The King of Fighters XII

The King of Fighters XII era um jogo muito aguardado. Aproveitando a onda do renascimento dos jogos de luta em 2009, a SNK Playmore não ficou atrás e decidiu revitalizar a sua franquia – ou seja, finalmente largar mão das animações e sprites que já usava há quase dez anos.

No entanto, ao contrário de Street Fighter IV e do novato BlazBlue, KOFXII é um tremendo fracasso. É um jogo incompleto, sem vida, com quase nada que um jogador procura em um game. É algo triste, pois é o típico caso que os fãs esperavam um jogaço e encontraram uma baita porcaria.


Vamos ser justos: os gráficos trazem, de fato, um novo olhar para o 2D e mostram, mais uma vez, que o 2D está longe de ser enterrado. São bonitos, os cenários possuem diversos detalhes interessantes e os personagens, apesar dos sprites gigantescos (algo não muito comum), são muito bem feitos. Mas acaba por aí os elogios. Os cenários são escassos (cerca de cinco apenas, sem contar que um apenas varia do dia para a noite), os personagens possuem apenas uma animação de vitória (e detalhes toscos são notados: o boné de Terry simplesmente some depois de ser jogado) e o game simplesmente não possui uma história definida. Isso mesmo: a série que tanto se prezou em seguir um fluxo, joga tudo fora e coloca um modo Arcade que é um Time Trial disfarçado. Exatamente: o modo Arcade é simplesmente uma disputa contra o tempo. Quando se inicia o modo, uma pequena introdução é dada. Depois da terceira luta, um noticiário (que é sempre igual) fala mais um pouco e depois, no final, que é o mesmo para todos os lutadores, mostra uma repórter dizendo que o campeonato acabou. Sério, se queriam passar uma impressão de jogo incompleto, conseguiram.

Para agravar mais ainda a situação, a inteligência artificial dos personagens no Arcade é nula. Você pode ganhar de todos, na dificuldade Normal, usando apenas o "básico" voadora-rasteira. Há vários troféus que é ganhar usando apenas um personagem, o que facilita as coisas, mas quem procura desafio, esqueça.

Outro ponto que é um alvo fácil de se criticar é o número de personagens. A franquia é um aglomerado de figuras da SNK. Mas não critico este ponto. Se for para se focar no balanceamento do jogo (considerando o fato que é uma ruptura do sistema de dez anos atrás), não há problema algum em ter um número menor de personagens. O problema foi a escolha dos produtores: Ash Crimson, que, quem olha pensa que é mulher (mas é um homem "emo"), no lugar da clássica Mai Shiranui, por exemplo, é de se chorar.

O coração dos jogos de luta é o multiplayer, seja offline ou online e isso é inegável. Até aqui o jogo apresenta falhas. O modo offline é bem construído, podendo escolher as diversas opções básicas de tempo, lutas 1×1 ou 3×3 e assim por diante. Se você possui amigos que também gostam da franquia, é a única justificativa para comprar KOFXII, pois o modo online é simplesmente um lixo. Um patch de cerca de 700MB foi lançado para consertá-lo, mas mesmo assim o lag é constante para muitos adversários. O problema mesmo, no fundo, não é o lag: são os oponentes que você encontrar. Explico: o jogo possui um sistema de rank. Para alcançar o "SSS" você precisa fazer 1400 lutas online, não importando se ganhou ou não. Dado esse fato, você encontra inúmeras pessoas que deixam um controle turbo apertando "X" sem parar e vão fazer outras coisas da vida – apenas para platinar o game. Ao jogar o modo, dos dez adversários que encontrei, sete estavam fazendo isso. Qual a diversão em enfrentar adversários que ficam parados, apertando um botão sem parar? Concordo que é algo que os produtores não imaginavam, mas que ideia absurda é essa de um rank ser classificado por lutas que você fez e não por vitórias?
 


The King of Fighters XII não possui outro modo além do Time "Arcade" Trial, Versus offline e Versus Online. Há algumas adições interessantes, como artworks a serem vistas quando se termina sem perder com algum personagem no Arcade, ou a possibilidade de se gravar o replay de uma luta no Versus. Mas é isso: o jogo não possui vida. Até mesmo as músicas, que são bem ao estilo dos jogos anteriores, não agradam. Depois das músicas de Maximum Impact, esperávamos algo acima desse nível. O que não aconteceu. Isso que não considerei a voz da narradora, que simplesmente fala um inglês-japonês estranho: "lound one, leady, go!".

Resumindo: o Arcade é simplesmente um Time Trial, o multiplayer online não é funcional, poucos cenários, ausência de personagens clássicos. É um game incompleto em tudo que se imaginar. Uma tremenda decepção para os que aguardavam "O Retorno do Rei".

Veredito

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