustrante e, no geral, ruim. Além dos já mencionados problemas de conexão, jogar com o chat por voz (a única opção de comunicação) desligado é quase impossível e, pela aparente baixa quantidade de jogadores brasileiros, acaba exigindo uma fluência tanto para ouvir quanto para falar inglês.
 


 

Existem ainda problemas no jogo em si. As informações visuais como para onde o jogador deve ir ou o que ele deve fazer, são muito mal apresentadas e a interface do jogo é ruim, deixando claro que ele foi feito com o PC em mente e posteriormente portado para consoles. Não existem opções para avisar a sua party que você precisa ser ressuscitado a não ser através do chat por voz, o que, num jogo que busca tornar a sua sobrevivência o mais difícil possível, gera situações bastante frustrantes.
 

Isso tudo contribui para uma experiência cooperativa que, se objetivava ser prazerosa, é muito mais frustrante do que deveria. A ausência de um modo single-player também não ajuda e deve manter os jogadores que não possuem uma boa e estável conexão com a internet longe do título. É difícil dizer se a inclusão de bots resolveria os problemas tanto assim, já que a IA do jogo não é das melhores.
 


 

Existem alguns problemas de performance, com algumas quedas de framerate, glitches, bugs e os já mencionados problemas do netcode do jogo. Vermintide faz um bom trabalho em capturar o estilo visual de Warhammer Fantasy e toda a sua temática steampunk (relativamente pouco explorada em videogames) e fica claro que havia muito potencial que acaba se perdendo pelo acabamento ruim do jogo e decisões de design ruins.
 

Warhammer: End Times – Vermintide é um jogo com potencial mas que falha em entregar um produto satisfatório. Se as idéias são interessantes e jogos nesse estilo são atraentes, infelizmente aqui o resultado não é bom. É uma pena, visto que Warhammer é um dos mais ricos universos de fantasia por aí e facilmente renderia um bom jogo.
 


 

 

Veredito

Warhammer: End Times – Vermintide é um jogo que possui muito potencial mas que peca bastante problemas técnicos que o impedem de alcançar o seu potencial. Os problemas de conexão, a falta de direção e a obrigatoriedade do chat por voz para que o jogador consiga aproveitá-lo são barreiras que o tornam dificil de recomendar.

 

Jogo analisado com código fornecido pela Fatshark.
 

Veredito

60

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