The Banner Saga – Complete Pack

Uma jornada de sobrevivência e combate contra inimigos impiedosos, um mundo de mitologia baseada nas histórias nórdicas e narrativa envolvente com vários personagens, assim pode se definir The Banner Saga.

Mundos fantasiosos são sempre interessantes e atraem um vasto público, vide já o imenso sucesso como o de O Senhor dos Anéis, e é nessa onda que caminha The Banner Saga. O jogo se passa numa terra fictícia criada por várias divindades mitológicas, que decidiram popular o mundo com duas raças, os humanos e os Varls, esses últimos parecidos com humanos, porém gigantes e com chifres na cabeça. O desejo dos deuses era que existisse uma cooperação entre as duas raças, unindo forças e vencendo dificuldades, porém, ambas lutaram entre si por domínio e poder durante anos. Como os deuses não foram atendidos, os mesmos decidiram utilizar um método extremo para que isso acontecesse e criaram uma nova raça, os Dredges, seres gigantes de pedra com um único propósito: avançar e destruir o que estiver pela frente.

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Forçados a trabalharem juntos, humanos e Varls evitam a ameaça de extinção e conseguem viver em paz durante anos, mesmo ainda com a presença de Dredges pelo mundo. Nesse contexto, o jogo começa quando eventos misteriosos acontecem, os deuses morrem e o sol para repentinamente, impedindo que a noite surja. Os Dredges voltam a avançar novamente sem explicação e assim começa sua saga, no controle da caravana que segue fugindo dos inimigos, à procura por algum refúgio e, no meio do caminho, descobrindo civis que precisam de ajuda e heróis dispostos a te acompanhar nessa jornada.

O jogo fica praticamente dividido em duas partes: a movimentação da caravana, controlando os recursos e pessoas necessárias para a viagem, e os combates que surgem no trajeto. O avanço ocorre lateralmente, sendo praticamente automático. Eventualmente, algumas decisões devem ser tomadas, como aceitar alguns refugiados perdidos ou trilhar um caminho atrás de animais e busca por comida, cada escolha levando a uma consequência. Tais escolhas acabam por serem mais focadas numa figura central, o caçador Rook, que praticamente cai no meio de toda a história tentando sobreviver, mas ele divide o protagonismo com outros personagens cativantes e misteriosos, como Haakon e Eyvind.

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Conforme você avança com seu grupo, alimentos são consumidos diariamente para a manutenção dos civis e combatentes. Recursos são escassos em um mundo em guerra e ficar sem pode acarretar na morte de pessoas. Alguns acampamentos te dão a oportunidade de comprar mais alguns recursos, mas custam a mesma moeda do jogo que é utilizada para evoluir seus combatentes, por isso, deve-se ponderar muito essa escolha. Combatentes fracos te darão dor cabeça no fim do jogo, mas ficar sem recursos suficientes pode te fazer não chegar ao final.

O combate funciona por turnos, de maneira bem eficiente. Cada combatente ataca por vez, alternando com o inimigo. Alguns heróis podem realizar ataques a longa distância, com arco ou magia, mas todos atacam a curta distância, assim como seus adversários. Alguns comandos ficam confusos durante o combate, não sendo muito intuitivo o uso do direcional digital e do analógico, cada um fazendo uma função diferente, o que ocasiona certa confusão principalmente no início do jogo. Há também pouca variedade de inimigos, poucas diferenciações de Dredges e raramente alguns humanos para combater, o que acaba deixando o combate repetitivo.

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O visual do jogo é bem distinto, sendo desenhado à mão e muito agradável, principalmente nos cenários durante as viagens. Os personagens são bem desenhados, mas apresentados como figuras estáticas e com poses predefinidas, o que te dá a sensação de observar uma pintura ao invés de um ser dinâmico. Os diálogos todos focados em textos, são bem detalhados, como se fosse a leitura de um livro, mas os personagens simplesmente aparecem para representar que aquela fala lhe pertence, sem nenhum envolvimento, voz ou mudança de expressão. A trilha sonora original é excelente, bem característica da cultura nórdica e aplicada de maneira perfeita em várias situações, ajudando a criar e aperfeiçoar momentos altos do jogo.

O desenvolver da narrativa e a história sendo descoberta, mas ao mesmo tempo levando a mais mistérios, são o ponto forte do jogo. Todo esse conjunto é revelado aos poucos, sendo contado por um novo personagem ou por um local específico que vai surgindo em sua jornada. Mesmo assim ao concluir o jogo, percebe-se que as pontas soltas são propositais e serão reveladas nas continuações, já que The Banner Saga foi concebido para ser uma trilogia.

E assim segue The Banner Saga 2, continuando a história dos sobreviventes do primeiro jogo, buscando seguir adiante num mundo cada vez mais mergulhado em caos e guerras, além de juntar forças para continuar sobrevivendo e buscar uma solução para a destruição que se aproxima.

Praticamente, o jogo usa a mesma fórmula do antecessor, seguindo o mesmo estilo visual e a trilha sonora autêntica. O estilo de narrativa é contado num passo de mais urgência, com o aproximar de mais perigos. O combate continua idêntico, porém de certa forma mais refinado, mudando pequenos detalhes que auxiliam numa jogabilidade mais fluida com relação às habilidades dos personagens.

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Algumas adições são muito bem-vindas, como novos personagens, que inserem muito ao contexto da história; novos ambientes, variando das vastas montanhas do primeiro jogo; e novos inimigos, tirando toda a carga de combate de cima dos Dredges. Talvez a maior mudança seja a de agora você controlar, na maior parte do tempo, duas caravanas em jornadas e revelações bastante distintas, quase como se acompanhasse dois jogos ao mesmo tempo. Nesse caso, outra caravana acaba ficando a cargo de Bolverk, um Varl, que se destaca como um personagem muito bem planejado e de extrema importância no decorrer da história.

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Infelizmente alguns problemas persistem. Os controles durante as batalhas continuam confusos e os personagens continuam estáticos demais, apesar de melhor desenhados, não passando nenhuma carga dramática em momentos de tensão e emoção durante a narrativa. A adaptação dos textos para o português é excelente, porém, ocorrem mudanças em alguns termos e nomes do primeiro para o segundo jogo, o que pode deixar o jogador confuso inicialmente. Novamente, reviravoltas inesperadas acontecem e várias pontas soltas são deixadas na história, mas que deverão ser explicadas no capítulo final da trilogia.

Veredito

Acompanhar a história de The Banner Saga se torna muito interessante ao jogador, principalmente dentro de uma mitologia muito rica, com um combate eficiente e personagens envolventes. Alguns pequenos problemas não tiram o mérito de uma jornada fantástica, sendo o pacote com os dois jogos bastante recomendado.

 

Jogo analisado com código fornecido pela desenvolvedora.

Veredito

86

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Veredict

The Banner Saga has solid story, a very rich mythology, efficient combat and engaging characters. Some small problems do not affect the merit of a fantastic journey, where the package with both games is highly recommended.


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