Twisted Metal é um velho conhecido dos jogadores da família PlayStation. E o criador da série, o controverso David Jaffe fez todo o possível para manter a memória destes jogadores o mais viva possível com este novo título, apenas chamado Twisted Metal, assim como o original. Mas será que ele e a equipe do estúdio Eat Sleep & Play conseguiram fazer com que o jogo sobrevivesse à expectativa criada pelo seu legado?
Twisted Metal é um jogo de combate entre veículos, tomado pela violência constante entre os oponentes. As disputas são realizadas em arenas gigantescas, com vários oponentes, e com armamentos e veículos dos mais variados tipos e tamanhos, de motos a caminhões, de furgões a helicópteros. O conceito é bastante simples, então uma vez dentro da arena a conversa é “ou mate ou morra”, sem ter muito pra onde correr. Mas isso não significa que o jogador seja simplesmente jogado no meio da pancadaria, já que existe um modo história.
Este modo conta os acontecimentos por trás de um torneio de combate entre veículos para as personalidades mais insanas deste mundo. Neste caso, tratam-se dos personagens Sweet Tooth, Dollface e Mr. Grimm, que tem uma parte da história com foco em cada um deles. A qualidade das cutscenes (algo raro nos dias de hoje, mas bastante comum no passado) filmadas e as batalhas contra os chefes são muito boas. Mas fica sempre aquela impressão de que falta algo, talvez pela sua duração curta, o que só acentua o caráter multiplayer do título.
Pois é neste modo que Twisted Metal brilha. Podemos facilmente perceber que ele é o foco principal do jogo. Armas e personagens que você habilita no modo single player ficam disponíveis neste modo, e garantem ainda mais variedade aos combates. Embora exista em alguns momentos certa demora para o início das partidas, em geral elas fluem bem. Os combates são tão variados devido à diferença entre os veículos que é difícil não se entreter durante as partidas, não importa o resultado. A variedade de modos é bastante positiva, desde os normais deathmatch e team deathmatch, até os mais diferentes, como o Nuke Mode, onde os jogadores devem capturar um capitão da outra equipe e lançá-lo em um foguete contra a outra equipe. Também existe um modo competitivo local para até 4 pessoas, uma adição muito valiosa e pouco utilizada nos multiplayers ultimamente. Compradores do jogo usado devem atentar para a necessidade do Online Pass.
A jogabilidade é bem resolvida, apesar da enorme quantidade de comandos que o controle oferece para condução e ataque. Respeita bem a proporção e as características dos veículos, o que influencia bastante na forma como são conduzidos, bem como na sua durabilidade e eficiência nos ataques. Só que a escolha dos botões parece meio estranha para o que já estamos acostumados. Os botões superiores L2 e R2 não são utilizados para aceleração e freio, e sim para ataques, ficando os comandos do carro sob a responsabilidade de X e quadrado. Não é impossível de aprender, mas no primeiro momento é bem contra-intuitivo.
Seus gráficos não oferecem nada de especial, ficando na média da capacidade conhecida do PS3. Não são ruins nem comprometem a experiência, mas também ficam longe de serem dignos de algum destaque. As arenas são enormes e variadas, mas pouco detalhadas. O ponto positivo é oferecido pelas cutscenes do modo história, filmadas e editadas, utilizando atores reais. É verdade que são um tanto quanto violentas, mas agradam bastante desde o primeiro momento.
A versão europeia conta com áudio e legendas em português de Portugal, então se você não tiver paciência para ouvir Sweet Tooth sendo chamado de Dentinho o tempo todo, mude a língua do seu PS3 pra Inglês antes de inserir o jogo. E aí sim você contará com uma dublagem de excelente qualidade. A trilha sonora também é muito boa, com músicas variadas e que condizem com o estilo do jogo.
Então, respondendo à pergunta do primeiro parágrafo, sim, eles conseguiram. Twisted Metal é um jogo que consegue divertir bastante o tempo todo e tem potencial para ficar durante um bom tempo no seu PS3. Não pelo modo história, que não dura mais do que 5 horas, mas sim pelo potencial do seu modo multiplayer que é claramente o “filet mignon” do jogo. O esquema de botões não é dos melhores e atrapalha um pouquinho no começo, mas a jogabilidade variada e bem resolvida atenuam este problema. Se você procura um bom jogo para se divertir sozinho, este jogo definitivamente não é para você. Mas se está atrás de uma boa diversão multiplayer tanto online quando offline e que fuja dos FPSs genéricos e repetitivos que inundam o mercado, Twisted Metal é uma excelente escolha.
— Resumo —
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Cutscenes do modo história
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Multiplayer
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Diferenças entre os veículos nos combates
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Ambientes gigantescos
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Áudio de qualidade
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Esquema de botões dos controles ruim
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Duração das fases no modo single-player