Tokyo Twilight Ghost Hunters: Daybreak Special Gigs

Há pouco mais de um ano foi lançado para PlayStation 3 o híbrido de visual novel, adventure e RPG, Tokyo Twilight Ghost Hunters  (cuja análise você pode ler clicando aqui), contando a história de um grupo de estudantes que passa a fazer parte de uma empresa especializada em caçar fantasmas que assombram Tóquio. Agora, chega ao PlayStation 4, Playstation Vita e PS3 a versão melhorada do jogo, Tokyo Twilight Ghost Hunters: Daybreak Special Gigs.
 


 

Desenvolvido pela Toybox e publicado pela Aksys Games, TTGH:DSG busca adicionar mais conteúdo ao título original e trazê-lo a novas plataformas. É similar ao que aconteceu com jogos como Toukiden e sua versão Kiwami ou Soul Sacrifice e Soul Sacrifice Delta. A principal diferença é que a quantidade de conteúdo não chega nem próximo desses jogos, se limitando a um novo cenário, novos personagens e algumas novas opções para o combate.
 

TTGH:DSG realmente é uma versão que deve agradar aos fãs do anterior ou aos que ainda não tiveram contato com o jogo, não sendo feita para os que não gostaram ou se divertiram moderadamente com ele. Ainda é, em sua essência, o mesmo jogo: uma visual novel bem escrita, de arte impecável e com um sistema de combate ruim.
 


 

O grande ponto do jogo continua sendo sua história. O jogador é um novo aluno que acaba de se transferir para a escola Kurenai High School, na qual, recentemente, uma aluna se jogou do telhado. Por mais que a polícia considere ter sido um suicídio, o jogador logo descobre ter sido causado por um fantasma assombrando o quarto andar da escola e se junta à equipe que foi enviada para lá para exorcizar tal fantasma.
 

É um desenvolvimento rápido para um visual novel e é um dos grandes méritos do jogo. Seu roteiro é bem amarrado, os personagens são carismáticos (especialmente os membros da Gate Keepers, a revista sobre ocultismo/agência de caça-fantasmas da qual o protagonista faz parte) e, no geral, é uma boa visual novel. O acréscimo da roda de emoções/ações que, combinadas, refletem as ações do protagonista, é uma boa inovação, fugindo do habitual “escolha entre x opções de falas” e se encaixa tanto nos diálogos quanto nas investigações.
 


 

O jogo invoca bastante o ar de anime para si. Da trilha sonora muito pautada em j-rock/punk rock, com cada capítulo contido em si, com abertura e encerramento e estrutura episódica, tudo funciona para passar essa sensação. O estilo 2D também acrescenta a isso, especialmente pelo estilo artístico do jogo ser especialmente bonito e as leves animações nos sprites darem vida a cenas, em geral, estáticas.
 

Esse é um jogo que parece trazer diversas inspirações de obras ocidentais envolvendo caçar fantasmas. Da empresa responsável por proteger as pessoas de fantasmas a aparelhos tecnológicos avançados, com direito a sua própria van e esconderijo, TTGH:DSG parece ser a versão anime de um Scooby-Doo ou Os Caça-Fantasmas.
 


 

Os problemas começam com essas inovações dos diálogos. No começo é bastante complicado pegar o “jeito” de escolher as opções certas e é possível que o jogador acabe tocando ou lambendo personagens quando a intenção é completamente outra. É um dos pontos no qual o jogo poderia ter se mantido mais fiel a visual novels tradicionais.
 

O combate ainda é o mesmo. Colocando o jogador em uma espécie de tabuleiro no qual os membros da equipe e os fantasmas se movem e atacam. É possível acrescentar armadilhas e diferentes dispositivos para tentar se antecipar às ações dos fantasmas, mas a maneira como o jogo “prevê” tais ações não é nada intuitiva e o combate, quase sempre, se limita a mover os personagens e comandá-los a atacar na esperança de acertar o fantasma e, com sorte, derrotá-los dentro do tempo.
 


 

Por mais tentador que comprar várias armadilhas e torcer pelo sucesso pareça uma boa idéia, o jogo ainda exige que você seja um empresário consciente e que cada empreitada renda lucros, evitando ainda destruir coisas demais, pois cada ataque errado que acerte uma cadeira ou um quadro vai ser pago com o dinheiro da Gate Keepers.
 

A idéia é muito melhor que a execução. O combate é ruim e frustrante, especialmente no começo, e chega ser decepcionante a quantidade de boas idéias que são desperdiçadas. Poderia e até deveria ser melhor, mas mesmo as alterações feitas nessa nova versão do jogo não são suficientes para tornar o combate algo além de uma série de adivinhações. Isso ainda é exacerbado no novo cenário, já que ele assume um nível de dominância do combate que, francamente, é complicado de ter.
 

No geral, Tokyo Twilight Ghost Hunters: Daybreak Special Gigs é mais do jogo anterior em todos os sentidos. As melhorias não são tão grandes assim e acaba sendo pouco mais do que só uma versão com mais conteúdo do jogo anterior. É uma experiência feita para aqueles que ou não tiveram contato com o anterior ou gostaram bastante dele.
 


 

 

Veredito

Tokyo Twilight Ghost Hunters: Daybreak Special Gigs é uma visual novel agradável e que acaba pecando nos pontos em que tenta inovar. No geral, é um bom jogo, com uma boa história e lindos visuais, marcado por combates frustrantes.

 

Jogo analisado com código fornecido pela Aksys Games.
 

Veredito

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