Undead Nigthmare é, à semelhança de DLCs como The Balad of Gay Tony e
The Lost & Damned para GTA IV (seu primo não tão distante),
praticamente um novo jogo. É um DLC tão bem concebido que, apesar de
ser um disparate quando se compara com o realismo que o jogo principal
oferece, consegue se encaixar de forma perfeita na história de Red
Dead Redemption. Tanto começo quanto meio e fim de Undead Nigthmare
nos fazem pensar que tudo o que vivemos na nova história seria
absolutamente possível no contexto geral do jogo, sem alterações
nenhumas ao universo de Red Dead Redemption.
Sim, a história tem um quê de absurdo (mas qual enredo que envolva
zumbis não o tem?). John Marston, o personagem principal de Red Dead
Redemption está um período de aparente calmaria com a sua família
quando um velho agregado da família aparece sob a forma de um
morto-vivo. Após um ataque à esposa e ao filho de John, ambos também
se tornam zumbis. Então John prontamente os amarra e os mantém
trancados em casa, enquanto vai em busca de uma cura para este mal.
O formato da aventura em si é praticamente o mesmo do jogo original:
vagar pelas planícies cumprindo missões que aos poucos vão aproximando
John de uma solução para o problema. A diferença agora é que não
existe lugar seguro. A qualquer momento John pode ser atacado por
hordes de mortos-vivos, sedentos pelo seu sangue. Enquanto escapa e dá
cabo da população cada vez mais crescente de zumbis, ele deve
purificar cemitérios que são foco da aparição de zumbis, salvar
cidades atacadas pelos mortos-vivos e encontrar sobreviventes que
podem dar informações úteis.
A jogabilidade também é exatamente a mesma à qual já estamos
habituados. A diferença é que agora a quantidade de inimigos que
enfrentamos ao mesmo tempo é um tanto quanto maior. Em determinados
momentos você se verá cercado por dezenas de zumbis que, embora mais
lentos do que os antigos inimigos de John são tão letais quanto. Para
combater estas feras foram disponibilizadas algumas armas novas ao
arsenal de John. Uma delas agora inclusive justifica a necessidade de
saquear os corpos dos “mortos re-mortos” (já que dinheiro não tem mais
papel nenhum no jogo), mas para maiores informações, apenas jogando.
A adição de criaturas míticas é mais um dos pontos altos do DLC.
Encontrar Sasquatches (o Pé-grande), os cavalos do apocalipse (que
podem inclusive ser domados), Unicórnios é até um chupa-cabras são
além de tarefas muito divertidas, fonte de satisfação para os
desesperados por troféus. Vários dos personagens da aventura original
estão lá, sejam como mortos-vivos, sejam como sobreviventes, ainda com
seus caráteres dúbios e interesseiros, mas bastante divertidos.
Graficamente o jogo é exatamente o mesmo, à exceção de ambientações
mais escuras e com muito mais neblina do que anteriormente. As músicas
são novas, e novamente, perfeitas para a ambientação geral do jogo.
Toda a dublagem é realizada pelos mesmos dubladores, com mesma
qualidade que nos foi apresentada na aventura original. O senão vai
para os já conhecidos bugs, que como sempre não estragam a ambientação
geral do jogo, mas continuam sendo em quantidade exagerada.
E como um brinde extra, Undead Nightmare ainda oferece dois novos
modos de jogo no quesito multiplayer, com objetivos a serem realizados
junto com os amigos (ou outros jogadores desconhecidos da PSN) ou para
defender hordas de zumbis cada vez maiores que se aproximam de
determinadas cidades.
Os quase 10 dólares do preço do DLC pode parecer um pouco caro, mas
quando percebemos que por algo como 17 reais ganhamos um jogo quase
todo novo, no qual você vai gastar pelo menos umas 7h na história
principal, mas que pode facilmente gastar mais de 15h se decidir pegar
todos os troféus, este valor se torna quase de graça. Para os
proprietários de Red Dead Redemption, Undead Nightmare é absolutamente
recomendado. E para os não-proprietários, é mais um motivo para
aquisição do mesmo.