The Witch and the Hundred Knight

The Witch and the Hundred Knight pode ser classificado como um jogo similar a Diablo, mas possui características únicas que o tornam bastante diferente de outros jogos no gênero. Depois de acostumado com suas mecânicas, The Witch and the Hundred Knight é um ótimo jogo, porém, com uns alguns problemas que acabam afetando o que poderia ser um jogo incrível.

 

A história começa de forma relativamente simples: Metallia, a bruxa do pântano, evoca o Hundred Knight, uma criatura mitológica cujas lendas dizem se tratar de um ser extremamente forte e poderoso, capaz de aniquilar a tudo e todos. Entretanto, a criatura que surge é um pequeno e simpático cavaleiro, tão inteligente quanto um saco de pedras. O objetivo de Metallia é simplesmente expandir o pântano, seu território, o máximo possível e para isso ela irá escravizar precisar da ajuda do Hundred Knight.

 

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A premissa é simples, mas essa é uma história de tragédia com toques de humor negro. Se alguém espera algo mais leve e cômico como Disgaea, não irá encontrar aqui. A própria Metallia não possui dó ou piedade daqueles que querem evitar que ela expanda seu território e digamos que ela tem um jeito sádico de lidar com tais problemas. Vale lembrar que o pântano é venenoso, portanto, não é exatamente um objetivo que está preocupado com um bem maior.

 

Em relação à jogabilidade, The Witch and the Hundred Knight pode parecer similar a jogos como Diablo e Torchlight, mas suas mecânicas o tornam bastante diferente. Isso se deve aos Gigacals, o número que você pode ver no canto superior esquerdo da tela e que efetivamente controla todas suas ações dentro de uma fase. Qualquer ação do Hundred Knight consome certa quantia desses Gigacals: explorar partes desconhecidas do mapa, correr, esquivar, tomar dano, morrer, atacar, usar magia e assim por diante. Quando os Gigacals acabam, o Hundred Knight entra em um estado enfraquecido e, caso seja morto nesse estado, perde-se todos os itens e metade da experiência coletados na fase. Os Gigacals se esgotam com mais facilidade quando o Hundred Knight toma dano, enquanto outras ações como ataque, defesa e esquiva consomem bem pouco.

 

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O gerenciamento dos Gigacals criou uma dinâmica bem interessante, pois tive que tomar cuidado para evitar sofrer qualquer dano, assim poupando meus Gigacals e permitindo que eu explorasse mais de cada fase. Além disso, tive que adaptar minhas estratégias de ataque para garantir que eu derrotasse cada inimigo da forma mais eficiente possível, para não gastar Gigacals com uma batalha longa. Cada fase possui vários checkpoints, portanto, sempre é possível sair e retornar à fase a partir do último checkpoint, com seus Gigacals cheios.

 

O Hundred Knight pode utilizar uma seleção de magias e mais uma infinidade de armas para atacar, sendo que estas podem ser coletadas matando monstros, fazendo compras ou abrindo baús escondidos. Normalmente, cada inimigo possui uma fraqueza específica e será necessário explorá-la o máximo possível, além de dominar técnicas do Hundred Knight como esquiva, evocações, ataques especiais, etc. Tudo isso é bastante confuso no começo do jogo, mas após algumas horas com o jogo, eu já estava evocando torres mágicas para fornecer suporte enquanto desviava de ataques inimigos e procurava por oportunidades de ataque. As batalhas podem se tornar difíceis e caóticas e isso torna o jogo bastante recompensador, especialmente nos chefes.

 

Os chefes do jogo, em particular, são um grande espetáculo. Cada chefe possui uma barra chamada “Guard” que, quando vazia, dá a oportunidade ao Hundred Knight de causar o maior dano possível. Esses momentos oportunos, entretanto, só ocorrem rapidamente durante ou após um ataque forte do chefe, que logo retorna ao estado normal, em que qualquer dano é extremamente reduzido. Portanto, existem janelas pequenas para o ataque e cabe ao jogador desenvolver estratégias eficazes para causar o máximo de dano possível nesse pequeno intervalo de tempo. Se adaptar ao padrão de ataque e desenvolver uma estratégia eficiente de ataque contra aquele chefe em particular, com certeza, foi um dos aspectos mais brilhantes do jogo.

 

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Vale notar que The Witch and the Hundred Knight não é um jogo fácil. Os inimigos são muito previsíveis, mas caso não haja uma preparação por parte do jogador, prepare-se para morrer várias vezes e retornar ao último checkpoint (felizmente, são bem numerosos). Caso o jogo ainda se mostre muito desafiador, há uma opção para baixar sua dificuldade. Só fui ter problemas com a dificuldade quando estava próximo do final do jogo, então há bastante tempo para se adaptar e se preparar adequadamente.

 

Apesar de tudo o que foi dito até agora, o jogo começa de forma muito fraca. O primeiro ato do jogo é bem fraco se comparado ao resto, portanto, é necessário investir algumas horas no título antes que comece a ficar interessante. Isso acontece porque no primeiro ato a história não se desenvolveu e o combate é fácil demais. Isso acaba por tornar toda a variedade de ataques do Hundred Knight inúteis ou desnecessárias até metade do jogo. Além disso, o tutorial é bastante fraco, cabendo ao jogador descobrir os funcionamentos de cada mecânica e como elas podem trabalhar juntas.
 

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Em relação à produção do jogo, os gráficos não são os mais bonitos, mas também não atrapalham. Os retratos de cada personagem são bem bonitos e cheios de detalhes que dão uma identidade única para cada um, mas seus modelos tridimensionais deixam a desejar. Além disso, também tive problemas com o jogo travando meu PS3 ou fazendo-o retornar à XMB. Apesar de serem poucas ocorrências, elas me custaram algumas horas de progresso.

 

Em particular, gostaria de recomendar a trilha sonora que me impressionou. É uma trilha única e variada, que muitas vezes casa perfeitamente com o que é demonstrado na tela. Deixo abaixo algumas músicas que acredito serem bons exemplos da qualidade da trilha sonora: Gone with the Dust, Dear Metallia e One Hundred Roses.

 

Veredito

Finalizando, se você é fã dos jogos anteriores da NIS, The Witch and the Hundred Knight provavelmente será um título que você irá gostar. Após certo investimento, a história se desenvolve de forma interessante e o combate torna-se estratégico, caótico e recompensador. Existem alguns momentos fracos e problemas técnicos que também afetaram meu tempo com o jogo, mas o conjunto final da obra é muito bom, caso resolva aceitá-lo como o produto único que ele é.

Jogo analisado com código fornecido pela NIS America.

 

 

 

Veredito

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